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Levantei com dificuldade do chão, depois de passar um bom tempo deitada. Meu cabelo estava caído em meu rosto e eu nunca o odiei tanto.

Minha cabeça lateja, enquanto eu enchia a banheira para tomar banho. Minha coluna estava doendo como nunca havia doído e eu me perguntava se iria conseguir descer as escadas. Entrei na banheira quente, me sentindo a pior das pecadoras que já existiu; eu nunca deveria ter falado aquilo para o Moraes.

O que se passou na minha cabeça quando fiz aquilo? Eu por acaso estava querendo fuder comigo?

Suspirei indo para a pia, onde tinha um amplo espelho que mostrava meu corpo até a metade da barriga. Meu rosto estava vermelho, meu nariz por algum motivo, com sangue seco. Minha boca estava vermelha, já que eu mordia os lábios enquanto meu pai me batia e minha costela estava dolorida.

Balancei a cabeça negativamente, pegando a maleta de remédios que tinha debaixo do armário. Segurei a mesma com força, tentando controlar os impulsos para não tomar demais, mas no fim, eu estava com dois comprimidos para dormir — não os naturais que me foi recomendado. Mas os que precisavam de prescrição médica — e dois para dor.

Eu sabia que as chancea de eu apagar e não acordar hoje seriam grandes. Sabia que as chances de eu ter uma overdose também, devido a alta dosagem de cada remédio. Eu sabia de todos os riscos e não me importava com aquilo.

Não era tentava de suicídio, afinal, a  finalidade para eu estar tomando aqueles remédios era apenas para me fazer dormir e para acabar com a dor dilacerante que eu estava sentindo.

Eu esperava que sim.

FragalhosWhere stories live. Discover now