Capítulo 77

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Anahí: Você está brincando. – Dispensou.


Alfonso: Que tipo de brincadeira seria essa? – Perguntou, hesitante.


Henry: Anahí, você me conhece, minha tolerância pra brincadeiras é muito baixa. Eu sou um homem ocupado. Não viria aqui essa hora, interrompendo minha agenda, pra te fazer uma pegadinha. – Cortou.


Alfonso: Especifique "morto". – Pediu, ainda pregado no lugar. Anahí avaliava.


Henry: Não está mais vivo. – Respondeu, tranquilo. Alfonso revirou os olhos.


Alfonso: Sinceramente, nos poupe. – Henry sorriu, afetado.


Henry: Viu? Essa é uma brincadeira que eu posso fazer. Mas se eu apareço aqui do nada, com cara de poucos amigos, e digo "Arthur está morto", é porque ele está morto. – Apontou.


Levou um instante de absorção. A mente de Alfonso trouxe automaticamente a imagem de Arthur, arrogante, pedante, e a sensação de ciúme que ele tinha, vendo o outro viver a vida que devia ser dele. Não era agradável. Então a reação foi cortada de forma um tanto abrupta.


Porque Anahí riu.


Henry e Alfonso olharam, em duvida. Primeiro foi um risinho contido, em seguida ela riu gostosamente, uma mão repousada na barriga. Puxou a cadeira, se sentando, o rosto divertido, o olhar brincando. Até ficou coradinha do riso.


Alfonso: Ok. – Disse, pondo as mãos nos bolsos. Henry olhava Anahí com a sobrancelha erguida.


Anahí: Ai, senhor. – Terminou com um suspiro.


Henry: Péssimo, Anahí. – Dispensou, e ela deu de ombros.


Anahí: O que a autopsia deu? – Perguntou, ainda divertida.


Henry: Curioso. – Os dois esperaram - Eu não disse a você que haveria uma autópsia. – Apontou, os olhos azuis sérios.


Alfonso: Como você sabia disso? – Perguntou, olhando-a.


Anahí: É procedimento. Até onde eu sei, Arthur vivia só. A probabilidade é que tenha sido achado morto ou tenha sofrido um acidente, e ambos os caminhos levam a autópsia. – Apontou, obvia. Alfonso assentiu – Estou errada?


Henry: Não. – Aceitou – Ele foi trazido pra cá. – Ela revirou os olhos – Christopher está cuidando da tramitação do enterro, a família está vindo. Vim até aqui porque, além de ser um membro do conselho e a situação estar ocorrendo no seu hospital, obviamente o processo de divórcio caiu por terra. E esta foi uma comparação péssima. – Percebeu, se levantando. – Fora tudo, vai ter trabalho burocrático com o hospital.


Anahí: Se eu não tivesse, não seria meu trabalho. – Dispensou, tranquila. A sombra do riso ainda estava em seu rosto.


Arthur jazia deitado na maca, onde a autópsia aconteceria. A entrada ali não era permitida, apenas em casos raros. Anahí se aproximou, observando-o por um momento. Coberto por um lençol branco do peito pra baixo, a pele esbranquiçada, algumas veias se destacando na maxilar.


Anahí: Quem diria, Artie. – Comentou, com um sorriso afetado – Te avisei que no final, eu vencia. – Murmurou, observando o corpo. Não havia indicio de sangue.


Christopher: Era meu irmão, Anahí. – Repreendeu, o rosto sério. Tinha olheiras.


Anahí: Sinto muito... Por sua perda, suponho. – Disse, se recompondo. Christopher assentiu – O que houve?


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