-Vai ficar tudo bem amiga! Vai ser uma linda menina para meu Frederico.- Diz com carinho.

Me aproximo e aperto sua mão. Nossa amizade é um consolo para mim depois de tudo que passei. Espero que dure a eternidade. Com certeza ajudarei a cuidar do nosso pequeno Fred. Não resisto, tenho que colocar um de meus apelidos carinhosos.

-Tenho que ir. Existe muita gente aqui ainda para vê-los.- Digo triste por ter que me afastar.

-Claro! Em breve estaremos em sua casa! Prepara o cantinho do meu bebê!

-Já está tudo pronto para a sua chegada e a do nosso Fred, não se preocupe.- Ela faz uma careta engraçada.

-O que foi? É o apelido que dei a ele, e é assim que vou chamá-lo!- Digo de nariz empinado. Ela ri e encolhe os ombros em rendição.

Ficamos lá fora esperando que todos terminassem suas visitas para irmos juntos para casa. O médico nos informou que no dia seguinte pela manhã, se tudo ocorresse bem, ela teria alta às dez horas e que fôssemos buscá-los.

...

Cheguei em casa com o Benjamin, seus pais e os meus e fomos jantar mais cedo, já que ficamos esse tempo todo na maternidade e não nos alimentamos direito, quero dizer os outros, porque Benjamin me obrigou a comer uma quentinha de um restaurante que ele mesmo foi comprar.

Estou cansada, faminta e ansiosa. Quero minha amiga e meu sobrinho aqui em casa logo, já sinto saudades. Estamos nos sentando na mesa de jantar para comermos juntos, todos felizes com a notícia de minha menininha. Estão até escolhendo nomes! Ainda nem pensei nisso, minha preocupação é com sua saúde, ela está com baixo peso. Meu Deus! Não deixe nada de ruim acontecer para minha menina! Peço mentalmente.

-Princess, você quase não tocou na comida!- É a primeira vez que ouço isso de alguém. Geralmente eu como com gosto. Mas estou tão aflita... é a minha menininha, minha pequena que está com dificuldade, por ela farei tudo que for necessário.

-Não se preocupe!- Dou um sorriso frouxo para ele e começo a comer.

Continuo quieta e calada, minha mãe me acompanha até o jardim.

-Filha! Não se preocupe tanto assim, não fará bem para ela. Além do mais, isso dá para resolver. Isso irá se resolver. Tenha fé!- Exclama pegando em minha mão.

-Eu tenho mãe, mas... ela é o meu sonho impossível, e aconteceu! Meu milagre! Nada pode dar errado, entende!?

-Entendo perfeitamente. Lembro-me de quando estava grávida de você... Era muito inquieta se mexia muito o tempo todo. Seu pai adorava ficar com as mãos em minha barriga ou dormir de frente para mim só para sentir você. As vezes você me causava até dores e bastante incômodo!... Eu quase não dormia!- Ela ri.

-Você sempre foi assim filha, até que um dia você não se mexeu, ficou quieta o dia inteiro, fiquei desesperada. No dia seguinte fomos para o médico. Mas então ele viu no ultra que você estava presa de alguma forma com o cordão umbilical, fiquei internada nesse dia. Só orava a Deus pedindo para que ele a ajudasse a se libertar do cordão, que te desse forças.

Continua.

-Graças a Deus você não ficou sem oxigênio, os médicos te monitoraram o tempo inteiro e fizeram várias massagens até que você conseguiu se mexer e saiu do emaranhado. Foi um alívio para nós. Pensamos que iríamos perdê-la, mas tivemos fé. Entende isso?

-Sim mãe.- Abraço-a com força e as lágrimas quentes caem finalmente, levando consigo minha dor e desespero.

-Vamos Princess, tem que descansar. Quando a Care chegar essa casa vai virar uma zona!- Benjamin tenta ser divertido ao nos alcançar no jardim.

Despeço-me de todos e subo para o quarto com Benjamin. Ele me ajuda tirando minha roupa e me ajudando a entrar na banheira que Ana já preparou. Ele entra comigo me colocando entre suas pernas e ficamos ali conversando um pouco. Ele ouve como fui travessa na barriga de minha mãe e se espanta com a história do cordão.

-Que bom que conseguiu se soltar do cordão, ou talvez não estivéssemos juntos. Meu mundo continuaria vazio e sem graça!

-E nossa menina Ben? Precisamos ajudá-la.

-Não se preocupe com isso, já contatei uma nutricionista que ficará aqui todos os dias cuidando de sua alimentação e da nossa filinha.

-Exagero.

-Não senhora!

-E quanto aos nomes? Você já pensou em algum?- Pergunto para ele que passa delicadamente a bucha de banho me lavando e me fazendo relaxar.

-Pensei em Amanda como nome brasileiro ou... Chloe o nome de minha avó.- Responde.

-Nossa! Realmente soou muito mais bonito agora esse nome, gostei! Acho que quero este!

-Qual?

-Chloe Smith! Belo nome.

-Princess! Você faria isso?- Ele está tão feliz que se movimenta na água fazendo-a derramar e escorrer por todo o banheiro, Ana terá bastante trabalho hoje por aqui.

-Yes. Será um prazer!- Gargalhamos alto. Ele me abraça e me beija, nossa filha dá um chutinho em aprovação onde o braço de Ben está apoiado em minha barriga. Namoramos bastante.


Um amor em NYWhere stories live. Discover now