Capítulo 75

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Ao mesmo tempo em que tudo ao redor se tornava caos, pros dois o momento pareceu passar em câmera lenta. Ela cambaleou brevemente e ele a amparou pelos braços, os dois baixando o rosto e vendo o sangue fluir, maculando o jaleco.


Ainda assim, apesar do mundo parecer focado naquilo, o cenário em volta não parou. Ainda haviam gritos, tiros, e agora havia sangue.


Alfonso: Tudo bem. Você está bem, eu vou cuidar de você. – Prometeu, puxando o jaleco dela as pressas. Anahí parecia concentrada demais no que sentia pra esboçar uma resposta; só os olhos denunciavam o choque e a dor que sentia.


Então, quando pareceu que tinha acabado, a policia chegou. Houve um baque forte na entrada, que pareceu fazer o chão tremer, e Anahí, sem estabilidade, cambaleou; ele estava basicamente sustentando ela, e os dois terminaram no chão. O chão não era amigo, haviam cacos de vidro, mas antes de poder pensar nisso houveram mais tiros. Alfonso precisou puxar ela do caminho, arrastando os dois pra trás de um biombo, e o caos seguiu.


Então ela finalmente agarrou a barriga, onde parecia ser a fonte do sangramento, grunhindo alto de dor. Ele puxou a mão dela, erguendo a camisa, o olhar fazendo um avaliação inicial, mas era difícil dizer assim, havia sangue demais.


Alfonso: Ok. Me dê só uns instantes, e eu vou tirar você daqui. – Pediu, falando mais alto pra poder ser ouvido. Olhou por cima do ombro, mas os funcionários estavam todos em posições semelhantes, agachados pelos cantos, no chão, e os pacientes infelizmente estavam expostos – Ana, fale comigo. Vamos lá. Precisa ficar consciente. Me diga qualquer coisa. Você vai desmaiar? – Ela piscou, hesitando um momento.


Anahí: Acho que não. Jesus! – Rosnou, tornando a apertar a barriga, o sangue escorrendo entre os dedos.


Alfonso: Tudo bem. Você está bem, não vou deixar nada te acontecer. – Ela o encarou, assentindo. Ele pôde notar o suor começando a brotar na testa dela, bem do lado da fonte de um sangramento na raiz do cabelo que ele não sabia justificar, mas não disse nada.


Anahí: Isso precisa parar. – Murmurou, e ele não sabia dizer se era sobre o cenário em volta ou sobre o sangramento fluido na mão dela.


Alfonso: Vai parar. – Prometeu, de qualquer forma.


Anahí: Não me deixe sozinha. – Pediu, por fim, antes de grunhir de novo. A dor não deixava espaço pra pensar, e agora a visão dela começava a oscilar.


Alfonso: Nunca mais. – Garantiu, e ela assentiu. – Só aguente mais um pouco.


Mas como o mundo não está em um ponto só, você precisa entender que houveram outros cenários envolvidos. Cenários não tão próximos ao foco do desastre, por assim dizer. Robert e Nate não estavam de plantão; Kristen estava prestes a sair, Madison lia em sua sala, Ian monitorava um paciente, Clair vistoriava a maternidade. Era só um dia normal.


Ian: Preciso de atenção com isso. – Pediu, mostrando um prontuário a um enfermeiro – Não estou gostando da reação no pós operatório. Madison está ciente do avanço?

MientesWhere stories live. Discover now