𝑖 ℎ𝑎𝑣𝑒 𝑡𝑤𝑜 𝑏𝑜𝑦𝑓𝑟𝑖𝑒𝑛𝑑𝑠 𝑛𝑜𝑤

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《Narrative; Author》

Shouto observou enquanto Bakugou se contorcia levemente na cama. Seu rosto tremia em fracas expressões de dor, como se não tivesse forças suficientes para sofrer mais. O coração do meio a meio se apertou no peito com isso.

Ele estava assustado com a ideia de Izuku matando Denki. Mas sabia que era necessário, mesmo que não gostasse disso. Tentava não se preocupar agora, até por que não importava. Ele acabaria morto de todo jeito.

Katsuki se sentou num pulo, tirando Todoroki de seus devaneios. Ele levantou rapidamente da cadeira que estava, parando a frente do loiro.

- Que dor fodida da porra. - Ele gemeu, apertando a mão no ombro. - Cade o Deku?

- Foi matar o Denki. Não consegui. - Ele assentiu com a cabeça. Eu sorri torto. - Não tem algum remédio pra você tomar?

- Tem. Pega na gaveta pra mim, por favor.

Ele pegou e entregou ao outro, junto com um copo d'água o qual pegou rapidamente na cozinha. Katsuki não parava de encará-lo - diga-se de passagem, comê-lo com os olhos.

- Katsuki. - Ele fechou os olhos em satisfação ao ouvir seu nome sendo dito pelo meio a meio. - Vocês realmente iam atrás de mim? Pra.. ficar comigo? De verdade?

- De verdade. De verdade pra caralho, Shouto. Você precisa ser nosso. Eu não aguento mais isso. Você quer namorar com a gente ou não?

- Que? Katsuki, meu Deus-

- Você nem ouse dizer que não. - Ele interrompeu o meio a meio, respirando fundo em seguida. - Eu sei que temos muito o que conversar. Sei que tenho que pedir desculpas pelas coisas que disse.. e pelas que não disse, também. Me desculpa. Você precisa falar com o Izuku também. É muita coisa. Muita informação. Sei que te deixamos de lado, que te largamos, que te usamos. Fomos horríveis com você, Shou. Você merece muito mais do que nós, merece.. coisas boas. Tudo de bom. Alguém bom. Não eu. Mas a questão é que eu te amo. Eu te amo tanto que eu provavelmente vou aceitar se você disser não. Eu te amo tanto, mas tanto, que eu espero um não. Em partes, eu quero um não, por que quero o melhor pra você, e isso definitivamente não sou eu. Nem o Deku. Nem essa porra toda de máfia que eu te enfiei no meio. Eu quero que você fique bem, com alguém que vá te amar como eu te amo e cuidar de você como eu quero cuidar, mas que não tenha os problemas que eu tenho e que não seja ruim que nem eu sou. Você entende? Entende isso tudo? - Todoroki mal conseguia sustentar o olhar do loiro. Seus olhos estavam cheios d'água quando assentiu com a cabeça. - E você ainda nos quer? Consegue nos querer?

- Mais do que qualquer coisa na vida. - Ele sorriu. - Katsuki, caralho, eu te amo. Você é muito estúpido se achou que eu diria não. É óbvio que sim.

E Shouto o abraçou com todo o cuidado do mundo. Apesar de envolvido pelo momento, não se deixou levar muito, pra não acabar se atirando no loiro e o machucando mais ainda. Ele retribuiu o abraço apertado com seu braço que não estava enfaixado.

- Tenho dois namorados agora. - Quando se afastou, Todoroki percebeu que o outro estava chorando. Mais do que o meio a meio achou que ele pudesse. - Legal.

- Não chora. - Passou as mãos pelo rosto dele, limpando as lágrimas com os polegares, ignorando completamente as que escorriam pelo seu próprio rosto. - Meu amor, tá tudo bem. Vai ficar tudo bem com a gente.

