V - THE WALL (1979)

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Chegou a hora de entrarmos na zona dos Álbuns Consagrados. Sim, os mais famosos, queridinhos de todo mundo, os mais influentes... Você quem sabe como chamá-los. Não importam onde eles apareçam, temos uma noção do impacto cultural e musical dessas preciosidades do rock progressivo, e dissecá-las é meu dever maior. Pois bem, fique o mais confortável o possível, caro leitor, porque lá vem história.

Bom, eu tenho MUITA coisa para falar sobre esse carinha aqui. Aqui tem muita confusão, tijolinhos soltos e outras paradas que achei por aí. Para esta análise, vou usar como referência a versão do Immersion Box Set, porque é a experiência mais completa do álbum, e antes que pergunte, sim, eu tenho aqui em casa o filme e uma gravação em VHS da turnê de 1980. Mais da turnê lá na frente, pois as coisas precisam estar melhor explicadas para um entendimento. Ok, vamos analisar o pacote.

No disco original, a capa era literalmente o nome do álbum: uma parede branca, sem nada escrito. Mas quando você a abre, uma surpresa te espera. São diversos desenhos feitos á mão pelo cartunista Gerald Scarfe, que acabou dando vida ao disco com seu estilo grotesco e psicodélico além da conta, criando uma identidade própria e inseparável do The Wall. É como se fosse uma parede vazia em uma sala hiper decorada. É intrigante.

Vemos os horrores da guerra, os temores do cotidiano de alguém jovem, os olhares asquerosos que furam as costas em ambientes públicos, os espaços vazios na nossa mente, o julgamento social e por aí vai. The Wall não é um disco bonito, tampouco feliz. Bom, a ignorância de não saber inglês permite que você seja poupado de grande parte do impacto emocional da obra, mas se você tem algum conhecimento prévio da língua ou as letras traduzidas do seu lado, você pode ser acertado com a força de um rolo-compressos. Isso é bem característico da chamada Era Waters, onde tudo é sombrio, você é louco/a, nós somos loucos, o mundo tá ferrado e papai morreu. Sério, não é a toa que O THE FINAL CUT NÃO CONTA!

POXA ROGER WATERS! TROCA O DISCO E PARA DE FALAR DE GUERRA PELO MENOS UMA FUCKIN VEZ NA VIDA!!!!

Viu? Perdi minha compostura. Isso vai ser complicado....

Ah, você compra o álbum na suprema inocência típica de quem só quer curtir a música, para sair da pior maneira possível. As artes do disco refletem um mundo cru, imersivo, que te atola até o pescoço em um mar de insanidade e loucura da forma mais realista o possível. O que vemos são cenas de uma rock opera onde em momento algum o protagonista tem paz. A caricata e icônica figura do professor triturando seus alunos em um moedor de carne, os tortos braços da mãe formando muros, entre tantos outros desenhos criam essa versão surreal da jornada de um rockstar.

A ideia de ficar louco é o maior terror da humanidade contemporânea. É o medo de ser deixado de lado, de ver os outros terem pena de você, é o medo de ver seu verdadeiro eu sumir e subitamente ficar sozinho em um mundo cheio de gente. The Wall apresenta sua história através dos olhos de um louco. Você, ouvinte, é colocado em seu lugar, e quando finalmente chega o final, a única esperança acaba de aterrorizando. Aqui, o final feliz não é confiável.

Para esta análise, vou usar como referência a versão do Immersion Box Set, porque é a experiência mais completa do álbum, e antes que pergunte, sim, eu tenho aqui em casa o filme que retrata a história contada no disco e uma gravação ultra pirata da turnê de 80. Mais da turnê lá na frente, já que as coisas precisam ser explicadas primeiro. Ok, vamos analisar o pacote.

No disco original, a capa era literalmente o nome do disco: uma parede branca sem nada escrito. Mas quando você a abre, uma surpresa te espera. São diversos desenhos feitos á mão pelo cartunista Gerald Scarfe, que acabou dando vida ao álbum com seu estilo grotesco e psicodélico além da conta, criando uma identidade própria e inseparável do The Wall. É como se fosse uma parede vazia em uma sala super decorada. É intrigante.

Análise de (quase) toda a discografia do Pink FloydWhere stories live. Discover now