— Então são quantos no total? — Hariel me pergunta enquanto esperamos a comida chegar.
— No crânio? — pergunto erguendo o rosto, ele faz que sim com a cabeça. — São 28 ossos.
— 28 ossos só na cabeça? — ele se afasta um pouco para me olhar.
Me arrumo no sofá quando Flyin se aconchega em Hariel, deixando de ser o nosso brinquedo esquelético onde eu apontava como se tivesse uma anatomia humana.
— E você precisa saber de todos?
— Claro — sorrio. — Não chega nem perto de tudo o que eu preciso saber, a anatomia é muito complexa, ainda tem os músculos, nervos, vasos sanguíneos...
Ele joga a cabeça para o lado, me lançando um sorriso escondido enquanto olha cada detalhe do meu rosto.
— E você já sabe de tudo isso?
— Não exatamente — balanço a cabeça levemente para um lado e outro. — Repeti na segunda matéria de anatomia, não foi exatamente um momento muito bom. Fiquei extremamente nervosa, mas consegui na segunda tentativa.
Antes que ele possa me responder, o interfone toca, nos lembrando finalmente da comida.
— Já volto — Hariel se levanta indo até o interfone, atende e desce logo em seguida.
Assim que a chuva em São Paulo ameaçou, tomamos a iniciativa de ficarmos em casa e assistir a um filme. Mas ele é inquieto, ficou perguntando o porquê precisavam fazer a cirurgia do personagem.
Tiro a atenção da porta e sigo os olhos de Flyin, que me encara com os olhos brilhando.
— Eu sei — me aconchego nos seus pelos. — Você gostou dele né.
Assim que Hariel chega, Flyin o acompanha até a cozinha e eu os sigo.
Admiro cada movimento das firmes mãos de Hariel, me fazendo lembrar da última vez em que esteve no meu corpo.
Ele me olha e sorri, mas continua nos servindo.
Assim que terminamos de comer, continuamos assistindo ao filme, mas antes mesmo de terminar, Hariel cai no sono.
— Hey — chamo. — Vamos para a cama.
Ele acorda aos poucos, lembrando de onde está.
— Não — levanta com cuidado. — Preciso ir.
— Tá chovendo muito — argumento.
— Não posso ficar, Madelyin.
— Por que?
Ele balança a cabeça.
— Não posso ficar.
— Por que? — repito.
Ele respira fundo se levantando. Ignora a minha pergunta e se agacha.
— Tchau Flyin — ele vai até o loiro e abraça o seu corpo peludo. — Tchau, Made.
Ele se aproxima, me dando um beijo rápido na testa.
Fico parada, imóvel.
Assim que o seu corpo deixa o cômodo, me jogo para trás, me esticando toda enquanto resmungo.
Tá vai, pelo menos tivemos um avanço; não transamos.
Mas, mesmo que eu esteja morrendo de vontade de o agarrar todas as vezes, ele sempre se mantém invicto, evitando ao máximo...
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HIPNOSE | 2
Fanfiction2 parte de HIPNOSE. É claro que o primeiro amor sempre prevalece. E é claro que recaídas são normais, Madelyin e Hariel quem o diga. Depois de um longo tempo, o caminho de Madelyin se cruza com o de Hariel, é claro, algumas coisas mais diferentes q...