capítulo 5

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Os filhos estranhamente não estavam em casa quando Ilgaz chegou. Seu sentido aguçado, mas todo confuso, até pensou na idéia de Ceylin ter ido embora com eles. No entanto, parecia um exagero para o que era apenas uma briga.
Se ligasse, ela não ia atender. Não atendia nem mesmo quando estavam de bem. O promotor sentou na sala e esperou, passaram uma, duas, três horas, até que anoiteceu e eles finalmente chegaram. Os dois riam como se tivessem tido um dia incrível, nem ligaram para a presença do pai, até o momento que ele fez barulho para que fosse notado ali.
Os dois correram para o colo do pai,mas não pararam de discutir sobre um tal "Sonic", que Ilgaz não fazia idéia quem era ou se ao menos era alguém real.

-Devem ter se divertido. -Ilgaz disse. Cada um estava sentado em uma de suas pernas.

-Mamãe nos levou para o trabalho dela. -Merve contou animada. -Nós assistimos as aulas dela.

-Minha mãe é a professora mais linda do mundo. -Nico falou sorrindo, todo fofinho. Ele costumava ser como Ilgaz já tinha sido, um homem gentil, pensou a advogada. -Fomos com a mamãe e um amigo da mamãe comer hambúrguer. Depois conhecemos um lugar cheio de video-games! O trabalho da mamãe é muito divertido.

-Eles foram até a área de T.I. com um colega professor. -Ceylin falou ao entrar na sala.

-Podemos ir de novo amanhã, mamãe? -Merve perguntou.

-Amanhã vão com o papai. -Interferiu Ilgaz, com a voz carregada de ciúme.

As crianças não gostavam tanto do tribunal, era um lugar chato, em que todas as pessoas pareciam más. No entanto, sentiam que dizer não magoaria o pai.
Ceylin não dizia palavras, no máximo um murmúrio.  Deu o jantar das crianças, como de costume cada um deles colocou um na cama, mas naquele dia Ilgaz chegou primeiro ao quarto e deitou na cama. Ele espalhou as pernas, preenchendo maior parte do espaço da cama, e até empurrou o travesseiro dela para o chão.

Ao chegar no quarto Ceylin apenas lhe lançou um olhar de desdém  e passou em direção ao banheiro. Voltou com uma camisola que Ilgaz nunca tinha visto, preta e malditamente curta.
Ceylin deitou na cama e o empurrou para o lado irritada, mas Ilgaz não se importava ou se mexia, os braços e pernas dele sempre voltavam para o mesmo lugar.

-Vou bater em você. -Empurrou as pernas dele com os pés. As pernas foram e voltaram com mais força para o mesmo lugar. -Ilgaz!

-Procure outro lugar para dormir se não gosta.

Mesmo que tivesse vontade de irritá-la, ainda não conseguia tirar os olhos das pernas da esposa. Não era tonto, aquilo com certeza fazia parte da provocação, e ele resistiria bravamente. Mas ela era perfeita, ficava ainda mais sexy com raiva, e ele morria de vontade de beijá-la.

-Não encoste. -Avisou colocando o travesseiro entre eles. Ilgaz deu de ombros, como se não importasse, e virou para o outro lado.

Pouco tempo depois ouviram batidas na porta, em seguida Merve entrou. Ela não pediu ou disse algo, apenas se enfiou no meio dos dois e se abraçou a mãe para dormir.

-Quer que eu carregue ela para a cama? -Ilgaz perguntou. A advogada negou com  a cabeça, sonolenta.

Ele sorriu admirando as duas mulheres da vida dele dormindo, seus olhos também estavam prestes a fechar, mas mais algumas batidas na porta. A cama estava pequena para ele e Ceylin mais cedo, porém agora tinha espaço para todos.
Nico subiu na cama e deitou nos braços do pai, também fechando os olhos e dormindo.  Ceylin e Ilgaz ainda trocaram um último sorriso antes de dormir, as coisas podiam estar ruins, mas nada apagaria o que construíram

-Bom dia. -Beijou o rosto de Merve e em seguida de Nico. Ilgaz até ficou na expectativa, mas nada para ele. -Pro banheiro os dois. Hora de se arrumar para o colégio.

SEE RED -IlceyOnde histórias criam vida. Descubra agora