- Eu não queria mais isso. - Bakugou fungou, o choro ainda não parando. - Minha mãe me obrigou a ser chefe nessa porra. Eu queria só devolver o cargo pra ela e viver uma vida em paz e feliz. Não precisava ser fora do crime, sabe? Não ligo. Fodase. Mas é tão cansativo comandar tudo. Mesmo dividindo entre dois.

- Entre três, agora. - Ele se encaixou entre as pernas do outro, em pé com ele sentado na bancada. Apoiou as mãos na suas coxas e sorriu. - Espero que eu possa ser útil.

- Você vai ser. Mas ao mesmo tempo eu só queria, sei lá, fugir pro Havaí com um monte dinheiro e vocês dois e passar meus dias bebendo água de coco e tomando sol na praia.

- Isso não parece nadinha com você. - O maior riu. - Mas eu ia curtir, também.

- Se a gente tiver mais qualquer problema ou complicação por aqui, vamos ter que colocar esse plano em prática. - Ele suspirou, parecendo realmente cansado. - Me promete isso? Que a gente foge pro Havaí?

- Eu prometo. Se o Izuku estiver de acordo.

- Pode ter certeza que ele vai estar. - Ele abaixou a cabeça, enfiando o rosto no pescoço de Shouto. - Saboreie essas palavras por que vai ser a única vez que vai ouvir elas de mim. Obrigado, Shouto.

- Você não tem o que agradecer. Eu sou todo seu. - Katsuki subiu o rosto lentamente, sua boca aos poucos encostando na do outro. Shouto colocou as mãos no rosto dele, sentindo as dele na sua cintura. Era um beijo lento, apaixonado. De um jeito que eles nunca tinham beijado. Tendo admitido seus sentimentos, sabendo exatamente o que sentiam um pelo outro.

- Trabalho feito, amores. - Izuku falou ao entrar no cômodo, fazendo com que os outros dois se separassem lentamente, como se fosse uma tortura ficar longe. - Já nos entendemos?

- Sim. - Katsuki respondeu, estendendo o braço pra chamar o esverdeado. Ele se aproximou e o loiro rodeou o braço pelo seu pescoço. - Ele aceitou namorar com a gente. Desculpa perguntar sem você.

- O que importa é que ele é 100% nosso agora. - Todoroki sentiu suas bochechas esquentarem com o comentário. Gostava do jeito possessivo de Midoriya.

- A gente pode ir pro Havaí se tudo der errado por aqui? - Todoroki perguntou, fazendo com que o menor risse.

- Claro. Porque não? - Izuku respondeu, os olhos vidrados em Shouto. Era bom ter ele de volta.

- Matou ele? - Todoroki perguntou. Midoriya fez uma careta.

- Claro. - Se arrependeu no mesmo segundo de ter mentido. Mas não importava muito. Denki estava morto.

- Tá. Ótimo. Preciso de um tempo sozinho, agora. Mas estamos bem, eu garanto. Só vou desovar o corpo do Shinsou e arrumar meu apartamento. Depois relatar o desaparecimento do Kami na polícia. - Passou uma mão pela cintura de Izuku, sorrindo pra ele com mágoa. - Obrigado por fazer o que eu não consegui.

Todoroki beijou o esverdeado. Ele pareceu surpreso a princípio, não esperando que o atual namorado tomasse qualquer atitude. Mas acabou sorrindo durante o beijo, retribuindo e enfiando a língua na sua boca. Katsuki observou com uma expressão neutra no rosto, mas aquilo realmente o deixava feliz.

- Vou indo. - Se afastou aos poucos do esverdeado, com alguns selinhos no processo.

- Volta amanhã. - Katsuki não pediu - ele mandou. - Cedo.

- Depois do trabalho. Ainda sou policial. - Ele riu com aquilo. - Mas eu volto.

Deu um selinho em cada, então saiu de lá.

ギャング || 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐛𝐚𝐤𝐮𝐝𝐞𝐤𝐮 Onde histórias criam vida. Descubra agora