Capitulo vinte e um

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Alina narrando:

Noah e eu caminhamos de mãos dadas em um silêncio acolhedor, os pés esmagando as folhas recém-caídas.

As cores do outono chegaram, transformando as árvores em cor de laranja e vermelho sangue, as folhas secas lentamente atingindo o chão.

Quando pequena, lembro que esperava ansiosamente por essa estação, amava correr para o parque com os outras crianças assim que as folhas começavam a cair.

-É muito longe daqui?_Noah me desperta, obrigando-me a voltar para a realidade.

O chalé da minha família, deixado pelos meus avós maternos, também fica em Broadstairs. O lugar é incrivelmente lindo e, além disso, tem um estábulo com cavalos maravilhosos e bem treinados. Decidi então, levar Noah para conhecer o lugar e cavalgarmos um pouco.

-Não, estamos quase chegando._lhe dou um leve empurrão com meu ombro.-Desde quando você se tornou preguiçoso, hein?

-Eu não sou preguiçoso._ele nega, me fazendo sorrir.-Mas já estamos andando alguns bons minutos.

-Estamos quase..._ele bufa, me fazendo revirar os olhos.

Noah foi murmurando o percurso todo, até que finalmente chegamos no local. Rapidamente a brisa levemente gelada nos abraça, o som dos pássaros e o barulho do vento atinge nossos ouvidos, me fazendo suspirar e inalar o cheiro das folhas e do ar fresco.

A caseira responsável por tomar conta da casa, já ciente da minha vinda, prontamente aparece e nos recepciona.

O chalé, assim como a casa da praia em que estamos, é um pouco distante da cidade, não corre o risco de sermos flagrados juntos. Então, Noah e eu podemos andar juntos sem medo.

A sensação de andar de mãos dadas, com nossos dedos entrelaçados, conversando sobre vários assuntos aleatórios e brincando descontraidamente é libertadora.

Logo, me pego pensando no que Celeste me confrontou. "Você não se importa de perder os melhores momentos?"

Sinceramente, andar de mãos dadas, poder frequentar lugares públicos, fazer programas ao ar livre sem ter medo de sermos vistos, acredito que é algo extremamente bom, mas não será isso que irá definir nossos melhores momentos. Entretanto, eu queria poder mostrar para todos o homem incrível que eu tenho ao meu lado, queria gritar aos quatro ventos que Noah Thompson está comigo. Contudo, nem tudo é fácil e querer não é sinônimo de poder.

-Senhorita...?_a voz da senhora de meia idade atinge meus ouvidos.-Ouviu o que eu disse?

Noah me observa confuso, seus olhos azuis penetrantes me avaliando. Coço minha cabeça e ofereço-lhe um sorriso singelo.

-Hãn, poderia repetir? Por favor._lentamente solto minha respiração, trocando o peso das minhas pernas.

-Claro._ela sorri.-Eu disse que os cavalos já estão prontos. Gostaria que eu acompanhasse vocês até o estábulo?

-Ah, não._nego, guiando Noah.-Eu sei o caminho, muito obrigada.

-Tudo bem, então desejo um ótimo passeio.

Apenas diga que me amaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora