𝘼𝙘𝙖𝙨𝙤

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𝗕𝗮́𝗿𝗯𝗮𝗿𝗮 𝗣𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀🩷

—— olha que coisa mais linda —— Carol pega um quadro que nele tinha escrito o nome Madison.

Como ontem eu me mudei , eu esperava que eu fosse ficar o dia todo deitada na minha cama , remoendo pela minha mudança mas não, minha melhor amiga passou na minha casa e me trouxe forçada em uma loja de decoração para bebês.

—— lindo Carol ——digo sem dar muita importância e volto a mexer no meu celular.

—— Bárbara ! —— meu celular é tirado das minhas mãos e eu olho com raiva para Carol —— será que você pode se animar? Estamos comprando coisa para sua filha.

—— a gente vive saindo para comprar coisas para Madison, será que eu não posso estar desanimada só hoje? —— corpo as palavras rispidamente sem ao menos perceber.

—— momentos assim são importantes. Você está já está de quase oito meses e a bebê não tem o quartinho arrumado! —— reviro os meus olhos e bufo. Eu odeio que ficam me cobrando as coisas. Eu arrumo o quarto da minha filha quando eu quiser —— não pode pelo menos fingir estar animada?

—— você me arrastou da minha casa sem a minha vontade, eu estou chorando desde ontem, não queria ter mudado, meus pés estão doloridos e caso você não saiba a barriga pesa! —— tomo o meu celular de sua mão —— me desculpa se não estou com a mesma animação que você Carolina.

Vejo minha amiga abaixar a cabeça e suspirar —— poxa Babi, eu só queria que você se distraísse. Me desculpa se forcei você a vim!

Me arrependo imediatamente pelo jeito que a tratei, por causa dos meus hormônios eu estou tratando todo mundo com falta de respeito e estou sem grossa sem precisar. Falo muita coisa sem pensar e deixo as pessoas magoadas.

Carol vira as costas e começa a caminhar rumo a porta da loja —— vamos..

—— Carol...podemos comprar algumas coisas hoje e...

—— só vamos logo Bárbara! —— mordo meus lábios e começo a caminhar junto dela.

Entramos em seu carro e ficamos em um silêncio agonizante até chegarmos da frente da minha nova casa.

Abro a porta e saio do carro. Entro no prédio e passo pela portaria onde o porteiro me cumprimenta amigavelmente. Adentro o elevador e vejo que tinha uma senhora lá dentro.

Percebo que o olhar da moça desce imediatamente para a minha barriga e sua cara é de um certo nojo. Me encolho diante do olhar de julgamento da senhora e começo a puxar as pontas do meu dedo.

Os blusões que eu costumava usar já não disfarçavam mais a minha grande barriga. Estava muito visível.

—— você tem quantos anos?! —— a moça pergunta grossa.

—— ah..eu tenho dezoito —— digo baixo e ela franze o nariz. Desvio o olhar e fico ansiosa na espera das portas do elevador se abrirem rápido para que eu saísse dessa tortura.

—— tão nova e já está gravida..esse mundo realmente está perdido —— continuo olhando fixamente para as portas —— você não tem vergonha na cara ? Não sente vergonha de andar por aí esbanjando sua barriga ridícula? Chega a ser nojento garota, você não devia estar tendo relações sexuais com essa idade, muito menos está grávida! Que falta de irresponsabilidade.

Minha respiração começa a acelerar e meu pé bater freneticamente no chão. Meu olho se enche de água e eu olho para cima tentando não chorar.

Quando as portas 𝘧𝘪𝘯𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 abrem eu saio apressadamente de lá de dentro e praticamente corro pelo corredor. Pego a chave do apartamento em meu bolso e abro a porta. Quando entro me encosto na porta e deixo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

Por sorte Victor não estava na sala, provavelmente estava dormindo já que estava de manhã.

Solto um soluço alto e levo a minha mão até minha boca pra abafar o choro.

Eu estava me sentindo um lixo! O pior é saber que todos pensam como aquela mulher..todos me julgam com o olhar quando ando pela rua. As vezes eu até evito de sair de casa por esse motivo.

Tento me acalmar e regular a minha respiração. Isso pode fazer mal para Madison e isso não é o que eu quero.

Escuto passos no corredor e logo Victor aparece na sala coçando os olhos. Quando seus olhos param em mim ele paralisa por alguns segundos e em seguida vem rapidamente até mim, me envolvendo em seus braços.

—— meu Deus, o que aconteceu? —— coloco meu rosto da curva do seu pescoço e o aperto mais no abraço.

—— uma idosa acabou de dizer o quão é nojenta eu sou por estar grávida! —— minha voz sai embargada.

—— o que? —— Victor diz sério —— como assim? Ninguém tem o direito de falar assim com você. Me fala como ela é que vou atrás dela agora.

—— mas ela tem razão...—— digo baixo.

—— claro que não. Pare de falar isso Babi —— tiro meu rosto de seu pescoço e ele segura em minhas bochechas —— você é forte por ter tomado a decisão de ter a nossa filha, ninguém pode te julgar por isso, eles não tem o direito!

Victor segura minha mão e me leva até o sofá. Sento em seu colo e abraço ele. Sua mão começa a acariciar meus cabelos e ficamos assim pelo resto da manhã.