𝑛𝑒𝑢𝑟𝑜𝑡𝑖𝑐

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《Narrative; Author》

Dois meses se passaram e tudo estava completamente normal e pacífico. Shouto estava firme com os seus namorados, agora usava até aliança com eles. Seu emprego na delegacia se mantinha, mesmo que ele fosse só um infiltrado da máfia. Tudo estava tão bem a tanto tempo, que estava começando a deixá-lo preocupado de que algo ruim aconteceria.

Os outros funcionários na máfia de Katsuki e Izuku custaram pra aceitar Shouto como mais um chefe; ainda mais por ser completamente do nada e ele não ter nenhum mérito ou tempo de trabalho com eles. Mas como ele conseguiu se mostrar um homem de pulso forte e que merecia o seu respeito, a maioria começou a aceitar bem.

Só alguns que não, os que pensavam que mereciam o cargo mais do que ele, por trabalharem bem na máfia a mais tempo e com dedicação, sem ser incluso apenas por que namorava os chefes. Alguns achavam isso injusto.

E de fato, era meio injusto. Mas não é como se Bakugou e Midoriya fossem colocar qualquer outra pessoa aleatória no comando com eles, que não amassem do jeito que amam Shouto. É diferente.

Foi difícil até quando Bakugou assumiu que Izuku era tão importante quanto ele na máfia, e não só um secretário namorado especial. Agora imagina alguém aleatório - como Todoroki. As reações não foram das melhores.

Mas, depois de um tempo, tudo estava bem. E Shouto tentava não se preocupar. De verdade. Deitado nos braços de Katsuki enquanto Izuku tomava um banho depois do melhor sexo da vida deles, ele não queria esperar o pior.

Mas sua mente não parava de rodar e rodar. Sensação ruim.

— Você tá bem? — Katsuki perguntou, fazendo carinho no cabelo do namorado.

— Tô meio neurótico. — Ele respirou fundo, sentando na cama e ficando de frente pro outro deitado. — Dois meses de paz. Isso não é estranho? Como nada deu errado ainda?

— Meu amor, você não deveria pensar nisso. Deveria ficar feliz de que as coisas finalmente tão dando certo pra gente.

— Nada é perfeito, e nem pra sempre. Sei lá, vai que do nada o Shinsou ressuscita e tenta nos matar? Ou.. sei lá, o Shigaraki ameaça o meu irmão e faz ele tentar nos matar? Ou roubar nossas coisas? E se qualquer um tentar nos matar?!

— Shouto, calma. Nada disso vai acontecer. Tá tudo bem. — Ele deu duas batidinhas em cima do seu próprio braço. — Deita aqui.

Todoroki deitou. Colocou o rosto no peito desnudo do loiro, passando o braço pelo seu abdômen. Estava com vontade de só dormir. Mas Izuku nunca os deixaria dormir daquele jeito; sujos pós sexo. Ele sempre era o primeiro a tomar banho, já que odiava aquela "nojeira", como ele diria. Ele não estava errado, mas os outros dois sempre morriam de preguiça, por isso só iam depois que o esverdeado voltava e os obrigava a ir.

— Vão pro banho. Agora. — Disse ao sair do banheiro com a toalha na cintura. Os dois o comeram com os olhos. — Credo gente, que isso. A gente acabou de transar.

— E se você voltar pro banheiro com a gente e a gente transar de novo lá? — Todoroki deu a ideia, e Katsuki concordou com a cabeça.

— Eu adoraria, mas preciso arrumar cama e dormir. Vão vocês.

Bakugou e Shouto se olharam e sorriram. Estava na cara que o outro queria e só estava se fazendo, pra que eles insistissem; então eles já sabiam o que fazer.

— Ah, então, tá bom. — O loiro disse, levantando da cama com o meio a meio. Um de cada lado de Midoriya.

— Se você diz. — Izuku fez um biquinho emburrado por não ter a resposta que esperava. Então, os dois namorados o grudaram pelos braços e o puxaram pra dentro do banheiro, rindo enquanto o arrastavam. Ele ficou surpreso e fingiu resistir, mas logo aceitou; era o que queria mesmo.

Sua toalha caiu, e então estavam todos pelados. E entraram no chuveiro e transaram de novo e só depois tomaram um banho decente, e quando voltaram pro quarto, trocaram os lençóis e cobertores da cama (coisa que faziam com frequência após o sexo) e dormiram limpinhos na cama limpinha.

E mesmo assim, a cabeça do meio a meio não parava de pensar; ele sentia que algo iria dar errado, e isso o preocupava de um jeito que não conseguia explicar. Mesmo ali, no meio de seus namorados (diga-se de passagem: melhor lugar do mundo), seus sentidos ainda o diziam que algo daria errado.

E temia estar certo.

ギャング || 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐛𝐚𝐤𝐮𝐝𝐞𝐤𝐮 Where stories live. Discover now