𝑏𝑢𝑟𝑛𝑡 𝑐𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙

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《Narrative; Author》

Shouto não conseguia ficar sentado. Em primeiro lugar, por que sua bunda doía. Em segundo lugar, por que era mais fácil pegar bebida ficando em pé perto da cozinha.

Eram três e vinte e quatro da manhã. Ele tinha bebido tanto que não conseguiria contar cinco dedos em uma mão, mesmo sabendo que era isso que teria nela. Bebeu vinho, champanhe, e em algum momento começaram a servir drinks, e ficou completamente perdido depois disso.

Tentou pegar mais uma taça de vinho, mas o garçom desviou de si. Ele fez uma careta, mas não conseguiu segui-lo. Estava escorado na parede. Acabaria caindo se saísse dali.

Viu Bakugou ao longe, sentado numa mesa com uma cerveja. Todoroki nem tinha visto que tinham cervejas. Conseguia vê-lo nitidamente, apesar da bebedeira. Era surpreendentemente fácil mantê-lo em seu foco.

Não sabia como tinha começado a gostar tanto ele em mais ou menos vinte e quatro horas (um pouco mais, já que tinha chorado nele a uma da manhã antes, e agora já eram três). Pensou que Katsuki fosse ser difícil de suportar, mas agora só queria ficar perto dele.

A maquiagem no seu rosto estava intacta. Percebeu isso quando se olhou no espelho que tinha ao seu lado - e levou um susto a princípio, por que achou que tinha alguém atrás de si, mas era simplesmente seu reflexo. E precisava admitir que estava lindo.

Ele piscou repetidamente, andando, meio zonzo, até Katsuki. Se atirou na cadeira ao lado dele, deitando a cabeça na mesa.

— Eu to acabado.

— Somos dois. — O loiro concordou. Sua voz soou embriagada, e ele revirou os olhos. — O Deku me mandou sentar aqui, por que eu não conseguia parar em pé direito. Eu bebi pra caralho.

— Bebi muito também. E não comi nada. Será que ainda tem sanduíchinhos no buffet? To com fome.

— Deve ter. Quero ver é você conseguir ir lá pegar.

— Eu preferia dormir. — Fechou os olhos, sentindo seu cérebro girando dentro da cabeça. — Quando vamos embora?

— Não faço ideia. Eu iria agora, também, mas não queria deixar o Deku sozinho. — Falou, largando a cerveja na mesa e apoiando um cotovelo nela, colocando o rosto na mão. — Que porra.

— Tão fazendo o que ai? — Izuku apareceu, parando no meio deles. Sua maquiagem estava levemente borrada nos olhos e sua expressão cansada. Mas ainda estava quase intacto. — Shouto, você parece melhor que o Kacchan. Consegue levar ele pra casa por mim? Peçam um táxi, sei lá.

— A gente não tá fazendo nada. — O meio a meio levantou o rosto, completamente tonto. — E claro. Levo ele pra casa. Um táxi eu consigo pedir.

Spoiler: ele não conseguia.

Estava com um braço do loiro nos seus ombros, e o seu próprio na cintura dele. Andavam pelas ruas, batendo em postes e lixeiras, e não sabiam onde pegar um táxi.

— Por que você disse que conseguia fazer isso?! Seu merda. A gente vai acabar dormindo aqui na rua. — Ele reclamou, quase caindo. — Puta que me pariu.

— Calma, porra. — Começou a rir, sua visão ficando turva. — Ai. Acho que pisei em cocô.

— Eu to muito puto. — Ele não conseguiu conter a risada que saiu da sua boca. Eles bateram num muro alto. — Eu não faço ideia de onde a gente tá.

— Muito menos eu! — Ele levantou os olhos, a luz neon verde que vinha de cima de um prédio o fazendo sentir dor de cabeça. Ele sorriu. — Isso é um hotel?

ギャング || 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐛𝐚𝐤𝐮𝐝𝐞𝐤𝐮 Where stories live. Discover now