Cap. 56

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Estamos deitados assistindo qualquer programa de TV, Yuuji afaga meus cabelos e eu eventualmente caio no sono, aquilo era tão bom.

Você se acha bem sortuda, não é, S/N?

Aquilo novamente estava acontecendo.

–Querendo acreditar que está levando uma vida normal, fico triste em pensar que já pode ter me esquecido. E eu não costumo ficar triste, sentimentos são para os humanos.

Está tudo escuro, mas sei que meus olhos estão abertos.
Me seguro para não entrar em desespero.

–Achei que tivesse deixado claro que não queria mais nada com você.

–Querer é uma ambição do ser humano, às vezes em uma quantidade exagerada pode acabar sendo um problema. Vamos, confesse, você não quer isso.

–Se você soubesse o quanto eu quero que você desapareça...

Ouço sua risada baixo, como um raio de luz, posso voltar a enxergar.
E tudo que enxergo é seu par de olhos vermelho escarlate me encarando com aquela típica malícia que só ele tem, ficando a centímetros do meu rosto.

–Você é uma menina muito egoísta, como fica o coitado do moleque nessa história? Chega a ser digno de pena.

Engulo seco, ele realmente estava falando de Yuuji?

–Cala a boca, você não sabe de nada, não vai me atingir tentando invalidar meus sentimentos.

–Ah qual é, vamos S/N, admite que você só tá com ele por minha causa.

Seu sorriso se estende de orelha a orelha, carregado de convicção. Eu não queria estender essa relação/conversa por mais tempo, procuro um jeito de tentar sair desse lugar novamente.

–Grave bem essas palavras, Sukuna. Eu vou te tirar das nossas vidas.

Quando percebeu que eu não vacilei em nenhum momento para falar, sua aura muda completamente, seu olhar está tão frio e mortal que sinto um calafrio na espinha.

–Se é assim...

Ele sai do meu campo de visão. Viro o olhar para o canto e imediatamente percebo que já estou no quarto. A linha entre esse plano astral e o mundo real é muito tênue e eu podia cruzá-la com muita facilidade.

Yuuji não estava mais na cama, pego o celular e vejo que não há nenhuma mensagem. O dia estava claro, um pouco nublado, até. Me levanto e percebo que não eram nuvens e sim uma cortina.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Where stories live. Discover now