Vinte e nove

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Hey, convido vocês a lerem minha fanfic nova Maralu (Maraisa e Luisa Sonza), tendo como casais secundários Mailila e Dayrol, está no meu perfil, dêem uma chancezinha lá para mim <3

*

O dia estava quente, tendo os raios de sol enfurecidos, fazendo a pele chegar a arder caso alguém ficasse mais do que dois minutos exposto a eles. No centro da cidade havia carro para todos os lados, pessoas transitando pelas faixas de pedestre; um ruído infernal de todas aquelas vozes; pessoas se esbarrando ocasionalmente. Marília, definitivamente, odiava a cidade grande.

O calor fez a mulher enxugar uma pequena camada de suor que havia em sua testa. Havia passado as duas últimas horas na fila do banco, unicamente para pagar o boleto da compra da peça de seu caminhão e lá dentro o ar condicionado a impediu de morrer frita.

Marília caminhou mais alguns passos e parou em um semáforo esperando o sinal ficar verde para os pedestres, excomungou até os prédios, que não possuíam vida, ao sentir um tranco em seu corpo. Olhou para o lado apenas para ver um garoto engravatado, provavelmente atrasado para a rotina chata em algum escritório, mas seus olhos paralisaram em um ponto fixo antes de voltarem a olhar para a faixa.

Em um dos carros parados na rua vertical com aquela, consequência do sinal estar parado para eles, a figura pequena e delicada de Maiara se encontrava, não dentro do carro, senão limpando as vidraças do veículo.

Seu coração disparou e o sinal abriu para ela passar, abrindo também para o carro onde Maiara estava, já que era do outro lado, Marília não se importou em atravessar faixa ou qualquer coisa semelhante, apenas assobiou alto, tendo vários rostos virando-se para ela, mas ela unicamente notava um: o da garota que virou o pescoço e estava prestes a voltar a olhar para a frente, mas a imagem da loira a prendeu, abriu o sorriso que mais iluminou o ano de Marília ao ver que realmente era ela. O olhar da ruiva foi surpreso e ela ergueu seus olhos para o chapéu na cabeça da mulher, sorrindo maliciosamente, porém com um toque de doçura que fazia o coração da caminhoneira duplicar a velocidade de batimentos por segundo.

Maiara colocou o pequeno rodo, o borrifador e sua flanela em um cantinho ali, ao lado de Garfield, que agora usava sua nova coleira, e se aproximou de Marília. A menor parecia meio abatida, como se tivesse dormido pouco e ainda usava a mesma roupa de dois dias atrás, em seus olhos havia pequenas olheiras, mas isso não fez dela menos bonita, apenas mais cansada.

— Hey... — Ah, aquela voz! Marília pensou que jamais voltaria a ouvir aquela doce melodia. — Você comprou um — ela disse apontando para o chapéu de Marília que assentiu, ainda sem reação.

— Eu precisava de um novo — Marília disse, vendo que Maiara ainda usava o boné que ela lhe havia presenteado. — Você já almoçou? — Viu a ruiva negar com a cabeça e assentiu. — Gostaria de ir almoçar comigo?

— Eu, huh, não sei — a garota disse e a loira suspirou frustrada.

— Certo — disse, mexendo inquieta em seu chapéu.

— Esta noite ainda estará aqui? Eu vou ficar aqui até umas seis horas, lá para esse horário eu já terei conseguido dinheiro para almoçar e então poderíamos ir jantar.

Marília franziu o cenho.

— Não vai almoçar comigo porque não tem o dinheiro? — Perguntou e Maiara assentiu, olhando para Garfield. — Não seja tola. Eu te convidei para almoçar, então eu pagarei.

— Eu não gosto de abusar. — Maiara disse fitando as orbes castanahs. — Você já me bancou a viagem inteira...

— Mai, eu quero muito saber o que fez nesses dois dias e, hm, quero que almoce comigo. Por favor? — Pediu e Maiara piscou desconcertada antes de responder.

— Só se eu ganhar um abraço — ela queria pedir um beijo, mas as coisas haviam sido casuais, não? E se Marília não a quisesse mais?

— Essa não é uma missão impossível, eu acho — Marília brincou sorrindo abertamente e Maiara suspirou embasbacada.

— Gata, eu posso ter vindo no seu caminhão, mas foi no seu sorriso que eu viajei.

Marília gargalhou ao ouvir aquilo e logo envolveu Maiara em seus braços, em um abraço apertado.

—Você tem sorte de ser bonita, porque suas cantadas são horríveis — Marília disse, sentindo Maiara inalar seu cheiro antes de se afastar.

— Não ofenda a minha cantada. Ela foi exclusivamente para você — Maiara brincou e a loira assentiu, rindo. A menor caminhou até onde estava e pegou suas coisas, indo até a mulher novamente. — Garfield, vem! — Ela gritou e o gato correu em sua direção.

Marília estranhou Maiara estar com o saquinho de lingeries ali e a ração de Garfield também, mas optou por não dizer nada.

Não foram à um lugar muito longe, algumas quadras dali no máximo. Garfield ficou parado do lado de fora, deitando-se na sombra de uma mesa vazia quando Maiara disse que ela não poderia entrar. As garotas adentraram o lugar e se sentaram ao lado de uma grande janela, dali poderiam ver o gato. Fizeram seus pedidos e esperaram.

— Por que ainda está aqui? Não era para ter partido esta manhã? — Maiara perguntou, virando-se para Marília, havia se sentado ao lado da garota e não à sua frente como deveria.

— Não vai acreditar na minha sorte... — Marília começou a explicar, retirando o chapéu preto de sua cabeça exatamente como Maiara fez e o colocando na cadeira da frente. A ruiva se virou para ficar a sua frente e a loira copiou seu gesto. — Meu caminhão quebrou. Encomendei uma peça, mas só vai chegar em dez dias. E você, conseguiu visitar o túmulo da sua mãe? — Maiara abaixou a cabeça no mesmo momento e assentiu. — Hey... desculpe tocar nesse assunto, Maiara. Não fique triste. — Marília disse, tocando em seu queixo para que a garota lhe olhasse.

— Não se preocupe, estou bem — Maiara disse sorrindo fraco.

— Por que carrega as suas coisas consigo? — Marília finalmente perguntou. — Onde está ficando, Mai?

— Eu meio que não estou ficando em lugar nenhum — ela disse envergonhada.

— Por que me olhou desse jeito? — Marília perguntou ao ver Maiara lhe fitar e fechar rapidamente os olhos, negando com a cabeça.

— Não te olhei de jeito nenhum.

— Olhou sim. Por quê?

Maiara respirou fundo e, com olhos cansados, fitou a loira.

— Porque eu menti para você, Marília.

Destino Incerto | MaililaWhere stories live. Discover now