Dez

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O barulho dos pássaros gorjeando fizeram o subconsciente de Maiara despertá-la; seus olhos se abriram e uma ruga se formou em sua testa ao constatar que ela estava sozinha. Onde Marília estaria? Era, de fato, cedo demais ainda, mas o sol já esquentava sua pele mesmo através do vidros do caminhão.

A garota se espreguiçou e saiu do caminhão para escovar os dentes e assim que terminou guardou sua escova novamente. Bufou ao olhar em volta e não ver Marília. Será que ela estaria lá atrás com as meninas? Ela havia dito que elas não acordavam tão cedo.

— Procurando por mim? — A voz rouca fez Maiara dar um gritinho de susto, erguendo os olhos para seguir a direção da voz.

— O que faz aí em cima? — Ela perguntou ao ver que Marília estava em cima do caminhão.

— Contemplando a natureza.

— Como subiu aí? — A curiosidade de Maiara era algo sempre presente.

— Por quê? Quer vir também? — A ruiva assentiu e Marília riu. — Entrei pela janela do caminhão — ao ver Maiara franzir o cenho, riu novamente. — Entre no caminhão e feche a porta — a garota obedeceu.

— E agora?

— Agora passe pela janela e fique em pé escorada nela — a ruiva pareceu insegura, mas seguiu as instruções da voz. — Vem, eu te ajudo — a mais velha lhe ofereceu a mão e o toque cálido fez a garota esquecer o medo que estava de cair.

— Uau! — Maiara expressou encantada com a visão assim que chegou ao topo do caminhão, sem jamais se soltar do toque macio das mãos de Marília. — Isso é incrível — o sorriso de Marília foi genuíno e ela assentiu com a cabeça.

— Sempre subo aqui quando estamos em algum lugar bonito assim.

— Gosta de belas paisagens, hm? — Maiara perguntou sorrindo e se ajeitou sentada ao lado de Marília, fitando a bela vista com os joelhos dobrados, mas ainda não soltava da mão branca.

— Eu adoro — respondeu admirando o horizonte. A ruiva olhou de soslaio para ela e sorriu discretamente.

— Eu acho que eu também — a brisa suave da manhã esbarrava-lhes a pele trazendo sensação de conforto. — Posso te fazer uma pergunta?

— Claro.

— Por que é sempre tão séria? — Perguntou, virando sua cabeça para olhá-la. — Notei que você tem um lindo sorriso, deveria usá-lo mais vezes.

— Acho que esse é meu jeito — Marília respondeu dando de ombros.

— Sempre foi assim?

A loira riu fraco e negou com a cabeça.

— Não — respondeu em um longo suspiro. — Acho que em algum ponto da minha vida eu me fechei — Maiara entrelaçou seus dedos com os de Marília e lhe fitou em busca de aprovação. A mulher nada disse e por isso ela permaneceu assim.

— Precisa de mais diversão em sua vida — Maiara disse e Marília franziu o cenho.

— Mas eu me divirto — disse e a mais nova riu e assentiu.

— Ótimo saber disso. Está vendo aquele rio? — Perguntou apontando para algum lugar do outro lado da rua. — Poderíamos dar um mergulho, que tal?

— Não sei...

— Vamos lá... Você disse que se divertia. — e, diante daquele par de cílios piscando em um pedido silencioso para que aceitasse, Marília não conseguiu recusar.

— Tudo bem — disse bufando e a ruiva sorriu, soltando do toque da mão da mais velha para bater palminhas de entusiasmo.

Desceram do caminhão e atravessaram a rua correndo, tendo em vista que por ali não passavam tantos carros naquela hora.

Maiara desceu a pequena ribanceira e tocou seus pés na água fria, encolhendo o corpo um pouco.

— Mudou de ideia? — Marília perguntou rindo e Maiara se virou, franzindo os olhos e negando com a cabeça.

— De jeito nenhum — Maiara disse, apertando suas mãos na beira do vestido e o retirando de seu corpo.

— Hm, Maiara, o que está fazendo? — Perguntou, acompanhando a peça ser lançada num canto qualquer. Se arrependeu daquela pergunta quando Maiara se virou para ela. Seus seios livres fizeram Marília paralisar. A menor usava uma calcinha minúscula e sorria para a loira.

— Eu não pretendo molhar seu caminhão — ela explicou, retirando sua calcinha no momento seguinte e dando uma bela visão de seu traseiro para a loira.

A garota não parecia estar malhando no momento; parecia mais uma alma livre se divertindo.

— Vem, Lila... — Ela gritou, se jogando na água e dando um mergulho. Marília olhou em volta e viu que ninguém lhes assistia.

— Certo. É só um mergulho — sussurrou para si mesma, retirando suas roupas e as colocando junto com a de Maiara.

Caminhou em direção às águas e viu Maiara voltando à superfície da água com um lindo sorriso nos lábios. Quando a mais nova viu que Marília estava nua, ela percorreu o olhar por aquelas voluptuosas curvas e suspirou.

— Bem, parece que você não é tão medrosa assim e entrou mesmo, huh? — Perguntou com um sorriso brincalhão em seus lábios.

— Eu disse que me divertia — Marília disse, satisfeita consigo mesma por ter entrado ali. Maiara riu baixinho e atirou água na garota, que franziu os olhos e se jogou na água. — Se prepare para morrer afogada — Maiara gargalhou e começou a nadar para longe de Marília, mas, ao parecer, os braços e pernas da loira eram mais compridos, a ajudando a chegar nela com facilidade.

— Desculpe, desculpe — Maiara pediu fechando os olhos e rindo. Marília gargalhou ao ver a expressão de Maiara e apenas deslizou o dedo indicador pelo vértice do nariz da menor.

— Quem é a medrosa agora, hm? — Marília perguntou rindo e enlaçou seus braços ao redor de Maiara assim que a garota tentou nadar para longe.

— Tudo bem, é que você me dá medo quando faz aquela cara de brava — Maiara revelou e suspirou quando sentiu seu seio roçar no de Marília.

Ela viu Marília empalidecer com o ato e então Maiara se remexeu sutilmente de propósito, causando o atrito dos bicos enrijecidos novamente. A ruiva mordeu seu lábio inferior e sentiu seu ventre se contrair, droga! Não eram nem nove horas da manhã e já estava excitada novamente.

— Que tal... — Os olhos de Marília desceram em direção às águas e enxergaram a figura distorcida de seus seios se tocando. — Uma corrida até a outra ponta? — Sugeriu, se afastando da menor. A menor suspirou e assentiu ainda levemente atarantada.

— Que vença a melhor! — E no três começaram a nadar.

Destino Incerto | MaililaWhere stories live. Discover now