𝑏𝑟𝑜𝑡ℎ𝑒𝑟

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《Narrative; Author》

Eram quatro da manhã quando Shouto chegou no seu apartamento. Nem notou o tempo passando, mas ficou surpreso com a quantidade de coisas que podiam acontecer em menos de doze horas.

Tinha se acertado com Izuku depois daquelas duas semanas, ele tinha sido sequestrado e tinham o salvado, tudo na mesma noite. Todoroki sentiu que estava finalmente respirando aliviado, pela primeira vez, depois daquela loucura toda.

Então sua campainha tocou. Não teve nem um mísero minuto de paz. O som irritante ecoou no seus ouvidos, e ele revirou os olhos ao se virar e abrir a porta. Não tinha nem saído dali da frente.

— Oi, irmão. — Ele estava vestido normalmente agora; diferente de antes, que usava uma roupa esquisita. — Podemos conversar?

— Claro. — abriu espaço pro mais velho entrar, e ele assim o fez, o meio a meio fechando a porta atrás deles. O direcionou até o sofá e se sentaram. — Como você se meteu nisso?

— Eu ia te perguntar a mesma coisa, senhor policial. — Touya se esquivou da pergunta, olhando pro irmão com certa desconfiança no olhar. — Você começou a sair com o verdinho por causa de investigação?

— Sim. Eles quiseram me recrutar, eu acabei me descobrindo bissexual, e gostando demais deles pra levá-los a justiça. E acabo ajudando quando eles precisam. — Soltou uma risada nasalada, como se surpreso consigo mesmo. — Na verdade, eu praticamente trabalho pra eles, só que infiltrado na polícia. Mas é assustador admitir isso em voz alta. Mas faria qualquer coisa pelo Izuku e o Katsuki, mesmo que eles me vejam só como sexo. Agora, sua vez. Não vamos fazer isso ser sobre mim. O que Diabos aconteceu, pra você acabar em uma máfia de Tokyo?

— Faz tempo que tô nisso. Desde que nós mudamos pra Tokyo. É só.. dinheiro fácil. E eu me dou bem nisso. Ninguém sabe, além do Hawks. E agora você. Desculpa por sequestrar seu namorado.

— Não foi você. Tudo bem. — Todoroki mordeu a bochecha por dentro. — Mas isso é complicado. Não acho que vamos manter esse acordo e simplesmente nos dar bem.

— Você não pode deixar seus namorados fazerem qualquer coisa contra nós. Se acabarem com meu grupo, vou ter que procurar outro, e eu gosto do Shigaraki, por incrível que pareça.

— Eu vou.. tentar o melhor pra termos uma paz nisso tudo. Mas não prometo nada. — Jogou a cabeça pra trás, desacreditado e com sono, fechando os olhos. — Como vai o bebê?

— Na barriga. O hawks vai fazer uma ecografia na Segunda. Vou voltar pra casa.. — Olhou seu relógio no pulso. — Daqui a quatro horas.

— Eu vou ir visitar vocês de novo um dia.

— Seria ótimo. — Se virou para Shouto, mesmo que ele não estivesse olhando pra si. — Agora vamos falar de você, mocinho. Como vai seu relacionamento com os mafiosos?

— Não muito bom. Sou apaixonado por eles, mas visto como sexo. Mas me conformei um pouco com isso.. acho que é o máximo que vou conseguir. — Levantou na cabeça, abrindo os olhos e puxando sua manga pra ver o número ali. — E um cara me deu o número dele. Mas não.. não tô interessado em mais ninguém além deles.

— Para de ser bobo. Se eles vão te tratar como objeto, não tem que dar prioridade pra eles. Fodase o Izuku e o Katsuki.

— Talvez você tenha razão. — Shouto pegou seu celular, salvando o contato de Shinsou. — Só pra eu não perder. mas não pretendo mandar nada.

— Deveria mandar, maninho. — Ele suspirou, olhando pro meio a meio com uma expressão que ele não entendeu. Parecia carinhoso, mas também como se não conhecesse o próprio irmão. O puxou pros seus braços, apertando-o com força contra si.

— Que foi, Touya? — Perguntou, rodeando as costas dele, que continuou com o abraço apertado.

— Nunca imaginei você nisso. Já me preocupava com você na polícia, mas agora é mais perigoso ainda. Não quero que nada aconteça com você, Shou. — Separou o abraço, segurando seus ombros, depois sorrindo. — Eu te amo, irmão.

— Eu te amo. — Respondeu, sorrindo torto. — Agora chega de melosidade. Quer dormir um pouco até a hora de você voltar pra Tokyo?

— 'Nah, eu preciso voltar pro quarto de hotel. Deixei umas coisinhas lá. — Deu um beijo na bochecha do bicolor, levantando em seguida. — Tchau, Shou. Me liga um dia desses, pra me contar como vai indo com seus namoradinhos mafiosos.

— E você vai me atualizando sobre o bebê. — Falou, acenando, enquanto o outro saía pela porta.

Seus sentimentos estavam meio confusos agora, mas em parte, estava aliviado por poder ser cem porcento sincero com Touya. Não precisava mais omitir os detalhes dele, e isso era bom. Podia realmente abrir seu coração.

Por outro lado, não queria que seu irmão fizesse parte dessas coisas. Preferia que ele fosse honesto - e que ficasse seguro. Mas isso era meio hipócrita da sua parte, considerando que também estava em uma máfia.

O silêncio dominou sua sala de estar, e percebeu que se sentia mais exausto do que imaginava. Agora que a adrenalina havia passado, o cansaço estava dominando seu corpo.

Foi até seu quarto e só tirou os tênis antes de se atirar na cama. E dormiu tão rápido que nem teve tempo de pensar em nada antes de simplesmente cair no sono.

ギャング || 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐛𝐚𝐤𝐮𝐝𝐞𝐤𝐮 Where stories live. Discover now