Capítulo 4 - A Madrigal mais chata

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- Falou a garota que solta pétala até pelo-... -

Eu interrompi minha própria fala quando percebi Dolores me encarando do andar de cima com um olhar irritado que dizia: "Nem ouse terminar essa frase.". Eu voltei a olhar pra Isabela, que tava me encarando com um sorriso presunçoso e um olhar convencido que apenas servia pra me irritar.

- Vai, termina o que você ia dizer. Eu quero ouvir o que você ia dizer. - (sussurrando)

Ela me provocou, seu sorriso se tornando ainda mais presunçoso enquanto eu a encarava com olhos irritados e a testa franzida. Comum suspiro aborrecido, eu respondi:

- Quer saber? Eu tenho coisa melhor pra fazer, então-... -

- Tem mesmo? Toda vez que vejo você, você tá vadiando e apenas sendo um inútil. -

- Você não fica com dor no pescoço de ficar virando a cabeça pra olhar a vida dos outros? -

- Eu que pergunto. Você vive olhando pra baixo como se-... -

- Eu tenho que olhar pra baixo pra falar com você, e olhar pra você já é uma tortura. -

O sorriso presunçoso e o olhar convencido de Isabela sumiram e foram rapidamente substituídos por uma expressão que misturava choque e raiva, fazendo um sorriso leve, mas também presunçoso, surgir no meu rosto enquanto encarava a Madrigal mais chata com um rosto tranquilo. Isabela ficou calada, tentando encontrar algo em sua mente pra me ofender de volta, e foi extremamente satisfatório ver a señorita perfecta ficar sem argumento contra mim. Depois de mais dois segundos pensativos, ela simplesmente gemeu aborrecida e, finalmente, respondeu:

- Eu não me importo. Agora eu vou embora-... -

- Quer que eu prepare suas malas? -

- Encantador. Agora, por que você não sai do caminho? Porque tem pessoas que estão realmente ajudando, e eu, diferente de você, tenho coisa melhor pra fazer. Então, vá atrapalhar a vida dos outros em outro lugar, não precisamos de nenhum gêmeo maligno aqui. -

Meus olhos se arregalaram de raiva enquanto Isabela simplesmente me olhava com um sorriso satisfeito e um olhar extremamente presunçoso no rosto antes de me deixar onde estava. Eu cerrei meus punhos com força e encarei Isabela com ódio e desprezo puro nos olhos enquanto ela se afastava. Eu me preparei pra correr ao redor de Isabela usando minha Super Velocidade pra deixá-la o mais bagunçado possível, mas:

- Carlos! -

Eu olhei pra cima e vi o papá me encarando do andar de cima com um olhar ameaçador que dizia: "Nem pense nisso, rapazinho.". Eu odeio quando ele me chama assim, mas não posso fazer nada quanto a isso, então eu simplesmente estalei a língua e respondi enquanto cruzava os braços com raiva:

- Tá bom. -

- Bom garoto. Agora vem cá. -

E então, usando minha Super Velocidade, eu subi as escadas no pátio e apareci do lado do meu pai em um segundo. Eu só demorei tanto porque tive que tomar cuidado pra não tropeçar nas escadas.

- O que foi, papá? -

Meu pai simplesmente abriu os braços e então me puxou pra um abraço forte, que eu retribuí calmamente porque não queria esmagá-lo com minha Super Força acidentalmente. É um pouco difícil controlar esse Dom quando eu tô irritado. Depois de alguns segundos de um abraço caloroso, papá me soltou e me encarou com um sorriso gentil.

- Hoje é o aniversário do Antonio, e também e a cerimônia de Dom dele. Hoje é um dia especial, o dia do Antonio, e nós não queremos estragar o dia do Antonio, não é? -

Papá segurou meus ombros e me encarou com olhos grandes e alertas enquanto aguardava por minha resposta, me fazendo rir um pouco. Com um sorriso leve, eu respondi:

- Não, papá, nós não queremos. -

- Esse é meu garoto! -

Papá deu algumas risadas e então bagunçou meu cabelo, me abraçando e depois beijando minha bochecha.

