37 ━━━ Uma busca difícil

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(TW: Violência gráfica; Violência física; Tentativa de abuso sexual; Menção à necrofilia.)




Então, em poucos minutos, Aurora limpou suas lágrimas e controlou suas emoções. Nada adiantava ser emocional no mundo dos mortos.

Com o banho tomado e a troca de roupas ela parecia uma nova pessoa. Uma pessoa quebrada.

Ela estava sem apetite, então, pegou uma almofada e deitou no chão com a pistola em seu peito. Como tudo aconteceu tão rápido o tempo passou e Aurora nem viu, já era de noite quando Aurora terminou de suturar sua barriga. Ela não quis dormir, então, esperou seu corpo desligar por conta própria.

Solaris acordou de supetão, seu sono não tinha sido bom e ainda se sentia muito cansada. Aos poucos sua mente se inundava com os acontecimentos de ontem e ela passou a mão pela testa, não ia conseguir descansar daquele jeito. Depois ela se apoiou em seus braços sentindo os choques de sua perna enfaixada que lhe fez estremecer.

Aurora dormia com uma mão sob a arma, e sabendo o quão cansada a menina estava, ela tentou não fazer barulho. Solaris mordeu os lábios para segurar os gemidos enquanto tentava se levantar. Mas ao mínimo movimento ela escutou o som de arma engatilhada.

— Mãe. Você me assustou. — Aurora falou abaixando a arma. Elas se encararam por um minuto — Como você está se sentindo? — ela verificou o ferimento que ainda estava branco. Isso era bom.

— Minha perna está dando doendo muito. — Solaris respondeu com a voz áspera sentindo sua garganta doer depois de tanto gritar.

— Tenho que ficar verificando para não infeccionar. Mas pela cor da bandagem está indo bem. — Aurora sinalizou concentrada no ferimento coberto — Você precisa de um banho. Vamos lá. — ela chamou se colocando de pé.

— E o seu ferimento? — Solaris perguntou colocando um braço sobre os ombros da filha enquanto se arrumava para levantar.

— Eu já costurei. — Aurora respondeu enquanto a ajudava a colocar de pé e mantia os olhos na perna direita da mãe.

Solaris assentiu aturdida deixando ser guiada para as escadas. Aurora a levou para um banheiro.

— Deixa eu te ajudar. Aqui. — Aurora ajudou a mulher a tirar a calça cortada já tendo se despido do cropped que sua flanela se tornou.

— Aurora. — Solaris parou seus movimentos, a menina esperou. A mulher passou as mãos pelo cabelo da filha guardando as mechas atrás da orelha — Nós vamos encontrá-los. Nós vamos, ok?

— Tenho que me concentrar na senhora. — Aurora falou, mas Solaris aumentou seu aperto em seu ombro.

— Você não. Eu vou ficar bem. — Solaris falou firmemente — Eu consigo me virar daqui. Então desça e coma um pouco. Agora. — continuou quando a menina abriu a boca para protestar.

— Eu separei umas roupas no quarto em frente. Tente não molhar a atadura. — Aurora comentou. Solaris assentiu, então a menina saiu com uma frustração no peito.

Solaris suspirou e entrou no chuveiro, seu peso apoiado na sua perna esquerda enquanto a outra perna estava um pouco afastada. A água gelada bateu em sua cabeça, e ela estremeceu. Ela se sentia quente. A água se misturou com sangue. Ela lavou o sangue seco de sua orelha, e tomou cuidado com as escoriações de seu braço que impedia o movimento completo de seu braço e com sua perna enfaixada.

Ela se banhou até que a água voltasse a sua cor normal. Pegando a toalha do cabide ela saiu do banheiro e entrou no quarto em frente. Uma calça de cor marrom, uma blusa de manga verde, uma bota e também um casaco lhe esperava. Elas enfrentarão o inverno também. Umas gazes e ataduras também estavam ao lado da cama. Solaris trocou a faixa.

𝐑𝐎𝐂𝐊𝐀𝐁𝐘𝐄 | 𝐓𝐡𝐞 𝐰𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐝𝐞𝐚𝐝 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora