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Suspeitei o fato de ter ganhado a confiança de Papa Emeritus III em tão pouco tempo, estava numa linha tênue entre querer fugir dele e querer continuar a bater um bom papo.

-Talvez ele queira se aproximar de você. - Ela deu de ombros e rebateu a bola para mim.

-Tem tantas pessoas melhores dentro da capela, por que ele escolheria justamente eu? - Me foquei em não errar a mira da bolinha de ping-pong.

A sala de descanso estava consideravelmente cheia, algumas Irmãs apenas conversavam, outras liam e até mesmo dormiam. E tinha as que jogavam, que era o nosso caso e um grupo a mais.

-Não seja pessimista, Marianna. Está sendo bom para você. Não que ser sua amiga seja ruim, mas, você precisa de alguém além de mim. - Ela deu de ombros e um sorriso de lado surgiu em seu rosto.

-Então me diz um motivo pra amigar com o Papa.

-Apenas um? Poxa tem vários... - Ela suspirou e olhou para cima, pensativa. - Vocês tem uma dinâmica ótima, até parecem amigos de tantas décadas.

Revirei os olhos com um sorriso no rosto.

-Se isso te faz acreditar que seríamos bons amigos, então prefiro não estragar sua fantasia.

-Caramba, Mari, por quê você é tão difícil? - Irmã Cecília riu.

-Não pedi pra ser aceita na comunidade do clero. - Fiz muxoxo com um sorriso debochado.

O tempo voou mais rápido assim que continuávamos a jogar juntas, falamos sobre diversas coisas que estavam acontecendo dentro da comunidade e os nossos futuros planos que planejamos dentro dela, já que tínhamos um Papa novo. A noite havia chegado mais cedo do que eu imaginava, algumas se haviam reunido no refeitório para jantar ou tomar um café leve antes de dormir; Não muito distante dali, ouvia-se a missa terminar e o canto final começar. A missa não havia sido com Terzo, pela diferença no tom de sua voz.

Consegui confirmar isso quando vi ele entrar com um outro padre de nossa capela, ambos conversavam alegremente sobre algo. Terzo ainda vestia seu smoking que lhe deixava incrível formoso, aquilo definitivamente conseguia me atrair. Não notei que ele me encarava enquanto batia papo com o homem ao seu lado.

O sorriso cresceu em seu rosto. Ele deu uma piscadela. E por fim desviou o olhar.

As borboletas em meu estômago tiraram proveito do momento e decidiram surgir na hora errada. Sorri de volta mesmo sem Terzo notar isso, e voltei a comer minha janta já fria.

-Marianna? - Olhei pra cima e reconheci a voz de Irmã Ângela. - Estará muito ocupada amanhã?

Neguei com a cabeça.

-Preciso que vá buscar algumas coisinhas que estão faltando para o altar e para o Papa.

-É muita coisa?

-Apenas o suficiente, não se preocupe. Acha que consegue fazer isso?

-Sim, senhora. - Os músculos de meu rosto se relaxaram quando notei que Terzo vinha em nossa direção.

-Precisaremos desses itens até domingo, então não se esqueça deles. - Ângela me entregou um pequemo papel com os nomes dos itens desejados que eu teria que comprar.

-Acha que consegue comprar isso aqui também? - Assim que A Irmã-Maior saiu, o Papa se sentou ao meu lado.

Olhei ao meu redor e já notei que algumas Irmãs olhavam feio para mim, logo me senti totalmente desconfortável. Quis sair dali o mais rápido que pudesse, mas não não fiz. Peguei o outro papel que Terzo me entregou. Já ia abrir mas ele interrompeu, colocando sua mão enluvada em cima da minha.

-Não abra isso isso público, doçura. - Ele me encarou. - Não vai querer ficar envergonhada por causa disso.

Mas minha curiosidade atiçou e falou primeiro.

-Se for algo difícil de achar, sem chance. - Brinquei com o papel em meus dedos.

-Não vai, eu prometo. Estudei a cidade inteira e te garanto que vai ser mais fácil do que você imaginava.

Levantei uma sobrancelha e olhei para Papa Emeritus III.

-Tenha uma boa noite, Marianna. - A forma de como ele havia pronunciado meu nome com uma rouquidão na voz me fez arrepiar.

-Boa noite, Terzo. - Ele se despede com um beijo suave em minha mão, na frente de todo mundo.

Santo Deus, esse homem não existe.

Assim que ele saiu de vista, não terminei o jantar e fui logo para meu dormitório, onde pude ler em paz o que estava escrito no papel. Meu mundo parou assim que passei os olhos pela sua letra bastão, era impossível de acreditar naquilo mas, por incrível que pareça, eu estava com um sorriso de canto no rosto.

Plug anal com vibrador de cor preta e um chicote médio.

Eu nem sabia o motivo do choque, eu não era nenhuma santa para ter esboçado a tal reação.

-Uau. Aparentemente você também não é, hein. - Comentei sozinha comigo mesma.

Mordi o lábio e deixei os dois papéis em um local seguro. Então eu estava realmente certa? Papa realmente gostava dessas fantasias sexuais e sadomasoquismo, assim como meu sonho havia "previsto"? Mordi o lábio com um sorriso pimpolho no rosto e fui tomar um banho relaxante.

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Pecado DesejadoWhere stories live. Discover now