Doze

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— Cor preferida? — Maiara perguntou à Marília enquanto levava uma longneck à sua boca.

— Hã, não sei, azul talvez — a garota respondeu.

A maior estava encostada no lado esquerdo da boléia, enquanto Maiara estava ao seu lado direito. Maraisa e Luísa estavam aos amassos no banco da frente e Lauana dormindo ao lado delas, com o gato em seu colo.

Haviam comido pizza e bebido por horas; ligaram a rádio no último volume e dançaram do lado de fora; as pobres almas embriagadas se divertiram como nunca, mas naquele momento, às três e cinquenta e dois da madrugada a energia já havia ido embora e sobrado apenas a embriaguez.

— Por que azul? — Maiara perguntou e Marília arqueou uma sobrancelha, capturando a pequena garrafa da mão da moça para então dar um grande gole.

— Não sei. Passo parte do meu tempo olhando para o azul do céu e o verde das árvores.

— Certo, sua vez — Maiara disse, vendo Marília virar o restante do líquido.

A ruiva deu um suspiro e se inclinou, passando por cima das pernas da mulher mais velha e pegando mais uma cerveja do isopor. Estavam em um jogo de perguntas e respostas para se conhecerem melhor e Maraisa achou isso muito chato, preferindo começar uma sessão de amassos com Luísa.

O som estava baixo, mas ainda assim não se dava para ouvir o que as meninas falavam lá na frente e vice e versa.

— Fruta preferida? — Marília perguntou, mal piscando para apreciar as coxas da menor enquanto a garota voltava a se sentar direito.

— Banana — Maiara respondeu e soltou uma risada gostosa. — Irônico, não?

— Por quê? — A loira perguntou vendo a garota se virar de frente para ela e se aproximar sorrindo.

— Por que no sentido erótico é da outra fruta que eu gosto — murmurou com a voz rouca, encarando intensamente o olhar da mulher. — Abre para mim?

— Como? — Marília perguntou piscando em confusão, vendo Maiara morder o lábio inferior e rir em sinal de sua embriaguez.

— A garrafa — explicou, vendo a loira corar e suspirar assentindo.

— Oh, claro, a garrafa — ela disse respirando fundo e pegando a garrafa da mão da menor. Sentia o álcool percorrer suas veias deixando cada ação de Maiara duas vezes mais sexy e intensa.

— Obrigada — a menor agradeceu, pegando a garrafa assim que a mulher a abriu e dando um gole. — Hmmm, geladinha.

— Você não tem cara de que gosta de cerveja; eu nunca imaginaria — Marília disse sentindo sua fala levemente enrolada. Maiara riu de uma forma agradável para os ouvidos da maior antes de dizer algo.

— Ah, não? E do que eu tenho cara de gostar de tomar? — A sobrancelha erguendo-se sutilmente e o sorriso sacana nos lábios eram imaginação de Marília?

— Hm, não sei. Champagne — sugeriu sentindo-se nervosa sob o olhar intenso da garota.

— Bem, já lhe disse que de champagne eu não gosto. — relembrou. — Acho que é minha vez de perguntar.

— À vontade — Marília disse, pegando novamente a pequena garrafa da mão de Maiara e dando outro gole.

— Sentiu vontade de me criticar quando eu disse não crer em santos e na virgem? — A loira lhe fitou e sorriu.

— Você me criticou mentalmente quando eu disse que acreditava?

— Não. Cada um com sua fé.

— E não tentaria me fazer desacreditar?

Destino Incerto | MaililaWhere stories live. Discover now