CAPÍTULO 12

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As especulações sobre o desaparecimento de Lauren Jauregui continuam. De acordo com
Eloise, que, como irmã dela, deveria saber, ela era esperada de volta à cidade há vários dias.
Mas, como a própria Eloise precisa ser a primeira a admitir, uma pessoa da idade e da posição da
Sra. Jauregui não é obrigada a informar seu paradeiro à irmã mais nova.
CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN,
9 DE MAIO DE 1817


– Quer que eu seja sua amante – disse Camila.

Lauren encarou com ar confuso, embora a jovem não soubesse ao certo se porque a declaração era muito óbvia ou porque discordava das palavras que ela escolhera.

– Eu quero que você fique comigo – insistiu a mais velha.

O momento era incrivelmente doloroso, mas ainda assim Camila quase sorriu.

– E qual é a diferença entre isso e ser sua amante?

– Camila...

– Qual é a diferença? – repetiu ela, com a voz ficando mais estridente.

– Não sei, Camila. –  Lauren lhe pareceu impaciente. – Isso tem alguma importância?

– Para mim, tem.

– Tudo bem – falou a Jauregui – Tudo bem. Seja minha amante e tenha isto.

Camila mal teve tempo de arfar antes que os lábios da outra tomassem os dela com uma ferocidade que fez seus joelhos perderem a firmeza. Foi diferente de qualquer outro beijo que tivessem dado, cheio de sofreguidão e permeado por uma estranha agressividade.

Lauren devorou a boca de Camila com a sua numa primitiva dança da paixão. As mãos dela pareciam estar em todo lugar: nos seios, na cintura e até mesmo embaixo da saia da outra. Lauren a tocava e apertava, acariciava e alisava. E, o tempo todo, a mais velha a manteve tão apertada contra seu corpo que Camila teve certeza de que se fundiria a ela.

– Eu quero você – disse Lauren em tom rude, beijando o pescoço dela. – Agora. Aqui.

– Lauren...

– Eu quero você na minha cama – murmurou Lauren. – Quero amanhã, e também no dia seguinte.

A carne de Camila era fraca e ela cedeu ao momento, arqueando o pescoço para que Lauren tivesse mais acesso a ele. Era muito bom ter os lábios dela em sua pele, causando-lhe arrepios até o seu âmago. Lauren a fazia desejá-la, assim como a todas as coisas que não podia ter, e amaldiçoar o que podia. E então de repente ela estava deitada no chão, com metade do corpo da outra sobre o seu. Lauren parecia tão grande, tão forte e, naquele momento, tão dela...

Uma pequena parte da mente de Camila  ainda funcionava, e ela sabia que precisava dizer não, que tinha que interromper aquela loucura, mas por Deus, não podia. Ainda não. Passara tanto tempo sonhando com Lauren, tentando de todas as formas se lembrar do cheiro da pele dela, do som de sua voz... Houve muitas noites em que se fantasiar com ela foi sua única companhia. Camila vinha vivendo de sonhos, e não era uma mulher para quem muitos deles haviam se tornado realidade. Por isso não queria perder aquele ainda.

– Lauren – murmurou ela, tocando os cabelos macios da mais velha fingindo... fingindo que Lauren não acabara de pedir que ela fosse sua amante, fingindo ser outra pessoa... qualquer outra pessoa. Qualquer uma que não fosse a filha bastarda de um conde morto, sem meios para se sustentar a não ser servindo aos outros.

Seus murmúrios pareceram incentivá-la e a mão da outra, que estava tocando o joelho dela fazia muito tempo, começou a subir, pressionando a pele macia de sua coxa. Anos de trabalho duro a tinham deixado magra, sem curvas elegantes, mas Lauren não pareceu se importar. Na verdade, ela pôde sentir o coração da outra bater ainda mais rápido e a respiração começar a sair em arfadas roucas.

Meu Verdadeiro AmorWhere stories live. Discover now