Tensão nos terminais de um receptor

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Jeon Jungkook 

Jimin havia me contado e mesmo se não tivesse era perceptível o distanciamento que ele tem da família, isso não é muito comum para mim, eu nunca fui distante de meus pais mesmo com toda a crise e com minhas péssimas notas eu sempre soube que poderia correr para seus braços quando eu precisasse, mas Jimin é tão independente, e o fato de crescer tão distante deles, acabou fazendo com que eles fossem simples parentes.

Ele estava tentando, puxava assunto, elogiava a mãe e contava um pouco de sua vida, ainda assim não estava totalmente confortável porque eu sentia seu aperto em minha mao quando sentia o desconforto que alguns assuntos ou lembranças levantadas causavam, mesmo assim ele segurou bem, terminamos o jantar, bebemos um pouco enquanto víamos um jogo de futebol americano, e na hora de dormir nós conversamos sobre algumas coisas mesmo notando que ele estava mais encantado com seu quarto novo do que com minhas histórias ou outros assuntos.

No dia seguinte eu tratei de deixá-lo dormindo, queria ser um bom genro, sou o primeiro namorado que Jimin apresenta para eles e queria ter uma boa impressão para ser o último também. fui até uma cafeteria ali perto que eu conhecia bem porque não ficava tão distante de minha casa, pedi algumas rosquinhas para a viagem porque mesmo que ele nunca admitisse eu sabia que Jimin adorava as rosquinhas de coco com recheio de morango.

Ainda estava cedo quando eu voltei, a casa ainda estava silenciosa indicando que todos estavam dormindo, mas antes que eu colocasse meu pé no primeiro degrau, ouvi um leve barulho na cozinha, quando entrei, o vi de costas bebendo um copo de água, usava uma calça jeans e uma blusa preta, casual como sempre.

- Acordou cedo, não conseguiu dormir direito? - pergunto me aproximando.

- Senti sua falta na cama, te procurei por todo o lugar. - Virou para mim vindo ao meu encontro.

- Fui comprar rosquinhas recheadas, não queria te acordar desculpa. - Ainda estávamos a uma certa distância, mas Jimin tratou de acabar com isso, colocando sua mao em meu pescoço, me surpreendendo, porque isso não era muito do feitio dele, ainda mais em um lugar que ele não se sentia tão confortável.

- Tudo bem amor. - falou encostou nossos lábios, isso foi o suficiente para o meu corpo me alertar que aquele ali não era Jimin, eu o afastei o mais rápido que consegui com uma cara de raiva, porque era inacreditável. Jihyun era igual a Jimin, em sua aparência, poucos detalhes que passariam despercebidos os diferem, mas não comigo, confesso foi convincente, mas não o suficiente.

- Você não é ele, qual é a porra do seu problema? - perguntei tomando uma distância segura dele.

- Olha se eu soubesse antes que você estava de casinho com o meu irmão eu teria tem dado mais atenção, você até que é bonitinho. - Riu, definitivamente tinha alguma coisa errada com esse garoto.

- Isso não tem graça Jihyun. - alertei.

- Para mim tem, você quase caiu. - Se apoiou na pia.

- Mas não cai, agora entendo o porquê Jimin não gosta de você, eu também não gostaria de ter alguém como você perto de mim, tudo por atenção. deixe me alertar você Jihyun, pode nascer com a mesma aparência, mas nunca será ele, está muito longe disso e... - Antes mesmo que eu pudesse terminar de falar eu vi apenas a sombra passar por mim e ir em direção a Jihyun, era como ver um clone, Jimin, o verdadeiro Jimin acerto o rosto do irmão em cheio, um belo tapa que marcou os cinco dedos na cara de Jihyun. - Jimin eu.

- Agora não Jungkook. - Se afastou puxando Jihyun pelo braço sem nenhuma delicadeza escada adentro. eu não sabia o que ele iria fazer então fui atras, não me importando se ele ia gostar ou não, mas antes que eu pudesse entrar em seu quarto a porta foi fechada na minha cara.

- Que caralhos você pensa que é? - ouvia Jimin gritar. - Qual é o seu problema Jihyun? eu sabia que você não valia nada, mas tentar se passar por mim é baixo até para você, não precisa se esforçar tanto para dar para alguém Jihyun, você sabe muito bem disso. - Atacou Jimin e o som de um tapa foi ouvido, eu pensei em entrar, estava com a mão na maçaneta quando meu sogro me impediu.

- Deixe, ou eles se matam feito selvagens ou saem daí como irmãos que deveriam. - Proferiu eu não concordava com ele, queria entrar ali e tirar Jimin daquela briga, ir embora e nunca mais voltar. mas é assunto de família e eu não devia me meter.

- Como se você fosse um santo, pode ser inteligente Jimin, mas não passa de uma farsa. - Agora era Jihyun que gritava. - Podre, papai e mamãe pode não perceber, mas eu sei que no fundo você sente vergonha deles, não foi por isso que sumiu do mapa? fique longe Jimin, estamos bem sem você, ficou meses fora e só notamos agora, acha mesmo que é tão amado por nós?

- Eu não entendo Jihyun, você sempre teve tudo, o que te faz pensar que eu sou uma ameaça para você? - um silencio demorado. – Sabe, isso não me parece um problema direto comigo, não foi algo que eu fiz, disso eu tenho certeza. são um problema com você, se sente inseguro quando estou perto? ameaçado? eu te faço lembrar que você deu errado? te faço lembrar que no fundo sempre estará atras de mim por mais que eu seja mais novo? qual é Jihyun não somos mais crianças já está na hora de parar de agir como uma. eu deixei o caminho livre para você, gosto de ficar sozinho e isso não é só o que difere a gente. por que você não para de me sabotar e encher a porra do meu saco e resolve isso comigo de uma vez? porque sinceramente Jihyun, beijar meu namorado não te faz melhor que eu, apenas mostra que no fundo você é apenas um rascunho malfeito de mim. - Eu nunca pensei que Jimin poderia ser tão cruel, eu entendo que ele estava cansado, mas em toda a minha vida se me perguntassem que eu ouviria essas palavras de Jimin, eu com certeza negaria, e diria que a pessoa estava louca. eu precisava acabar com isso. 

A Fórmula da Liberdade - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora