𝘼𝙘𝙖𝙨𝙤

05

𝗩𝗶𝗰𝘁𝗼𝗿 𝗔𝘂𝗴𝘂𝘀𝘁𝗼🎭

Eu não estou fazendo um papel de ridículo, eu apenas estou dizendo a verdade, de como me sinto em relação a isso que aconteceu na minha vida ontem.

É tanta coisa para engolir que não estou conseguindo raciocinar. Não posso ser pai! Eu não devo ser pai! É claro que queria ter filhos, porra, mas não agora né?! Principalmente com uma garota que eu nem conheço.

Hoje durante os horários das aulas eu não contei a ninguém, nem mesmo ao Arthur, meu melhor amigo. Não queria virar motivo de chacota por ter engravidado uma menina.

Meus pais disseram que hoje eu teria que ir em uma consulta de ultrassom que Bárbara ia fazer, e que a partir de hoje irei em todas.

O sinal do fim da aula tinha acabado de tocar, vou até o estacionamento da escola e procuro por Bárbara, a encontro perto de uma garota loira que eu acho que se chama Carolina. Caminhos até elas e ambas me olham com uma cara nada boa.

—— o que você quer aqui tucano? —— a loira cruza os braços e se aproxima de me mim —— se veio ofender a minha amiga novamente, eu espero que você saiba que vou te matar!

Bárbara coloca a mão no ombro da amiga e a puxa pra trás —— tá tudo bem Carol, tenho minha primeira consulta hoje e, infelizmente, ele tem que ir, né.

—— você é doida garota, porque não cuida da sua vida loira azeda? Deixa que eu me resolvo com Bárbara —— rebato a garota que arqueia as sobrancelhas e se prepara para debater quando Bárbara a impede de novo.

—— Carol, deixa pra lá. Que coisa chata vocês dois!

—— uh, tudo bem —— Carolina caminha até o lado do banco do carona e abre a porta —— você tem consulta certo? —— a morena confirma —— vou com vocês dois. Até porque, sou mais pai que esse narigudo aí. —— ela se enfia dentro do quarto e eu encaro Bárbara, a garota não pode ir com a gente, pode?

—— ué , ela tem razão —— Bárbara sorri dando de ombros e entra no banco do motorista. Reviro meus olhos e entro na parte de trás do carro.

O que eu fui arrumar pra minha vida?

Durante o trajeto as meninas colocaram umas músicas super bregas e ficaram fofocando sobre , praticamente, a escola toda. E como não sou bobo eu prestei atenção em cada detalhe.

No momento estamos na sala de espera enquanto esperamos a vez de Babi chegar.

Sentado um pouco distante de Bárbara e Carol, eu consigo perceber o nervosismo da mais baixa, que roía suas unhas e balançava as pernas freneticamente. Carolina uma vez ou outra, mostrava algo nas revistas para poder distraí-la o que , claro , não adiantava muito.

Uma enfermeira chama o nome de Bárbara e nos três nos levantamos e seguimos ela até a sala da médica que acompanharia toda a gestação de Babi.

—— eu sou Fernanda, muito prazer —— ela estende a mão pra Babi e depois para mim e Carol —— primeiramente eu gostaria de dizer para vocês ficarem tranquilos, sei que parece difícil pelo fato de vocês dois serem muito novos, mas no momento é importante pela saúde da mamãe —— a médica gesticula a mão em direção a Babi, que a baixa a cabeça , não muito confortável com aquela situação —— Bárbara, eu agora vou te pedir para se deitar naquela maca e levantar a blusa até a baixo dos seios.

Bárbara se deita na maca e levanta sua blusa que nem a médica pediu. A doutora passa uma espécie de gel gosmento em sua barriga e coloca um aparelho espalhando por toda a parte exposta.

Ela fica em silêncio por alguns segundos e depois aponta pro monitor —— aqui está, é bem pequeno já que você está de apenas dois meses e alguns dias mas da pra ver.

Realmente era pequeno. Mas eu conseguia ver um pequeno formato, olho para as garotas que eu estava acompanhada e Carol está com um sorriso no rosto, Bárbara encara o monitor sem esbanjar reação nenhuma.

—— meu Deus é tão pequenino —— a loira diz e pega seu celular tirando uma foto.

—— sim, é sim —— escuto a voz baixa de Bárbara e volto a olhar para o bebê, bom, meu bebê, devo chamar assim né? Não sei..

—— vamos escutar o coraçãozinho! —— a médica diz super animada. Meu Deus, essa mulher parece viver em um arco íris.

Todos ficam em silêncio e em pouco tempo depois um pequeno barulho de batimentos cardíacos preenche o consultório.

Por poucos segundos meus lábios se repuxam para o lado, era um barulho lindo e por milésimos, pensar que vinha da barriga da Babi , de um bebê que era meu, foi bom. Seria perfeito se não fosse algo trágico. Balanço a cabeça e volto pra realidade , pensando o quanto isso é péssimo!

—— que coisa linda, Babi —— Carol diz e abraça Babi, que eu só fui perceber agora que estava chorando.

—— é uma coisa normal Carol ! —— ela tenta manter sua postura enquanto limpa as lágrimas —— esse choro ridículo foi culpa dos hormônios.

A médica limpa a barriga de Bárbara e abaixa sua blusa —— pode se levantar. Agora vamos conversar sobre coisas que você deverá seguir durante a gravidez, para o seu bem e o do bebê.