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— mãe, calma — eu tentei acalmar a mulher que soluçava compulsivamente. — mãe, por favor...

Minha mãe gritava e chorava, os cabelos antes presos estavam com alguns fios desfiados, já que a mesma havia puxado eles.

David, sua esposa e minha, estavam na mansão Williams e eu não pude deixar de agradecer a eles por isso. Mesmo que fossem da minha confiança, não seria bom deixar que vissem minha mãe naquele estado.

— eu quero meu tio — a voz saiu dengosa e chorosa, e novamente eu me lembrei de cinco anos atrás.

Ali, eu vi que se Eduardo ou Melanie caísse, o outro iria cair também. E essa queda seria fatal.

— mãe, ele vai ficar bem — um suspiro pesado, nem eu acreditava naquilo.

Eu tentava me manter calmo, mesmo que aos olhos da minha mãe, eu estivesse totalmente calmo e centrado. No corredor oposto, o quarto de Rachel, que ninguém entrava sem minha permissão, estava.

Na sala a minha frente, meu avô estava passando por uma cirurgia de risco e ao contrário de Eduardo que a cinco anos atrás me expulsou e quase me matou, minha mãe estava chorosa e acabada.

Eu entendia os dois lados.

— por favor mãe... — eu tentei uma última vez, ao ver minha mãe encostada na parede soluçando. O rosto estava vermelho, o nariz molhado e o rosto abatido.

Faziam três horas que Eduardo estava naquela maldita sala de cirurgia, sem nenhuma informação para nós.

— por favor mãe... Eu não posso desabar — não adiantou.

Assim que eu terminei de falar, uma lágrima caiu, e outra, até que eu finalmente levantasse a cabeça e tentasse me reeguer, mas tudo o que saiu foi um murmuro forte e feio.

Eu puxei minha mãe, tentando aplacar a dor dela e a minha. Eu tentei com tudo, com todo o meu ser.

Mas, como eu posso tentar aplacar essa, sendo que nem a dor de cinco anos antes, não consegui? Não havia mais porque lutar, só restavam Fragalhos.

FragalhosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang