O Cálculo

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 Park Jimin 

Sim, era meu aniversário e não, eu não estava animado com isso, minhas aulas da faculdade voltariam em alguns dias, eu teria que fazer o ritual tosco de conversar com meus pais enquanto cantam parabéns para mim e ainda iria para a festa que Hope inventou, eu sei que tenho 18 anos, mas isso não significa que ainda sou um adolescente, estou na minha segunda graduação tem coisas que mudam em você quando pula fases e ir para festinhas de colegial é uma delas.

Arrumei meu quarto todo porque estava ansioso, eu prometi, mas acordei com um pressentimento que talvez aconteça mais coisas do que eu to preparado, sou acordado de minhas divagações com a porta de meu quarto abrindo e me assusto.

- Que porra você está fazendo entrando no meu quarto desse jeito? - pergunto vendo Hope colocar a roupa que compramos em cima da cama e mais uma peça de roupa minha. - O que está fazendo Hope? - pergunto e aí sim! Ela olha-me.

- Nem me vem com essa pergunta que você sabe muito bem, estou ajeitando suas coisas para a festa de hoje porque eu te conheço e sei exatamente o que você vai falar, vai inventar um bando de desculpas e dizer que está de mau-humor e, por isso acha melhor ficar em casa, e antes que você fale isso porque eu sei que iria falar - ela tinha a completa razão, já estava na ponta da língua. - Não quero ver você passando seu aniversário de 18 anos que nem um morto em casa, compramos roupas para isso então trate de despachar seus pais mais cedo que hoje você vai beber até cair, beijar na boca e se tudo der certo transar também. - Jogou uma bolsa em cima da cama guardando algumas roupas minhas e dela.

[...]

- Parabéns para você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida eeeh - meu pais cantavam para mim me fazendo revirar os olhos.

- Obrigada gente, mas eu não tenho mais idade para isso, na verdade...

- Eu sei que você é inteligente, mas você só tem 18 anos, ao contrário do seu irmão que às vezes esquece que já é maior de idade e só entra em problemas - e lá vem a conversa de sempre sobre mim e meu irmão.

- Jimin termina logo com isso que a viagem é longa - falou Hope da porta. Tecnicamente fica a 15 minutos de Pasadena. 

- Pai, mãe eu vou ter que desligar, eu e Hope vamos sair. - Falo.

- Espera o queremos contar algo. - Eu até pararia para ouvir mais Hope já gritava na sala então me despedi o mais rápido possível e desliguei a chamada.

A viagem não foi tão longa, mas para mim, pareceu uma eternidade, eu não tinha certeza se era uma boa ideia estar no meio de adolescentes com bebidas e se bobear até drogas. Ao chegar na casa, ou melhor, mansão, a música alta chegava aos primeiros portões, era uma residência grande com um enorme jardim o que fazia o som ficar todo no lugar e não incomodar os vizinhos, havia mais gente do que eu imaginei e como eu pensei uma típica festa de adolescentes americanos, Hope me levava para dentro da casa onde parecia ter ainda mais gente.

- Vou te apresentar a algumas pessoas. - Eu me perguntava como ela conhecia tanta gente se nem mesmo era da faixa etária dela, mas após apertar muitas mãos e receber alguns abraços inesperados eu decidi que se fosse para ficar nessa festa eu precisaria beber e foi exatamente o que eu fui fazer. Havia um bar improvisado na cozinha e algumas comidas em cima da enorme bancada, enchi meu copo com uma boa vodka de sabor e me encostei ali comendo e aproveitando o momento sozinho.

- Eu não te conheço - alguém parou ao meu lado. - Você é novo por aqui? - era um garoto loiro dos olhos castanhos e um bom porte físico.

- Estou com uma amiga. - Respondi educado, mas começou a me incomodar a sua mão me tocando delicadamente.

- EI te encontrei, que saudades. - Fui abraçado por um desconhecido que fez o loiro se afastar de mim e procurar outra pessoa. - Desculpa. - Me soltou assim que notou que estávamos sozinhos na cozinha.

- Obrigada, ele parecia legal, mas irritante em simultâneo. - Falo terminando minha bebida que eu nem ao menos percebi que estava tomando.

- Você é novo na cidade? Não me lembro de ter visto você por aqui. - Pergunta.

- Na verdade, não, vim com uma amiga, sou de outro lugar - respondo. Diferente do outro menino esse era legal, um asiático, olhos escuros igualmente os cabelos, ele se chamava Jungkook e se mantinha em uma distância considerável porquê de acordo com ele não queria causar problemas com seu namorado, conversamos sobre muita coisa e bebida vai e bebida vem e já riamos feito hienas.

- Então é seu aniversário? Bom Park temos que comemorar de um jeito interessante, vem vamos dançar. - esperou eu encher meu copo novamente até me arrastar para pista de dança, me deixou parado um tempinho e o vi falar com o que eu deduziria que era seu namorado, o casal se juntou a mim para dançar; David, seu namorado era um amor, os dois pareciam livres e muito conectados e com o tempo e muito álcool eu sentia como se já os conhecessem, parecíamos íntimos e conversávamos sobre tudo em algum momento eu perdi a noção de como passamos a flertar, eu nem mesmo sabia flertar, mas agora em um sofá no canto estávamos nós, flertando e conservando intimamente, eu nem mesmo estava me importando com os toques sem vergonha dos dois.

- Sabe Park, namoros tradicionais são bem difíceis de manter - David falava enquanto acariciava meu rosto. - Você não está interessado em subir e se divertir conosco? - ele simplesmente pulou de um assunto para o outro e minha cabeça estava mais embolada do que quando cheguei.

- Querem fazer um ménage comigo na casa de um desconhecido? - ri não acreditando naquilo e, porque até minha fala estava mais arrastada.

- Exatamente. - Jungkook que confirmou e mesmo minha razão negando eu aceitei porque o álcool retirou todas as minhas inseguranças e depositou uma dose de tesão e vergonha na cara que eu nem medi as consequências e os acompanhei para um quarto desconhecido com um casal desconhecido. 

A Fórmula da Liberdade - JikookWhere stories live. Discover now