Capítulo 33

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A agua da piscina estava calma, até o momento em que ela irrompeu em um mergulho. O corpo fluiu, rápido, quase elegante a cada braçada, e ela se sentiu grata por sentir o calor do sangue nas extremidades do corpo, sinalizando-a de que estava viva. Desta vez não houve ninguém para observá-la.


Alfonso simplesmente não conseguiu tolerar o ocorrido. Uma parte de sua mente, aquela que sempre se renderia a Anahí, alertava o tempo inteiro de que havia uma parte de razão em tudo o que ela dissera, mas a raiva só conseguia apontar que ele fora traído mais uma vez, bem quando acreditava que as coisas estavam finalmente se encaminhando pra um cenário onde podiam ter um futuro. E com isso ele não conseguia lidar.


Os dias vieram e os dois passaram a lidar apenas com o profissional. Ela não o procurou dessa vez: Pela primeira vez talvez em uma vida inteira, ela não havia feito nada. Passaram a se tratar profissionalmente e neste quesito ele não apresentou falhas, logo não houveram novos encontros apesar da proximidade invasiva das duas salas.


A audiência de Anahí e Ian ocorreu e saiu tudo conforme o planejado. Foi algo demorado, cansativo e sem sentido, mas por fim Henry conseguiu convencer o juiz de que se qualquer atitude daquele cenário tivesse sido diferente, resultaria na perda de uma vida, e desta forma não havia como se punir os profissionais envolvido. Pelo menos isso.


Madison: Você passou na cara dele que ele te ama? – Anahí suspirou, dobrando uma blusa. Nos meados de junho, Madison tinha duas bagagens a fazer: Uma para Los Angeles e uma menor, para o sitio de Ian.


Anahí: E eu menti? – Perguntou, quieta.


Madison: Bem, não, mas isso não é algo que se diga assim. Principalmente nas circunstancias de vocês. – Supôs, pensativa, dobrando um casaco – Digo, se fosse comigo, acho que eu desmoronaria. – Anahí ergueu o rosto – Você nunca se apaixonou por ninguém, não tente entender o que significa. – Dispensou.


Anahí: Porque estamos falando disso agora? – Perguntou, pondo a blusa dobradinha na mala – Alfonso está puto, a vida está seguindo, mas e você? Como você está com tudo isso acontecendo? – Perguntou, focando no que a interessava agora.


Madison: Procurando outros assuntos pra não pensar que estou indo me trancar em Los Angeles. – Rebateu, e Anahí revirou os olhos, se largando na cama. – Você vai precisar dar o primeiro passo dessa vez.


Anahí: Madison, Alfonso se irrita e eu sempre dou o primeiro passo. – Apontou, apanhando uma calça e dobrando – Não tem roupa demais aqui? – Perguntou, aturdida.


Madison: Quando eu volto mesmo? – Anahí hesitou, então fechou a cara; não tinham essa resposta – Então não, não tem. E sim, você tem que dar o primeiro passo. – Continuou.


Anahí: E porque agora? – Perguntou, exasperada.


Madison: Porque justo agora é diferente. – Apontou, como se fosse óbvio – Agora não é mais seu caso. Agora é alguém que estava lá com você quando seu casamento rompeu. Alguém que se importou. E ok, ele deu bola fora te ofendendo, mas você não pode usar os sentimentos dos outros como arma e você usou. Então vai precisar voltar atrás.


Anahí: Concordo em discordar. – Dispensou, acomodando a calça na mala enorme. Madison suspirou.


Alfonso não tocara mais no assunto, era verdade, o que não significava que o humor dele andasse nenhuma maravilha. Piorou quando Alícia veio, como quem não quer nada, lhe sondar sobre ele e a irmã; ele preferia se ferir que magoar aquela menina, principalmente vendo-a se recuperando tão bem. Nesse cenário, incapaz do contrário, ele se calou, deixando-a acreditar que nada havia acontecido. O deixou mais mal humorado ainda, porque percebeu que isso o tornou exatamente igual a Anahí, ignorando os outros com mentiras ou silêncios.


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