capítulo 7

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-Se continuar me apertando assim.... -Cochichou para ele. Ilgaz sorriu e deslizou as mãos para o meio da costa dela, suavizando o aperto. -Boa noite. Olá.

Para Ilgaz, se enturmar não era uma dificuldade, mas tirar os olhos de Ceylin com certeza era. Sem dúvidas era a mulher mais linda naquele salão,  ela passava e era como se pudesse ler os pensamentos de todos que a olhavam.

Talvez fosse ego demais achar que todos os homens da festa lhe invejavam. Porém, se fosse ele no lugar deles, com certeza teria inveja.

Ceylin era tão animada, divertida. Ainda que não fosse linda como era, chamaria atenção, pois sua voz doce e suas palavras ternas amoleciam o coração de qualquer um.

-Queremos chamar aqui a escolhida como professora do semestre dos alunos de direito. -Anunciou o homem. Ceylin estava distraída, conversava amenidades com uma moça e tinha os braços de ilgaz em volta da sua cintura, igual esteve durante toda a noite. -Dra. Ceylin Erguvan.

Ela olhou espantada para Ilgaz e ele surpreso. Ela apontou o dedo para si e o homem com o microfone balançou a cabeça confirmando. Ilgaz soltou o aperto em sua cintura e lhe deu um beijo no rosto, antes que ela começasse a caminhar lindamente para o palco. Sentia orgulho da mulher linda e inteligente com quem era casado, e aquilo ia muito além de premiações.

O promotor caminhou um pouco para o lado, não queria que ninguém impedisse ele de vê-la completa e contemplá-la falando. A advogada colocou a medalha no pescoço e foi aplaudida, seguido de pedidos de discursos. Ela estava visivelmente envergonhada, mas não havia dúvidas de que faria bonito lá na frente.

-Estou surpresa. Na verdade, quase não estive aqui essa noite. -Sorriu um pouco nervosa. -Primeiro quero agradecer aos meus queridos alunos, que me acolheram e a cada dia me ensinam algo novo. Aos meus pequenos filhos, que não estão aqui, mas são minha força motriz. Agradecer a Universidade de Istambul pela oportunidade de lecionar em um lugar que muitos gostariam de estar. E, por último, mas não menos importante, ao meu marido, Ilgaz Savci.

Ela recebeu aplausos e uma enorme fila de cumprimentos,  já estava ficando cansada e com a boca seca de tantas vezes repetir "obrigada". Quando finalmente já tinha recebido todos, ela pôde chegar a um belo moreno que lhe esperava no bar, mas por algum motivo, na companhia de uma loira que já lhe deixou desgostosa de cara.

A mulher tocava os ombros de Ilgaz e parecia ter algum tipo de intimidade, Ceylin não sabia se estava curiosa ou irritada. Ela respirou fundo e se aproximou, dando boa noite e se posicionando ao lado do marido.

-Ceylin, essa é uma velha amiga. Juíza Silah, essa é minha esposa Dra. Erguvan.  -Apresentou.

-Ouvi muitas coisas boas sobre você.  -Disse a mulher, com um meio sorriso. -Meu marido também é professor aqui. Dr. Dogan.

-Ah, eu adoro o Dr. Dogan.

Ceylin olhou para o sorriso da mulher e para o desconcerto do marido, certamente não foi só uma "velha amiga" e muito menos deveria estar satisfeita com o marido de quase 80 anos. Se agarrou ao braço de Ilgaz com firmeza e ficou lá, ouvindo histórias tediosas, até que a loira atrevida fosse embora.

-Acho que já podemos ir. -Ceylin falou. Estava exausta e não suportava mais aqueles saltos.

O promotor seguiu-lhe, confuso, até que estavam na escadaria ao lado de fora do salão.

-Você tinha uma queda por juízas. -Comentou, tentando parecer despretensiosa.

-Como você sabe? -Hora errada para piadas, pensou imediatamente. -Ela disse algo?

-E precisa? A mulher quase enfiou as mãos na sua camisa. -Ele revirou os olhos.

-Não seja exagerada. -Segurou a mão dela. -Sei que você fica com ciúmes quando qualquer mulher me olha.

SEE RED -IlceyWhere stories live. Discover now