17

601 51 31
                                    

Marianna POV

-Então por que minha presença te incomoda tanto? - Perguntei, levantando o tom de voz no máximo.

-Eu sei das coisas que você faz aqui dentro, Marianna! - Irmã Ângela gritou. - Eu sei do Aurélio você fez nas noites passadas.

-Sabe, é? - Perguntei, intimidando a. - Então me diga. Vamos lá, diga na minha cara.

Ela me encarou em silêncio, com o peito subindo e descendo de pura raiva. Seu olhar exprimia o veneno que havia em seu corpo, Terzo realmente estava certo sobre a confissão de hoje mais cedo.

-Não tem coragem, Ângela? Ou tem vergonha de admitir que se você me expulsasse da comunidade, Papa estaria em apuros.

-Ele consegue se virar sem sua ajuda por aqui. Não ficaria surpresa.

-Mas eu ficaria. - Reconheci a voz do homem na porta. - Você deve ter muita dificuldade em pedir perdão, Ângela. Marianna é como todas as outras dentro de nossa igreja, não há motivo para odiá-la.

-Terzo, não. - Levantei a mão e o impedi de dar mais um passo.

-Papa, essa garota está colocando nossa reputação em risco. Não é possível que você não veja isso.

-Reputação? Sério? - Ele franziu o cenho. - É com isso que você se importa? E aquele lema de amar o próximo que Deus sempre nos ensinou? Isso não vale para ela? - Emeritus apontou para mim.

-Você não sabe nada sobre mim, Ângela. - Cuspi em sua face. - Engraçado que você diz que a igreja aceita de tudo. Homossexuais, prostitutas, judeus, muçulmanos... Então por que eu seria uma exceção?

-Quando você se converte para servir a Deus, a história toma outro caminho.

-Não foi isso que Ele quis. - Terzo balbuciou.

Suspirei e passei as mãos pelo meu rosto tenso.

-Quer saber? Foda-se. Melhor fingir que essa briga nunca existiu. - Ergui as mãos e as deixei caírem do lado de minhas coxas. - Passar bem.

Saí do escritório de Ângela pisando duro, ainda indignada com a situação. Senti os passos largos de Terzo bem atrás de mim, desesperados em tentar me alcançar.

-Doçura...você está bem? - Assim que ele conseguiu, tocou os meus braços e ficou na minha frente, me impedindo de continuar a andar.

-O que você acha? - Forcei um sorriso.

Seus ombros caíram e seu olhar suavizou sob o meu.

-Podemos falar sobre isso no jardim, por favor? - Perguntei, com a voz firme.

Ele pega em minha mão e a entrelaça na sua, nos levando até o local pedido. Nós dois sentamos no banco de concreto e Papa permitiu que eu deitasse a cabeça em seu colo.

-Não vai demorar muito pra eu sair daqui. - Comentei com um certo tom de raiva.

-Mari, qual é, você está parecendo uma adolescente.

-Até você defendendo ela?

-Claro que não, Mari! Mas se você fugir...

Meus olhos se estreitaram e esperei por sua resposta.

-Prometo te fazer cócegas internamente. - Um sorriso malicioso surgiu nos cantos de seus lábios.

Me segurei para não dar um sorriso mas falhei na missão, soltando uma risada baixa.

-Não vai conseguir me convencer tão fácil assim, Terzo.

-Ah, não? Quero ver se te convenço assim então.

Seu rosto se aproximou do meu e ele segurou minha nuca com as duas mãos, me puxando para um beijo tão caloroso quanto o solstício da Itália. Meu coração não deixou de acelerar com o ato, então apenas peguei em suas bochechas; Com um certo apoio, me levantei sutilmente e sentei em seu colo de uma maneira meio torta, não interrompendo o beijo.

Sua mão escorregou em minhas costas e parou diretamente em minha bunda.

-Odeio quando você me provoca. - Emeritus III separou nossos lábios e me olhou de cima a baixo.

-Mas foi você que começou. - Dei um sorriso e depositei um selinho em seus lábios sorridentes.

-Queria poder usar isso á seu favor para atiçar a raiva de Ângela.

-Pff, nem dá ideia. - Soprei a franja. - Quero ver só a reação dela ao descobrir que quase fodemos no altar.

-Nem pense nisso, doçura. - Terzo riu, apertando minha nádega direita.

Após isso, ficamos trocando carícias no local com a brisa fresca que acariciava nossas peles. Nada nos incomodava, apenas nossas cabeças coladas e toques que não nos machucavam.

-Também te amo, Marianna. - Como um quase sussurro, Papa selou nossos lábios novamente.

༺═─────────────────────═༻

Pecado DesejadoWhere stories live. Discover now