- ¡Papi! -

Eu exclamei com um pouco de vergonha, um pequeno rubor tomando de conta do meu rosto enquanto eu olhava ao redor pra me certificar de que mais ninguém tinha visto isso.

- Que foi?! Eu sou seu pai! -

Ele disse alegremente, e eu simplesmente sorri em resposta. O papá é gentil e engraçado, ele sempre consegue me fazer sorrir. Eu olhei pra trás momentaneamente e vi Mirabel conversando com a Abuela, e logo em seguida, no outro corredor, eu vi mamá com uma nuvem trovejante acima da cabeça, e isso obviamente aborreceu a Abuela, que disse:

- Pepa! Você está com uma nuvem! -

- Eu sei, mamá! Mas agora eu não tô conseguindo encontrar o Antonio! O que você quer de mim?! -

Mamá perguntou com raiva, a nuvem acima de sua cabeça trovejando novamente enquanto ela voltava a procurar pelo Antonio. Voltando sua atenção para mim, papá perguntou preocupado:

- Falando nisso, Carlos, você por acaso viu o Antonio?  Ele sumiu agora de manhã e a sua mãe e eu estamos procurando por ele desde então, mas não conseguimos encontrá-lo em lugar nenhum. -

- Não, mas eu acho que sei onde ele tá escondido. Eu vou lá, e você tenta acalmar a mamá, tá bom? Fala pra ela que eu sei onde o Antonio tá. -

Papá acenou e me deu um sorriso e um polegar positivo, e então eu fui até o quartinho da Mirabel e do Antonio, o antigo quarto eu e o Camilo compartilhávamos quando não tínhamos nossos Dons. É um pouco triste saber que a Mirabel provavelmente vai ficar lá pra sempre já que ela nunca ganhou um Dom, e por consequência nunca ganhou um quarto, mas pelo menos ela tem a companhia do Antonio já que eles dividem o quartinho.

Quando eu estava prestes a abrir a porta do quartinho, eu senti uma dor estranha no peito e então comecei a tossir sem parar, ficando sem ar e então me sentindo tonto. Tudo ao meu redor começou a girar e eu perdi o meu equilíbrio, tendo que me apoiar na parede pra não cair de cara no chão. Eu olhei ao redor e via a minha porta, vendo seu brilho vacilando como uma vela prestes a apagar.

- O quê...? -


Os primeiros efeitos da magia se extinguindo estão começando a aparecer, e Carlos, o membro mais mágico e poderoso da família Madrigal, foi o primeiro a sentir esses efeitos. Vai ser interessante escrever os efeitos que o Carlos vai sentir conforme a magia se extingue, pois ele é o que tem mais ligação com magia por ter vários Dons diferentes.

Outra coisa muito interessante foi escrever a interação do Carlos com a Isabela, a señorita perfecta, e foi muito divertido, apesar de ter sido meio curto. Com o Félix foi a mesma coisa, foi uma interação curta, mas foi divertida de escrever.

Eu estava planejando escrever a primeira interação do Carlos com o Antonio ainda nesse capítulo, mas eu não soube como encaixar ele no diálogo entre a Mirabel e o Antonio então eu decidi deixar essa interação para outra hora e colocar os efeitos da magia sumindo no lugar. Estou também estou ansioso para escrever a interação do Carlos com a Luisa, e também com a Pepa, mas essa última eu acho que ainda vai demorar um pouco, mas vou deixar já dito que vai ser o que vai engatilhar o Carlos na busca pelo Bruno. Tendo dito isso, e sem dar mais spoilers, passar bem, caro leitor, e até a próxima.

O Gêmeo Maligno - PausadoWhere stories live. Discover now