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A primeira coisa que fiz foi colocar uma roupa casual debaixo de meu hábito preto, não tinha nem chances de eu entrar numa sexshop com aquela aparência. Diferente da lista de Terzo, Ângela me pediu para comprar hóstias, rendas para o altar, palas para os cálices e um pouco mais. O pagamento ficaria por conta dela mas eu tinha certeza que aquilo nao ficaria nada barato. Ontem á noite, por uns bons minutos, não consegui dormir pensando em quem Terzo provavelmente usaria esses dois brinquedos, mas tive que admitir que criei fantasias maravilhosas em minha mente antes de apagar no sono.

Peguei o carro e fui diretamente para o centro de Roma, onde estava diretamente o pico de turistas e mercadorias. Primeiro de tudo, achei a melhor loja de artigos católicos que pude encontrar - o que não foi muito difícil já que as outras Irmãs sempre deixavam sugestões dos melhores lugares possíveis, entrei mesmo com minha roupa de freira e peguei o cesto prateado. Todos os itens eram feitos á mão e bordados delicadamente por costureiras que pareciam ser profissionais, algum dos retalhos eram costurados com fios valiosos de ouro, que davam um toque especial. O cesto em minha mão encheu-se rapidamente. As galhetas douradas foram as últimas que peguei, passei tudo no caixa e pedi para que depositasse na conta da Irmã-Maior.

Sem algum problema, deixei a loja e coloquei as sacolas e caixas cuidadosamente no porta malas e tirei meu hábito dentro do carro. Removi minha touca preta e branca e ajeitei meu cabelo, deixando minha franja totalmente livre, coisa que eu não fazia há tempos. Dei partida no carro e segui um pouco mais longe para a sexshop que eu queria, era uma das minhas favoritas de Roma; Estacionei o carro na garagem e encarei a fachada da loja. Era de um roxo escuro não muito chamativo, as letras brancas discretas e os manequins da loja sendo expostos atrás de uma parede de vidro vestindo lingeries caras. Fazia um bom tempo que não passava em uma dessas, devido ao clero, mas sentir a sensação picante de passar por uma loja daquelas depois de tantos anos era extremamente gostosa.

Saí do carro e entrei extremamente confiante, apertando minha carteira com uma certa força. O cheiro de eucalipto com lubrificadores invadiram minhas narinas, me trazendo um certo conforto. Olhei para as prateleiras, cobertas por cremes, acessórios exóticos, lubrificadores de diversos cheiros e sabores, e claro, vibradores e pênis de borracha.

-Posso te ajudar? - Uma das atendentes veio em minha direção.

-Ah, oi, sim. - Dei um sorriso gentil. - Qual o melhor vibrador anal que vocês tem?

-Você tem alguma preferência?

-Na verdade vou dar de presente para alguém, então acho que seria melhor um de vibração mais... forte. - Esfreguei minhas mãos.

-O que mais sai é esse aqui. - Ela mostrou uma caixinha média com o produto ainda embalado.

Era como se fosse um plug anal original, mas invés de ser metálico, era de silicone da cor que Terzo queria, com uma base em formato de T.

-Você consegue controlá-lo por um mini controle, com a vibração em até 10 níveis. Os clientes simplesmente adoram esse modelo. - Ela me entregou a caixa para analisar mais ainda o brinquedinho.

Se a minha teoria de que Papa fosse realmente um sadomasoquista, ele amaria aquilo, mas eu ainda não o conhecia o suficiente.

-Vou levar. - Instruí, sem ao menos perguntar sobre o preço. - Parece perfeito.

-Mais alguma coisa? - Ela sorriu, satisfeita.

-Um chicote médio e uma harness de cintura.

-Seu marido deve ser um cara muito sortudo. - A moça comentou e aquilo me fez ficar automaticamente vermelha.

Cacete... Como eu conto á ela?

-Ele adora surpresas. Quero aproveitar que o aniversário dele é semana que vem e fazer a melhor que ele já viu. - Por pouco não gaguejei ao contar aquela mentira.

-Tem alguma preferência na cor da harness? Porque no momento só temos a preta.

-Sem problemas, vou levar uma do tamanho M. - Seria errado considerar do meu tamanho? Eu nem sabia quem iria usar aquilo.

-O chicote você prefere de tecido, couro ou de correntes?

-De correntes? Isso não costuma doer muito mais? - Ergui as sobrancelhas e lhe perguntei.

-Algumas pessoas preferem um nível mais elevado de dor, mas geralmente não costuma doer tanto assim.

Mordi o lábio, pensativa em qual Terzo escolheria. Tive um pouco de piedade e escolhi a clássica de couro.

-Algo mais senhora?

-Só isso, obrigada. - Entreguei os 3 itens para ela.

Passei tudo no caixa e eles resultaram em um preço salgado, mas valeria super a pena para a pessoa que fosse usar aquilo. Fiquei feliz com as escolhas que fiz no lugar de Papa Emeritus III, não aguentava mais esperar pela sua reação ao ver o item extra que adicionei na compra. Voltei para "casa" com o coração martelando no peito, peguei as caixas das decorações do altar com uma certa dificuldade e as sacolas da sexshop no braço.

Levei tudo para o escritório de Ângela mas fiquei com as sacolas. No horário que eu habia chegado havia pouca movimentação pela igreja e nos dormitórios, então não tive problemas em ser vista com um objeto tão polêmico nas mãos; Mas o verdadeiro problema foi encontrar Terzo pelos corredores da capela. Ainda não sabia onde era seu quarto, já que o dormitório dos padres eram separados dos das mulheres. Olhei cautelosamente por cada porta aberta que eu via pela frente, até que tomei um susto com duas mãos rastejando firmemente em minha cintura.

Virei o rosto e me dei de cara com a face familiar do homem que eu tanto procurava.

-Santo Cristo, você me assustou. - Recuperei minha respiração.

-Você demorou, Mari. - Olhei atrás dele para checar se não vinha ninguém. Por sorte, a barra estava limpa.

Me aproximei de seu ouvido e agarrei Papa pelo colarinho de seu blazer.

-Espero que saiba usar esses itens com o maior pecado que há em você. Seja lá quem for a pessoa que irá usar isso, faça questão de fazê-la gritar seu nome para que todos daqui escutem. - Dei um sorriso malicioso. - Não foi fácil escolher esses itens.

Papa apertou ainda mais minha cintura e senti minhas pernas enfraqueceram. Entreguei a sacola em suas mãos e meu sorriso aumentou.

-Eu sabia que você não era um santo assim que pisou nesta igreja. - Mordi levemente o lóbulo de sua orelha.

-Muito menos você, Marianna. Se você está achando que vai vencer esse jogo... - Ele riu baixinho ao pé de meu ouvido. - Você está muito enganada, mocinha.

Soltei o colarinho de seu blazer - que agora ficara levemente amassado - e dei uma piscadela para ele, voltando para meu quarto, feliz por ter fechado a fase 3 do joguinho ridículo de Terzo.

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o tanto q eu arrepiei escrevendo esse cap não tá escrito

Pecado DesejadoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora