Apenas diga que me ama

Bônus

Louis/Anna narrando:

Louis:

Ouço muitas pessoas dizerem que eu sou um verdadeiro idiota e um completo babaca, tem dias que realmente me sinto assim, da maneira que eles me descrevem.

As vezes, sinto que eu não sou um bom filho, um bom amigo ou até mesmo um bom homem. Tem dias que chego a duvidar da minha índole e penso se realmente sou merecedor de tudo que hoje eu tenho.

Não digo apenas dos meus bens materiais, me refiro também as pessoas maravilhosas que me cercam. Eu sou mesmo merecedor? Mesmo fazendo tudo incorreto? Uma merda atrás da outra...

Eu acho que tenho o dom para fazer tudo da maneira errada, principalmente na minha vida amorosa, que por sinal é um verdadeiro fracasso, graças e exclusivamente a minha pessoa.

O som do telefone corporativo sob a mesa me desperta, tirando-me de dentro da minha bolha de pensamentos e me puxando para o mundo real.

-Sr. Williams._a voz da minha secretária invade meus ouvidos.-O Sr. Thompson deseja vê-lo em sua sala imediatamente.

-Do que se trata?_giro-me em minha cadeira.

-Ele não entrou em detalhes, entretanto citou os casos pro bono.

-Tudo bem, obrigado.

Me levanto e então decido ir até sua sala, já imaginando o que pode ser, depois dela ter citado o pro bono.

Mensalmente e em um dia específico, Noah separa alguns desses casos e entrega para alguns dos inúmeros advogados que tem nesta corporação.

Pro Bono é uma atividade voluntária oferecida por um advogado, qualquer que seja sua área do direito, com o objetivo de prestar serviços jurídicos gratuitos para quem não tem condições de arcar com os custos de uma demanda judicial, por isto que na expressão latina significa "para o bem".

Tem advogados que não gostam muito de pegar um pro bono, mas eles não ousam contrariar Noah.

Caminho com passos firmes em direção a sala, aproveito que sua secretária não se encontra e passo pela porta. Quando entro, lá está ele, com o rosto serio e olhos focados em seu computador. Ele se desperta quando ouve o barulho dos meus passos e então nota minha presença, levanta a cabeça e me encara avaliador.

-Não ouvi Elena anunciar sua chegada._seu tom é profissional.-Muito menos você bater na porta.

-Ela não está._me aproximo, enquanto reviro os olhos.-Aproveitei e entrei, isso nos poupa tempo._puxo uma cadeira em sua frente e me sento.-O que você quer?

-Seu pro bono._Noah estica seu braço e alcança uma pasta preta, empurrando em minha direção.-Caso imobiliário.

-Sério?_faço uma careta.-Posso trocar?

-Não.

-Você sabe que não é muito minha área.

-Ótimo._ele volta sua atenção para a tela do computador.-Assim você saíra da sua zona de conforto, vai adquirir mais conhecimento e isso é bom.

-Mas...

-Louis._me repreende e automaticamente eu me calo.-Vai estudar seu caso.

-Tudo bem, chefe.

Coço minha cabeça e suspiro, quando estou prestes a me levantar, meus olhos focam em um dos porta retratos atrás de Noah. Nele tem uma foto e nela está eu, Anna e Noah. Aquela fotografia foi tirada na faculdade, na biblioteca em um dia qualquer.