Cap. 46

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A julgar pelo céu e pela pouca iluminação, estava caindo o fim da tarde.

Levanto a cabeça e deixo que o vento brinque com algumas mechas do meu cabelo que vadiavam soltas em frente ao meu rosto.

Um grupo de quatro pessoas (o diretor havia permanecido na escola) andando trajados de preto e vestindo capas era o suficiente para chamar atenção de qualquer pessoa que passasse por nós.

Mas ninguém olhava, parecia mais que estavam nos ignorando. Ou será que estávamos sob algum feitiço?

–Por quê ninguém olha pra gente?

Pergunto quebrando o clima tenso que já estava instalado há um bom tempo.

–Seria arriscado sairmos por aí desse jeito, chamaríamos muita atenção, como é inevitável passarmos por aqui até chegarmos ao nosso destino então resolvi usar um feitiço.

A mulher responde. Ainda não sabia seu nome. Mas não me interessava muito no momento, estava preocupada com as pequenas maldições que se aproximavam de nós como objetos sendo atraídos por um imã.

Essa era a força da maldição lançada em mim, então.
Um pressentimento me diz que não vai acabar bem se continuarmos expostos na rua.

–Eu só acho que o carro deveria estar por aqui.

Chegamos a uma espécie de estacionamento, os maiores olham em volta e automaticamente faço a mesma coisa, apesar de não saber qual carro estavam procurando.

–Eu vou matar aquele caralho.

Satoru rosna enquanto saca o celular e digita sem parar. Por um momento ele se afasta com o mesmo no ouvido, já desferindo gritos sobre qualquer que seja a pessoa que estava do outro lado da linha.

A ausência do sensei foi uma abertura suficiente para a chegada de alguma presença maligna, mas estranhamente familiar.
Estávamos sob alguma espécie de cortina.
Posso dizer isso pelo céu e o ambiente que haviam ficado mais escuros que o normal.

Instintivamente as duas pessoas que restavam comigo se prontificaram a me defender. Não entendi muita coisa, não deu tempo nem de me apavorar.

𝕷 𝖚 𝖝 𝖚 𝖗 𝖞 Where stories live. Discover now