Capítulo 16 - Lute

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Maya caminhou em direção ao banco posicionado no meio do salão, sentindo o peso dos olhares de todos sobre si, apesar disso, ela não conseguia se importar, para fazer tal coisa ela teria de sair da espiral de nada em que estava e ela não faria isso, não sabia como fazer.

Sentando-se no banco, ela encarou a multidão a sua frente, todos aqueles olhos curiosos e repletos de emoção e energia fizeram seu estomago embrulhar, ela outrora havia possuído aquele mesmo brilho no olhar, quando seus pais estavam vivos e ela não havia tirado a vida de ninguém.

Minerva colocou o chapéu surrado sobre sua cabeça e não demorou para que ela ouvisse a voz em sua mente.

- Interessante, sabe se certos acontecimentos do passado não houvessem acontecido, a senhorita se encaixaria perfeitamente em uma determinada casa, mas a história não pode ser mudada.

- Interessante, sabe se certos acontecimentos do passado não houvessem acontecido, a senhorita se encaixaria perfeitamente em uma determinada casa, mas a história não pode ser mudada

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Vazia.

A palavra descrevia bem a morena sentada à frente da Targaryen, no dia seguinte a seleção da novata, Helga e Daenerys se encontraram no escritório dá fantasma para falar sobre a feiticeira recém-selecionada para a lufa-lufa, quando batidas soaram a porta.

Ao comando de Helga a porta se abriu e Dumbledore adentrou o cômodo sendo seguido pela garota de quem falavam, o diretor havia as cumprimentado e pedira que a Hufflepuff falasse com a garota silenciosa atrás de si.

Não era uma surpresa para Daenerys que Helga costumava ouvir os alunos e aconselhá-los, algo semelhante com os terapeutas do mundo trouxa sobre os quais havia lido alguns dias antes.

Agora, poucos minutos após Dumbledore se retirar, a platinada encarava a jovem a sua frente, sentindo o mesmo que sentira na noite anterior quando colocou seus olhos sobre ela pela primeira vez.

Ela era vazia, uma casca sem sentimentos e sem vida, o olhar vítreo onde era possível ver sua alma estilhaçada, quando Daenerys vasculhou sua mente e seu coração na noite anterior, tudo oque encontrou era banhado de dor, luto e raiva.

Almas normalmente eram barulhentas, ela podia ouvir sua pulsação e o movimento extasiante das auras, cada sentimento possuía um som, cada sensação produzia um ruído e no fim o conjunto de tudo produzia as mais belas musicas.

Entretanto, quando olhou para a alma da garota, não ouviu nada, tudo era tomado por um silêncio ensurdecedor, o som da solidão e do mais absoluto vazio, nada, era a isso que a alma de Maya agora era reduzida, sem música, sem paz, sem vida.

-Você é Maya, certo? Porque não se senta pra conversarmos um pouco.

Helga indicou a poltrona livre na sala e a garota se acomodou silenciosamente encarando a fantasma, seus olhos castanhos passando ligeiramente sobre a forma relaxada de Daenerys.

Maya permaneceu silenciosa pelos próximos trinta minutos depois que Helga lhe apresentou a mulher deitada despojadamente sobre um sofá

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Maya permaneceu silenciosa pelos próximos trinta minutos depois que Helga lhe apresentou a mulher deitada despojadamente sobre um sofá.

Ela estava bem consciente do olhar afiado que a platinada lhe direcionada e com determinação evitou olhar dentro de seus olhos vermelhos ou ela tinha certeza que acabaria sucumbindo ao pânico com as lembranças do sangue de seus pais manchando suas mãos em um tom tão semelhante ao dos olhos que agora a encaravam.

A fantasma que falava sem parar em tom calmo e doce, tentando desesperadamente conseguir uma resposta, era boa, ela poderia apreciar falar com ela em outros tempos, talvez até se senti-se inclinada a fazer amizade, mas não agora, não, agora ela apenas conseguia pensar no fato de ter perdido tudo o que tinha, seus pais, sua casa e sua vontade de viver.

Seus pais estavam mortos, qual era o sentido de continuar? Ela não deveria viver em um mundo em que eles não estavam.

