III - A MOMENTARY LAPSE OF REASON (1987)

3 0 0
                                    

"Pode fazer dupla de três?"

Momentary Lapse, tão amado, tão odiado e bizarro aos níveis do Ummagumma, mas não pelos mesmos motivos. Esse é um álbum pouco falado, pois por alguma razão, a maioria o odeia, sem contar com a historinha por trás dessa bagaça.

Sem mais delongas....

Pink Floyd para todo mundo. Para os ingleses, americanos em geral, asiáticos, australianos e até para aquele seu camarada soviético que nem sequer sabia que o Floyd existia até pouco tempo atrás. É o final dos anos 80, e depois de anos sem movimento, os espertinhos retornam com um álbum que vendeu muito, mas acabou pagando o preço por isso. A década de 1980 foi espetacular, e é quase impossível que a música não fosse capaz de escapar da mística desses período. O Momentary Lapse não pode ser observado e analisado da mesma forma que os outros discos da banda. Isso seria apelar para a ignorância. Se quiser tirar o máximo desse carinha aqui, é preciso entender o contexto da época e a mentalidade tanto dos fãs quanto da própria banda em si.

Para esta análise, usarei tanto a versão remixada de 2019 quanto a original, e como referência, todo o conteúdo será da época de lançamento. Sinto muito, mas eu é que não vou pagar quase 400 conto em um box de um álbum que eu já tenho. 

Vamos lá

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Vamos lá. O Momentary Lapse tem um conceito vaguíssimo, porém presente em quase toda a sua estética e sonoridade: o lapso, ou ato falho. O álbum nos apresenta uma gama de situações onde o pensamento difere da expressão, no sentido de que você erra e não faz a menor ideia do que te levou a isso. Essa definição implica uma característica bem estranha do Floyd pós-Waters, sendo ela a capacidade de obter novos patamares fazendo coisas que seriam absurdas no passado. Logo, é como se um forte lapso estivesse impregnado na banda dali em diante. Chega a ser bem interessante notar que, de certo modo, o disco acaba virando uma metáfora, quase que uma caricatura de tudo o que havia sido feito até então.

Eles LITERALMENTE não sabiam o que fazer, e desnorteados, só fizeram o que acharam ser o correto, para no fim ver que fizeram tudo errado. Tal erro seria corrigido no Division Bell.

Aqui nós temos uma presença em peso do azul escuro, que dá uma aura profunda, misteriosa, e até certo nível, calma. Nas artworks, existe o forte uso da água, e a sensação de estar constantemente flutuando é transmitida de forma eficaz. Em muitas delas, vemos um grau de surrealismo enfatizando o conceito do lapso, e é claro, de que as coisas não seriam como antes. É como se tudo fosse um grande sonho, cheio de incertezas e limiaridades. 

Deve-se dar importância também ao romance. Sim, é uma das raríssimas ocasiões que temos algum resquício de romance no Pink Floyd. Trazendo o conceito do jamais vu, as letras de certas músicas apontam para uma relação que nunca aconteceu, implicando uma lembrança vazia. O conceito vago permite uma gama maior de temas e letras, dando sentido á tão odiada estética oitentista que todo mundo diz odiar. 

Fazer o quê? Eu gosto dela :3

Fazer o quê? Eu gosto dela :3

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Análise de (quase) toda a discografia do Pink FloydWhere stories live. Discover now