Confissões

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James procurou pela casa toda e pelo jardim. Não encontrou nada.
-Viste a cara dele?- perguntou-me James.
- Não, ele tinha a cara tapada com um gorro negro- respondi.
- Não faz mal. Mas temos de chamar a polícia.- disse James.
Reparei num bilhete no chão. Apanhei - o e abri-o: " o teu lugar não é aqui. Vou fazer da terra o teu inferno". Não sabia quem tinha sido, mas fosse quem fosse sabia que eu era um anjo. Lembrei - me dá única pessoa que sabia: Chase. Ao perceber quem era disse a James:
-Não é preciso chamares a polícia. Eu própria vou resolver este assunto.
Ao outro dia de manhã levantei - me cedo, vesti - me, comi, tirei a ligadura da mão e sai disparada de casa. Fui direita a casa de Chase. Bati à porta e ele abriu a logo:
- Vejam só, o anjo decidiu sair de casa.- provocou Chase.
- Achaste engraçado?- disse eu irritada.
- O quê?
- O quê? Gostaste de brincar comigo não foi? Deves ter adorado ver - me sofrer.
Chase olhou para a minha mão, ainda queimada. Reparei que pela primeira vez ele mudou o seu olhar. Já não tinha aquele olhar de mau, tinha um olhar de arrependido. Eu continuei a falar:
- Qual foi a coisa que mais gosta - te Chase? Foi de quase me fritares ou de quase me entalares na porta?
- Não digas parvoíces, anjo parvo.
- Ah, já sei. A tua parte favorita foi quando me atiraste pelas escadas e depois te ficaste a vangloriar, ficaste ali a ver - me chorar e a admirar a tua grande vitória.
- Cala - te. Não digas disparates.- gritou Chase.
- Disparates? Vais negar o que eu disse? Vais negar que ficaste ali a ver - me chorar?
-Não, não vou negar que fiquei ali a ver - te chorar mas não foi para me vangloriar. Foi para ver de estavas bem...
- O quê?
- Quando te vi pela primeira vez sube logo que serias uma rival a altura. Por isso sube logo que teria de dar o meu melhor com este humano, que teria que agir rápido. Quando te vi chorar, percebi que tinha ido longe demais. Não te queria queimar e muito menos magoar daquela maneira. Só te queria assustar. Por isso é que fiquei ali...Para ver se estavas bem. Depois tu viste - me e eu reparei que James estava a chegar...Por isso corri dali para fora. Se queres saber, eu não escolhi este humano, não escolhi esta vida é não te escolhi para rival.
- Pois, não és o único...- mantive o tom severo e continuei a falar-... eu também não escolhi esta missão. Por mim, eu ainda estava no céu e não teria vindo para a terra. Sei que não me escolheste para rival, mas escolheste os métodos que usaste contra mim. Por isso, não penses que vou ter pena de ti, ou que vou ser menos competente. Eu vou trazer o James e vou voltar para a minha casa.
- Eu percebo. E não faço tensões de desistir do James nem de te facilitar a vida. Eu quero voltar para a minha casa.
Virei costas e comecei a seguir a direção da minha casa. Ouvi Chase gritar:
- Juliet, o teu braço...se és um anjo não devia já ter sarado?
- Não, apesar de me curar mais depressa do que os humanos, esta queimadura foi profunda. Vou precisar de mais algum tempo.
Chase fez uma cara de culpado. Eu ainda estava zangada, mas percebi que Chase estava arrependido. Chase não queria esta missão...Chase não queria isto. Apesar de me sentir mal pelo que tinha dito, não quis mostrar a minha fraqueza. Estava pronta para seguir o meu caminho quando oiço Chase dizer, ainda que em tom de voz baixo:
-Desculpa, Juliet.
Fingi não ouvir e continuei a andar. Seria aquilo possível? Estaria o anjo rival a pedir-te desculpa?

ANJO CAÍDO (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora