Insônia | Gabriel B.

capítulo 51

GABRIEL

As últimas fotos do grupo foram tiradas antes de nós voltarmos para o iate, o sorriso leve e satisfeito da Maria Júlia foi algo impagável para mim.

Tivemos a sorte de ver golfinhos, e é claro que filmamos o momento, eu e a minha paixão combinamos de não postar para não dar na cara que estamos juntos de novo.

Quando descemos no cais, o clima entre nós estava ótimo, sinceramente eu daria tudo por uma cama bem confortável para eu passar o resto da noite.

De preferência uma em que eu tenha uma morena bonita do lado.

—não podemos ficar agarrados lá fora, então um último beijinho—a mulher disse ficando na ponta dos pés e selou os nossos lábios com rapidez. O cachorro em seu colo latiu e ela deu risada.

Já começou os ciúmes do que nem é dele.

—acho que já podemos anunciar para a imprensa que voltamos.

—sinto que isso é concreto dessa vez, mas eu realmente prefiro guardar a nossa relação para nós. Até porque não estamos juntos por mídia—eu concordei deixando um beijo no topo de sua cabeça e a ajudando a descer do barco com segurança.

—vai com a gente amiga?—Andressa perguntou e eu segurei o ombro da Maju sinalizando que eu quero deixá-la em casa.

—eu levo ela, obrigada—a abracei por trás mas a encrenqueira me afastou me olhando de cara feia.

—vamos direto para minha casa amor—giorgian disse segurando a mão da "namorada".

Fabinho e Lívia se despediram de nós com rapidez porque segundo eles a mulher ainda tem uma reunião online com pessoas que ela agencia.

—vai para casa hoje?—perguntei para a minha irmã apenas para a deixar constrangida, sei o quanto ela odeia que eu me meta em sua intimidade mas não é como se ela não fizesse a mesma coisa na minha vida.

De qualquer maneira é um jeito de cuidar.

—você sabe que não Gabriel—minha cópia respondeu e tive que me segurar para não dar risada da cara vermelha do criado vascaíno dela—beijos cunhadinha, nos vemos amanhã?

—amanhã não vai dar, vou passar o dia com a minha sobrinha—minha irmã assentiu e as duas se abraçaram antes do casal também ir embora.

Sobrando apenas nós dois, fomos em direção ao meu carro.

—a Valentina vem ficar com você?—puxei o assunto sobre o que ela tinha dito para a Dhiovanna. Sempre me dei bem com crianças mas aquela garota é especial.

Minha quase sobrinha é tão esperta que eu lembro de as vezes duvidar que aquelas ideias saíam mesmo da própria cabeça dela. Na hora de aprontar para o meu lado a menina era um gênio, eu caia em suas pegadinhas todas as vezes.

Tem um QI maior que o meu com certeza.

—combinamos dela passar dois dias lá em casa, estou morrendo de saudade—ela disse abaixando pouco do vidro da janela porque o cachorro estava arranhando, pedindo para sentir o vento.

—vocês já tem programação?—perguntei colocando uma mão na perna da Maju.

—na verdade não, alguma sugestão?—eu franzi a testa tentando em pensar em alguma coisa menos óbvia, mas nada me veio na cabeça.

—podemos achar um parque ela goste, não deve ser difícil de agradar ela—Ju me ofereceu um sorriso contido.

—nós?—eu olhei para ela e concordei dando uma risada abafada.

—acha mesmo que eu vou deixar duas damas indefesas a mercê do Rio de Janeiro?—ela revirou os olhos e eu dei um tapa em sua coxa apertando em seguida.

—vou conversar com a Valentina e te aviso se ela te aceitar no nosso passeio-—fiz uma cara de ofendido e ela deu risada encostando a cabeça no meu ombro.

—você só está com medo de não receber atenção porque sabe que ela gosta mais de mim—foi a vez dela abrir a boca afetada.

—doeu tá? as vezes a gente não precisa esfregar a verdade na cara do colega—ela ligou o rádio e nós fomos ficamos em um clima agradável curtindo o pagode.

Fiz o retorno para o centro onde eu me lembro de já ter visto um pet shop quando passo indo para o CT.

—não é o caminho para o meu prédio—eu pisquei para ela e a mesma me olhou curiosa, mas não parecia nervosa.

—surpresa—e confiando em mim não houveram mais questionamentos até chegarmos no local.

Descemos os dois do carro pois eu não perderia um momento tão especial nas nossas vidas como a escolha da primeira roupa que o Lil Gabi júnior vai usar.

O Gabriel de dois anos atrás deve estar apontando o dedo para mim e rolando no chão com a barriga doendo de tanto rir.

Minha mãe ficaria orgulhosa.

Por pensar nela e aproveitando que voltamos a ter sinal de telefone, peguei o meu aparelho para mandar mensagem avisando que já chegamos e que estamos bem, pois duvido que a desleixada da minha irmã vá lembrar disso.

Aproveitei para tirar uma foto do lil Gabi júnior no colo da Maju para mandar para ela.

—um pet shop? sério?—ela perguntou desacreditada, mas o brilho em seus olhos não negava que ela se sentiu tocada pela minha atitude.

Me sinto um ótimo homem agora, talvez mais forte que há alguns minutos atrás.

—eu mereço participar do enxoval do meu primogênito—Ju deu risada não parando de me encarar, no fundo dos seus eu indentifiquei o que ela queria me dizer.

Também amo você Maria Júlia.

Respondi sem dizer uma palavra e ela pareceu ter entendido pois ficou na ponta dos pés mais uma vez para me dar um beijo, sem se importar se estamos no meio da rua ou não.

—vamos as compras filho!—exclamou animada dando um pulinho e olhando para o cachorro que lambeu o rosto dela—aproveitar que hoje o papai paga.

Ainda bem que eu fiquei rico em algum momento da vida e consegui um cartão ilimitado.