Prólogo.

23.1K 801 32
                                    

                       𝗠𝗮𝗿𝗰𝗲𝗹 𝗥𝗲𝗻𝗮𝘂𝗹𝘁

Hoje em especial o clima parece está mais frio do que costuma ser em Paris. Eu tenho esse sentimento estranho dentro de mim desde que soube do acontecimento, talvez eu devesse estar triste, no mínimo, mas não estou sentindo nada além desse frio insuportável, mesmo vestido com as roupas adequadas.

Faz anos desde que estive em um lugar como esse, faz anos desde que pisei aqui pela primeira e última vez.
É um lugar triste e sem vida, pelo menos é assim que eu enxergo.
E está aqui novamente trás lembranças ás quais não gosto de lembrar. Trás sentimentos que não gosto de sentir.

Faz anos desde o dia que enterrei minha mãe neste mesmo cemitério, que agora meu pai também será enterrado.

- Você nunca veio visitá-la depois do enterro não é? - Meu primo, Thomas, pergunta ao chegar do meu lado, me vendo observar o túmulo de minha mãe. - Anne era incrível...

- Você mal se lembra. - digo friamente - Era uma criança.

- Você também. - rebate - E eu sei que se lembra. Por que nunca veio visita‐lá?

- Porque eu não quis. Porque essa não é ela, é só o corpo, só os ossos. - começo a caminhar pra longe dali.
- Isso não faz sentido.

Thomas bufa atrás de mim, começando a me acompanhar.

- E o seu pai? - ele abri a porra da boca novamente - Deveria estar mais mexido com tudo isso, Arron morreu de repente, ele...

- É sério que você acha que eu me importo com esse merda toda Thomas? - vou em sua direção, sentindo meu sangue esquentar - Você pode admirar meu pai, achar que seu tio era um grande e admirável empresário, mas você não foi criado por ele. - olho em seu olhos - Você não sabe como é ser criado por ele. Então não, eu não me importo com a morte dele. Ele é, e sempre foi um estranho para mim. - volto a caminhar em direção ao carro.

Um estranho que tratava seu filho como um boneco, que tentava programá-lo como um robô.

𝘌𝘶 𝘯𝘢̃𝘰 𝘷𝘰𝘶 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘪𝘳 𝘧𝘢𝘭𝘵𝘢.

                                   ✈︎

𝗗𝗼𝗶𝘀 𝗺𝗲𝘀𝗲𝘀 𝗱𝗲𝗽𝗼𝗶𝘀.

𝘜𝘮𝘢 𝘪𝘥𝘦́𝘪𝘢 𝘱𝘪𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘢 𝘰𝘶𝘵𝘳𝘢

- O que tá acontecendo com vocês? - pergunto impaciente, sem mais tempo á perder com essa reunião - Eu pensei na parte principal desse novo modelo, o mínimo que minha equipe criativa deve fazer é pensar no melhor design! E vocês não estão nem perto de conseguir fazer isso!

- Não lhe agradou nenhum dos nossos projetos, senhor Marcel? - Lara, a líder do grupo criativo pergunta com esperança em seu tom de voz.

- Eu pareço ter gostado, senhorita? - Pergunto impaciente. Lara fica calada, desviando o olhar - Me responda. - Ordeno, aínda olhando para ela.

- Não senhor. - Diz, cabisbaixa.

- Então pensem em algo melhor! - Digo olhando para todos.

- Precisamos conversar... - Thomas aparace na porta da sala, aonde está acontecendo essa reunião falida.

                                  ✈︎

- Houve um problema ao assinar o contrato no Brasil - meu vice presidente avisa, enquanto caminhamos em direção a minha sala - Eles querem você lá, 𝘱𝘦𝘴𝘴𝘰𝘢𝘭𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦.

𝘔𝘢𝘪𝘴 𝘦𝘴𝘴𝘢 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢.

- Eles disseram o motivo? - Pergunto a Thomas, enquanto sento em minha poltrona.

- A justificativa que deram foi de que um contrato importante desse é necessário a sua presença lá, e não um funcionário qualquer.

- Eu sei o que é melhor para minha empresa.

- Eu sei que você sabe. Acho que isso tem haver com o novo lançamento que eles estão preparando. - diz se servindo de um pouco de uisque - Nosso nome é respeitado, ele quer nossa presença lá.

Eu sinceramente não estava nem um pouco afim de viajar, principalmente para o Brasil. Um lugar onde não sei nem falar seu idioma. Me sinto impotente tendo que depender de outra pessoa para me comunicar em certos momentos.

Porém uma festa como essa é sempre ótima para os negócios...

- Então vamos entrar no jogo deles. - Digo, pegando o copo de uisque que Thomas me oferece e bebendo depois de um brinde silencioso com meu primo - Vamos para o Brasil.

                                  ✈︎

Meu Chefe ArroganteTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang