capítulo 16

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Em 2019.

O ar condicionado estava gelando o quarto, mas isso não importava para o casal embolado na cama.

A sobrinha de Maria Júlia não havia aguentado a tarde agitada que o "tio" Gabe lhe proporcionou no parque de diversões e dormiu agarrada ao boné do jogador antes da partida de vídeo game começar.

—não tem jeito amor, ela é apaixonada por você—a morena comentou sorrindo para o namorado, deixando um beijo rápido nos lábios do mesmo.

—e quem não?—rindo, Maju deixou um tapa em seu peito voltando a prestar atenção na TV—quando a gente vai fazer o nosso?

—nosso o que?

—filho paixão—a mulher levantou o olhar e encarou Gabriel segurando uma risada, até então ele nunca tinha comentado sobre o assunto de maneira séria.

—você quer para quando?—perguntou divertida, só para saber até onde o assunto ia.

—isso já é contigo, o corpo é seu e acho certo tu decidir. A gente treinando todo dia já fico satisfeito.

—Gabriel!—ela o empurrou para longe, só porque sabia que ele a agarraria trazendo de volta. Ele nunca a deixaria ir.

—eu quero tudo com você—os olhos da morena brilharam em resposta. Ela também queria, e se possível ainda mais.

—eu te amo tanto paixão—ela sussurrou como se fosse um segredo só deles, selando as palavras com um beijo molhado.

—nunca vou esquecer você Maria Júlia—e aquela era uma promessa que ele não poderia descumprir nem se quisesse. Não tinha jeito, no fundo do seu coração ele sabia, que outra igual a ela nunca ia existir em sua vida.

MARIA JÚLIA

Flamengo ganhou e o Rio de Janeiro explodiu, tinha me esquecido como era essa sensação. Classificados!

Pensei duas vezes em me despedir do pessoal e voltar para casa direto para não ir ao vestiário, mas acabei sendo levada pelas meninas que me praticamente me arrastaram.

Se eu disser que não fiquei balançada pelo jeito que o traste falou comigo eu estaria mentindo. Esse descarado ainda sabe como me dobrar, por isso levantar as minhas barreiras ainda mais.

—partiu casa do meu irmão amiga?—Dhiovanna me abraçou por trás e eu a olheira desconfiada, a mesma fez uma carinha de cachorro molhado—por favor, vamos curtir!

—deixa de ser suja garota, não precisa apelar, eu vou também—ela comemorou me apertando e disse que ia esperar o jogador caro terminar sua entrevista para irmos.

Depois do nosso grupo conseguir se reunir novamente, saímos por um atalho até o estacionamento privativo, deixei que o carro do meu ex e do dos seus seguranças me descem passagem no meio da confusão que acontecia no lado de fora do estádio.

Passei o maior medo quando presencisei de dentro do meu veículo dois torcedores, sendo um do flamengo e outro do galo, brigando de soco. Tive que virar o rosto para não ver o sangue escorrendo do rosto de um.

E aí eu pergunto, para que? Tudo nessa vida tem limite, ninguém deveria ser tão fanático por um time a ponto de arriscar sua própria vida para "defende-lo" enquanto isso a diretoria dos clubes continua faturando milhões.

Insônia | Gabriel B.Where stories live. Discover now