Fragalhos

⁷³

Gabriel Williams.

Mais um ano.

Mais um ano.

Mais um ano.

- eu vou acabar com vocês. O que vocês fizeram contra nós não irá ficar em vão - minha mãe disse, olhando para tela do seu notebook fixamente. Eu que estava na sede Williams com ela em casa, sabia mais que ninguém que ela estava falando a verdade - pela garra, pela força e pelo poder.

Desligou.

Eu não estava com cabeça para nada, desde que eu acordei, senti meu coração aflito e pesado.

Mais um ano.

Eu estava começando a gostar e a me adaptar com Eva Margort, ela era uma pessoa legal e gentil. Era uma ótima esposa, amiga e também no sexo.

Mas nada importava, não quando hoje fazia mais um ano sem minha estrelinha.

- Gabriel - David me chamou, com atenção - manera cara, você já fumou demais, e ainda está bebendo...

Se David ao menos soubesse o porque de eu estar fazendo aquilo, com toda certeza ficaria do meu lado, ou entenderia, pelo menos.

Mais um ano sem Rachel, sem poder sentir a sua respiração ou ver aqueles olhos que me lembrava a estrelas.

- eu vou sair - disse, enquanto pegava meu casaco - cuide de tudo.

Quando cheguei no hospital, naquele corredor em específico, não pude deixar de me sentir fraco e vulnerável. O meu eu de seis anos atrás voltou, com dezoito anos, soluçando sob o chão daquele quarto, lembrando dos nossos últimos momentos.

A verdade é que eu nunca esqueceria Rachel, e mesmo com hoje, com vinte e quatro anos, não consigo esquecer ela, ou aplacar essa dor.

Minha estrelinha estava morta, ela se matou.

Abri a porta com cuidado, sentido como se estivessem arrancado o chão, o meu mundo. E lá estava ele, o local a qual eu passei um dos piores dias da minha vida.