Capítulo 15

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"EU NÃO VOU MAIS MATA-LA!" Fora aquilo que Harry gritara para o boneco no chão enquanto cambaleava e voltava seu olhar para ela.

Emma agora corria em disparada em meio à floresta, os olhos embaçados pelas lágrimas que queriam escorrer por seu rosto. Ele queria matá-la!

– Emma, volte! Deixe-me explicar! – Ela podia ouvir Harry gritar em alguma parte do bosque logo atrás dela. Mas ela não pararia. Não enquanto ainda tivesse forças para continuar correndo, não quando quem lhe chamava queria sua morte.

Emma! Eu nunca te machucaria! – A voz dele parecia quase desesperada. Mas era um truque. Um maldito truque!

Emma continuou correndo, a respiração decompassada, as pernas queimando pelo esforço. Ela não podia parar!

EMMA?! – Pôde ouvir uma voz há um bom tempo esquecida, mas familiar, gritar por seu nome em algum ponto a sua frente.

Ela parou por um instante para tentar lembrar de quem poderia ser aquela voz. Papai! Exclamou mentalmente e voltou a correr ao ouvir a voz de Harry lhe chamar cada vez mais perto. Papai está aqui! Preciso encontrá-lo! Pensava enquanto deixava as lágrimas de desespero finalmente escorrer.

Enquanto corria, sentiu suas pernas bambearem e um pouco depois, acabou tropeçando em uma raiz de árvore que ela tinha quase certeza de não estar lá segundos antes.

Choramingou enquanto tentava se levantar o mais rápido possível, mas seu corpo estava cansado demais. Ouviu passos esmagando as folhas caídas em algum lugar ao seu redor. Engoliu em seco. Estava perdida...

– Emma? – Ouviu alguém murmurar um pouco surpreso. Mas não era voz de Harry que a chamava...

Papai! – Em exclamou ao encarar a pessoa ao seu lado. A expressão era de surpresa e alívio.

– Ah, Emma! – Albert Kloss exclamou ajoelhando-se ao lado da filha e a abraçando com força. – Estávamos preocupados!

– Me desculpe, papai! Me desculpe! – Ela choramingou agarrando-se à camisa do homem que lhe afagou os cabelos.

– Tudo bem, meu amor.

Alguns instantes se passaram com os dois abraçados no meio da floresta que começava a escurecer, até que mais barulho de passos puderam ser ouvidos. Emma agarrou-se ainda mais ao pai.

– Tudo bem, querida. – Sussurrou. – Econtrei ela! – exclamou logo em seguida.

Um grupo de homens do vilarejo surgiu ao redor de pai e filha, todos fazendo bastante barulho e comemorando o encontro.

– Vamos, Albert, está começando a escurecer. Melhor voltar ao vilarejo antes que anoiteça! – um dos homens exclamou pousando a mão no ombro do pai de Emma.

– Você consegue andar? – Albert perguntou se levantando e ajudando a garota a fazer o mesmo.

– Sim... – Murmurou levantando com certa dificuldade.

– Tudo bem, estamos prontos para ir. – Albert anunciou dando o braço para que a filha pudesse conseguir alguma firmeza para caminhar.

Em andou a passos pequenos, agarrada ao braço do pai, ainda muito assustada com a possibilidade de encontrar Harry pelo caminho. Harry... Só de pensar naquele nome sentia-se arrepiar de medo. Como pudera confiar nele? Como pudera passar tanto tempo acreditando que ele era um bom rapaz? Como pudera se esquecer de sua família?

Enquanto pensava naquelas questões, Emma sentiu uma ligeira sensação de que alguém a estava observando ao longe...

A Casa Do BosqueWhere stories live. Discover now