A platinada finalmente pareceu se cansar ouvir as tentativas frustradas da amiga de faze-la falar em silêncio e perguntou a voz sedosa e sensual carregada de malícia e desafio e cheia de uma autoridade que era estranha para alguém que não deveria ter mais de dezoito anos.

- Você não fala, garota?

Maya sequer se deu ao trabalho de olhar em sua direção, o olhar sem foco na direcção da parede, a mulher no entanto não desistiu.

- O que foi? Não é capaz de olhar para mim quando falo com você? Diga-me, são os olhos? Eles costumam intimidar é normal, ou talvez, você só seja covarde e fraca demais para sair dessa concha vazia e enfrentar o mundo ao seu redor.

Maya fechou as mãos em punho sua mandíbula cerrada e o leve temor ao longo de seu corpo eram boas indicações de sua irritação crescente, mas a garota dos olhos de sangue parecia determinada a leva-la ao limite.

- Ah, é isso não é, eu acertei, você é fraca e covarde desistiu de lutar, ninguém deveria esperar mais mesmo, pessoas como você não teriam força para lutar nem se quisessem, eu poderia ensina-la, é claro, mais isso não importa, não é? Porque você nem mesmo vai tenta-

As barreiras de mais se romperam e ela direcionou as mãos para a a mulher com um grito e Daenerys foi arremessada contra a estante de livros do outro lado da sala, magia dourada prendendo seus pulsos contra o chão e rajadas de vento fazendo com que livros, folhas e pequenos objetos flutuassem.

- VOCÊ.NÃO.SABE.DE.NADA!

Mas Daenerys apenas riu, sangue escorria de um corte em sua testa e seu ombro estava claramente deslocado, Helga observava tudo impertubada de sua poltrona, como se visse situações como aquela todos os dias.

- Muito bem, agora nós estamos chegando em algum lugar, vamos docinho me mostre o que você tem aí, lute comigo.

As amarras douradas se soltaram e Daenerys se pôs de pé, com um movimento de sua mão Maya foi arremessada sobre a mesa do lugar e pode sentir suas costelas se partindo, sentimento ignorado em meio a raiva, ela então atacou novamente a outra mulher que revidou.

Elas permaneceram assim por duas horas, e quando mal paravam em pé, devido ao cansaço e aos ferimentos infligidos pela outra caíram contra o chão cheio de detridos e objetos quebrados se encarando e então, pela primeira vez desde a morte dos pais Maya sorriu, não um sorriso calmo ou bonito, mas um forte e maldoso, mais parecido com uma careta e ela nunca se sentiu mais viva.

- E então? Se sente melhor docinho? Ou preciso quebrar mais alguns de seus ossos, para que você tire a cabeça da própria bunda e lute?

- Não, eu me sinto melhor.

Ela finalmente entendeu o propósito daquilo, fora a maneira da mulher de tirá-la da concha e fazê-la reagir.

- Você diz que eu devo lutar, vai me ensinar como?

O sorriso que se espalhou no rosto da mulher foi nada menos que aterrorizante e seus olhos de sangue cintilaram.

- Com todo prazer.

Então a voz da fantasma a lembrou de sua presença, sua voz era animada e tranquila exatamente como quando ela adentrou o cômodo, bom ela podia admirar a habilidade de Helga de agir com normalidade, diante da situação.

- Bem, isso foi ótimo, agora, porque não se sentam aqui e bebem algumas das poçoes do meu estoque para tratarem desses pequenos contratempos? Talvez Dae até possa usar um pouco de seus dons para colocar esses ossos no lugar.

Demorei mas voltei! Sentiram saudades? Bom, sobre a Dae provocar a Maya pra fazer ela reagir, eu peguei um pouco da experiência de uma amiga, ela também só reagiu e lutou por ela mesma quando eu literalmente cutuquei todos os tramas dela e estapei a cara dela até ela revidar, por mais babaca que possa parecer, ela, assim como a Maya estava em um estado catatônico e depois de tentar traze-la de volta de todas as maneiras o único gatilho que fez ela acordar pra vida e voltar a lutar foi a raiva.

Ah, eu escrevi esse capítulo pelo celular e não revisei, então ignorem qualquer erro.

Bom, foi isso, espero que tenham gostado e até o próximo capítulo!

Marauders Era - A Quinta FundadoraWhere stories live. Discover now