II - P.U.L.S.E (1995), parte 1

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Apertem bem os cintos, e preparem-se para uma grandiosa viagem sonora. Surpresas maravilhosas aguardam nesse álbum ao vivo, conhecido por ser o grande ponto de partida quando se trata de Pink Floyd em geral, e certamente até aqueles que não gostam muito desse tipo de música acharão algo para se aproveitar aqui. Eu vou dividir esta análise em duas partes, porque o VHS/DVD tem um set de músicas diferente da versão LP/CD, e seria interessante fazer um review de cada um em seu devido mérito.

Vamos começar pela versão mais acessível na época do lançamento (outubro de 1995), ou seja, a versão LP/CD. É bem bacana começar analisando a artwork juntamente da embalagem, pois assim como no Division Bell, a Hipgnosis (a empresa responsável pela arte da banda desde os anos 70) caprichou, criando uma peça de coleção igualmente cheia de simbolismo, mas dessa vez com um trabalho em cima dos mais diversos tons de azul. Como nessas versões não é possível ter a presença do vídeo, a artwork serve para incrementar a atmosfera do som, transformando os 4 discos em reflexos do que poderia ser a imagem em si. Alguns ignoram e pensam "ah, é só uma arte típica da banda, nada especial.", mas aqui estou eu, dissecando esses detalhes desnecessários.

Então, vejamos....O LP tem essas "ondas" desenhadas em fundos coloridos, contendo uma foto do concerto no centro. É bem bonita, surreal até. 

Como podem ver, não tem nada de muito tocante, exceto pelo resquício de surrealismo contido nessas ondinhas aí

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Como podem ver, não tem nada de muito tocante, exceto pelo resquício de surrealismo contido nessas ondinhas aí. Isso até juntarmos todos os 4 encartes, obtendo uma estranha imagem que eu deixarei para a livre interpretação de vossas senhorias.

 Isso até juntarmos todos os 4 encartes, obtendo uma estranha imagem que eu deixarei para a livre interpretação de vossas senhorias

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Além desse segredinho, ainda existe mais um, que é deveras metafórico, se assim posso dizer

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Além desse segredinho, ainda existe mais um, que é deveras metafórico, se assim posso dizer. Há quem diga que eu estou indo numa direção muito além do normal, mas sabe como é, né? O objetivo parcial do disco é causar uma sensação de estar em uma espécie de espaço limiar, algo digno de um sonho ou ainda, uma memória. A familiaridade certamente está ali, contudo, algo mudou e você fica procurando, procurando e procurando, sem achar uma resposta satisfatória. Se por exemplo, você gastou todo o seu interesse artístico com o Division Bell, a arte do P.U.L.S.E vai passar batida, e só vai ser icônica por ser um tanto peculiar e memorável; Maaaas caso sua curiosidade ainda esteja sedenta, não custa nada olhar com mais atenção, percebendo os sapatinhos da Dorothy ou a bicicleta da bruxa, ambos de O Mágico de Oz, escondidinhos no meio do olho.

E vai passar batida, e só vai ser icônica por ser um tanto peculiar e memorável; Maaaas caso sua curiosidade ainda esteja sedenta, não custa nada olhar com mais atenção, percebendo os sapatinhos da Dorothy ou a bicicleta da bruxa, ambos de O Mágic...

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Vamos ver o que temos aqui, começando pelo primeiro CD:

- Shine On You Crazy Diamond (partes I-V)

- Astronomy Domine

- What do You Want From Me

- Learning to Fly

- Keep Talking

- Coming Back to Life

- Hey You

- A Great Day for Freedom

- Sorrow 

- High Hopes

- Another Brick in The Wall (parte 2)

Temos em nossas mãos uma tracklist bem montada, e também a maior diferença entre as duas versões desse ábum. Isso é algo excelente! Essa diversidade entre coisas que supostamente deveriam ser idênticas agrada o gosto dos fãs e dá uma potente demonstração de quase tudo o que a banda já fez, com músicas do primeiro álbum, passando pelo chamado "Grande Trio" (os 3 álbuns mais vangloriados do Floydão), até chegar onde estávamos na época. A performance de cada música é feita com maestria , e até mesmo as mais clássicas ganham uma atmosfera mais densa. Vale notar também que o som nunca esteve melhor. Tudo está polido, com direito á toda pompa e circunstância.

É um majestoso cartão de visitas, e digno de estar na estante de qualquer um. Se quiser ouvir casualmente com amigos e família, é certeza de que vai ser agradável, com os fenômenos do Pink Floyd que encheram as rádios nos anos 80.

O disco 2 é a cereja do bolo: O Dark Side of the Moon, executado em sua totalidade e com direito a um bis com hits atemporais como Wish You Were Here, Confortably Numb e Run Like Hell, presenteando os ouvidos casuais com basicamente tudo o que a cultura mainstream entende sobre rock progressivo. Finalmente temos o Dark Side ao vivo por meios oficiais, coisa que eles deveriam ter feito durante a turnê de 1973 (FOLGADOS!), mas pensando bem, essa seria a última turnê mundial da banda, então talvez seria melhor se as coisas terminassem da melhor forma possível. 

Com a tecnologia mais avançada, os resultados obtidos foram superiores. Aqui não tem como destacar apenas algumas músicas. A experiência é boa, mas sem o estímulo visual, pode acabar variando muito de pessoa para pessoa. O P.U.L.S.E é mixado em Surround, então, para vossas senhorias que possuem Home Theaters ou mais de duas caixas de som, podem escutar o álbum com o volume no talo, porque o trem é foda demais! E se não tiver tempo o suficiente para ouvir as quase 3 horas de música, pode simplesmente optar por escutar um lado do LP/CD de cada vez. Não precisa ter pressa. Dá pra ouvir as músicas separadas também (no caso do primeiro CD), agora, nada de Dark Side pela metade, pelo amor de Deus.

Então, vamos concluindo aqui. O único ponto fraco que eu posso realmente reclamar é a falta de músicas do período que precedeu o lançamento do Dark Side of the Moon. Me entristece ver que clássicos como Echoes, Fat Old Sun, Wots...Uh The Deal e A Saucerful of Secrets foram deixados de lado. Sério, chega a ser desconcertante para quem é fã dos anos mais psicodélicos da banda. 

Eu realmente sinto falta de A Saucerful of Secrets....

Veredito final da versão LP-CD: 8.2/10. É tudo muito ao pé da letra, excelente para escutar sem compromisso em qualquer ocasião, sozinho (a/e) ou acompanhado (a/e). O que pecou para mim foi o esquecimento da era de transição na história do Pink Floyd, além das coisas estarem fiéis até demais em relação aos discos de estúdio.

É lindo, majestoso, atmosférico, porém, senti falta da criatividade que, até então, sempre existia nos concertos da banda. 

Hmmmm..... Esqueci de alguma coisa? Sim? Não? Talvez...? Ah, deixa pra lá. 

Obrigada por ler até aqui, e até um outro dia.

Análise de (quase) toda a discografia do Pink FloydWhere stories live. Discover now