capítulo 10

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- Não. -Ilgaz jogou a roupa sobre a cama e mostrou outra. -Não. Não. Não. Não. Não.

Ele suspirou, sem mais nada nas mãos. Ela acordara um poço de indecisão naquela manhã, nada que ele mostrava parecia ser bom para vestir.

-Minhas roupas estão apertando, Ilgaz. -Ela reclamou. -Nunca mais vou sair de casa.

-Você está com 3 meses, não tem nem um pouquinho de barriga. -Disse óbvio. -Admita que não quer ir e pare de inventar histórias.

-Eu não quero ir. -Admitiu. -Amo Defne, mas realmente não quero ir. Tenho esse direito?

-E vai ficar só por um fim de semana inteiro, eu não quero deixar você só. Não quero deixar você, não quero decepcionar Defne.... está complicado.

A bizarrice daquela família incomodava Ceylin. Como se todos ss amassem, decidiram que seria uma boa idéia alugar uma casa na praia para comemorar o aniversário de Defne.  A garota amava seus aniversários, não aparecer era uma afronta, Ceylin sabia bem. Exceto pelos anos que comemorou com Ceylin, todos os outros precisou lidar com a mágoa de Defne por não ter aparecido.

-Vamos ficar no hotel? -Ela perguntou mais uma vez, ele assentiu novamente. Ceylin bateu os pés no chão, estava contrariada, um pouco birrenta e indecisa também. -Tá, mas vamos parar no caminho e comprar roupas e biquínis.

-Achei que estava envergonhada do seu corpo. -Ilgaz cruzou os braços. Biquínis e Ceylin: pesadelo e sonho ao mesmo tempo, principalmente agora que estava terrivelmente ciumento por causa do bebê.

-Olhe bem para esse corpo e se pergunte se deveria ter vergonha de algo. -Ergueu as sobrancelhas. Ele sorriu e se inclinou na poltrona para beijá-la, e então os enjoos de novo. Ela o empurrou de sua frente e correu para o banheiro.

-De novo? -Ele entrou no banho para segurar seus cabelos.

Ceylin sequer conseguia responder, mas quando seu estômago estava completamente vazio aproximou o rosto do marido aspirando o cheiro dele e então voltando a ter reflexos de vômito.

-O quê? Sou eu?

-Seu perfume. -Ela falou colocando a mão sobre o nariz. -Suspeitei faz uns 3 dias. Não entendo.

-O quê... -Ceylin voltou a vomitar e fazer sinal com as mãos para que ele se afastasse. Sem saber o que fazer, o promotor tirou a camisa, o short e entrou debaixo do chuveiro para tirar o cheiro do perfume.

Ela amava seu perfume, agora nem podia senti-lo sem querer vomitar. Enquanto se recuperava, ela ficou ali no chão sem entender nada. Gravidez era uma loucura, qual já tinha se desacostumado.  Nem mesmo com muita raiva de Ilgaz sentira um asco tão grande do cheiro dele. Durante a noite ela sempre ia para o extremo da cama, primeiro achou que o perfume lhe causava alergia, mas nada insuportável como o jeito que sentiu hoje.

-Chego perto e você enjoa, que coisa bizarra.

-Vai ter que trocar de perfume se quiser continuar casado. -Falou levantando do chão e indo para a pia lavar a boca. -Esse será pior que Merve, Ilgaz. Você verá, será sua punição.

-Achei que minha punição era você.

A advogada parou de trabalhar a escova nos dentes e o encarou, aquele olhar não precisava de nenhuma palavra. Ilgaz sorriu desligando o chuveiro e capturou uma das toalhas penduradas na parede, amarrando em sua cintura e voltando a se aproximar.

Sem parar de escovar os dentes, ela aproximou o nariz do pescoço dele e balançou a cabeça. Ainda sentia um pouco do perfume, mas não o bastante para enjoar.

-Me sinto mal agora, Ceylin. Você sentiu nojo de mim.

Ela cuspiu a pasta, limpou os labios, e o encarou. Ilgaz a agarrou pela cintura e beijou-a com vontade no pescoço. 

SEE RED -IlceyWhere stories live. Discover now