High Speed Love - Charles Leclerc

Chapitre Trente et Un - Are you ok?

Jeddah, Arábia Saudita

A vitória tinha um gosto amargo pra Charles, ele estava feliz por ter ganhado claro, com aqueles 25 pontos ele conquistou o P3 no campeonato de pilotos, um lugar que ele nunca se imaginou, ainda mais naquela temporada, parecia irreal. Mas mesmo sabendo isso e com as vozes de Xavier e Mattia em seus ouvidos o parabenizando, ele ainda sentia que tinha algo muito errado.

Ele estacionou na frente da placa com o número 1, e tentou se levantar pulando como anteriormente, mas o êxtase não estava lhe vindo. Ao se aproximar da equipe e receber diversos tapinhas no capacete foi quando se deu conta do que estava errado.

- Cadê a Olivia? - ele olhou ao redor confuso ao não ver a namorada ali - Mia? - ele procurou pela assessora

- Charles... - a mulher tentou mediar

- Eu só quero uma resposta - Leclerc falou pras todas as expressões de piedade que se viraram pra ele - Onde tá a Olivia? Cadê a minha namorada?

- Charles - uma voz o chamou, mas não era o sotaque nova iorquino delicioso, e sim o italiano firme de Louisa - Vem comigo

- Pra onde? Louisa, cadê ela? - ele insistiu andando atrás da fotógrafa

- Você sabe onde, Charles - a ruiva falou, explodindo - Estamos indo pra área hospitalar, Olivia apagou

- O que? Ela...

- Penúltima volta. Eu não sei o que aconteceu, ela sumiu uma parte da corrida e voltou super pálida e nervosa, mas continuou, quando você quase ultrapassado ela caiu. Andrea a trouxe pra área hospitalar - Louisa abriu a porta dos fundos da estrutura branca, sinalizando para a enfermeira e conduzindo Charles até uma das últimas macas, ela falava rápido, seu sotaque extremamente forte, Charles quase a pedia pra falar em italiano de uma vez, talvez ele entendesse melhor - Ela tá tomando soro com glicose, não comeu nada o dia todo e...

- O dia todo? Eu... nem o café da manhã? - ele olhou a ruiva nervoso, e suspirou quando a viu assentir - Eu devia ter insistido mais com os croissants, mas achei que ela tinha tomado café, ela não faz nada sem café da manhã.

- Você não soube? - Louisa perguntou, a mão na cortina fina que estava ao redor da maca, ainda sem abrir

- Não soube do que? - Charles perguntou ainda mais alarmado

- É típico dela não te contar na verdade - Trevisano suspirou - Os hotéis que ela tá ficando não tem café da manhã, ou pelo menos, a estadia que o The New York News paga não tem mais café. Ela tava vindo comer só no paddock, mas hoje tinha alguma coisa acontecendo.

- Me deixa ver ela, Louisa - ele pediu já impaciente com a mão dela na cortina

Louisa suspirou novamente e puxou a cortina, revelando Olivia deitada sobre a maca, ainda inconsciente, uma das mangas da camisa branca feia do TNYN puxada até o bíceps pra permitir o acesso no braço esquerdo, o cabelo estava bagunçado e ele odiou como ela parecia pequena e frágil. Ele odiou como ela parecia assim num ambiente hospitalar, um que a muito ele odiava.

Lentamente, Leclerc andou até ela, o silêncio mortal os circundando, ele segurou a mão dela que não tinha nenhum acesso entre as dele. Se surpreendeu quando sentiu algo áspero em seus dedos e quando virou a mão dela, viu as marcas de sangue seco em formato de meia lua nas palmas dela. Ele se segurou pra não chorar bem ali, se contentando em deixar leves beijinhos nas marcas.

- Porque você não deixa a gente te ajudar, Liv? - ele murmurou beijando a testa dela

- Charles? - ele ouviu a voz de Mia e se virou pra loira, a mão ainda junto da de Olivia