XLIX: Último gatilho, última bala.

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─ A garota por incrível que pareça não tá nem exagerando, tem até um memorial no antigo consultório e tu-

─ UM MEMORIAL??? - Acabei gritando e senti meu rosto ruborizar.

─ É, um memorial! Não grite, vai acordar os demônios e o manezinho dentro de você. - Shigaraki diz tentando parecer calmo para não pular no meu pescoço.

─ Claro perdão... Podem me levar até lá? - Perguntei quase implorando.

─ Vai sozinho. - Shigaraki responde.

─ Waaa não? E se me virem? AKA-CHAN VAI COMIGO POR FAVOR!

─ Você tá muito chorão nesses tempos, pra quem não derramava uma lágrima. Sim eu vou com você.

Ela responde depois de dar risadinhas da minha tão bela cara.

─ Isso porque a senhorita não o viu quando criança, as vezes ele só precisava descarregar tudo. - Minha mãe acaba com minha reputação em segundos.

─  Eu posso imaginar, Inko! Venha Izu, você vivia me apressando agora venha.

─ Aí calma o negócio não vai sair andando.

─ Olha por onde pisa, tomem cuidado. - Tomura se despede.

...

...

...

Não via essas ruas como eu vejo hoje.

Em nenhuma noite eu perceberia o quão essa brisa é aconchegante.

É de se arrepiar, nem é por conta do frio é mais pela nostalgia familiar.

─ Nossa...

─ É bonito não é? Eu fiquei admirada, muitos pais se sentiram um vazio por não conseguirem explicar pros filhos onde você tinha ido...

─ Eu gostaria de pedir perdão para todos, mil vezes se fosse possível. Gastaria meus suspiros pra isso. Nem minha morte e nem minha ressurreição trouxe algo para eles, só prendi essas crianças em uma realidade pior do que antes.

─ Nada disso é culpa sua, afinal também era uma criança quando decidiu que faria mudanças com o próprio sangue, Izuku nada foi em vão. O mundo aprendeu coisas com você, mesmo nem você sabendo o que ensinou. Não foi professor para heróis apenas.

Os punhos cerrados e a palma das minhas mãos recebe todo meu arrependimento em forma de força bruta.

Tudo isso... Em que mundo eu seria merecedor de tudo isso?

Cada pessoa, como elas não tiveram o mínimo de receio de deixar flores fotos e velas aqui... Mesmo depois de saber que seu médico era um assassino.

Nada disso faz sentido. Por que eu?

Eu não sei se mereço essa devoção toda.

Ou se quero essa devoção toda.

─ Se esconda. - Akane diz me acordando do meu transe, me escondo em uma ilusão mais rápido a que levar um susto.

─ Koizumi. Não é de surpresa a ver por aqui novamente.

─ Ingenium, ainda vivo? Isso sim é surpreendente.

─ Muito engraçado da sua parte. Mas entende, Shoto da muito trabalho, parece um adolescente rebelde.

É o que? O que ele vem fazendo de tão alarmante?

─ O que quer aqui? Se veio para atormentar quem nem aqui está, por favor vai arrumar o que fazer. Vocês heróis não tem papel pra assinar? Lei pra sugerir? Uma ditadura pra começar? Achei que era assim que funcionava.

"𝑴𝒆𝒖 𝒏𝒐𝒎𝒆 é 𝒂 𝑽𝒆𝒓𝒅𝒂𝒅𝒆" - Uma Jornada DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora