3.0.

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A guarda real caminhava em passos apressados por todas as ruas da cidade do reino tentando encontrar a capitã fugitiva.

Dentro do beco, o príncipe tentava acalmar Eui, as suas mãos ensanguentadas estavam na zona do peito enquanto tremia, as suas lágrimas salgadas pareciam não ter fim e, pela primeira vez, o príncipe teve visão para o estado de vulnerabilidade de Eui.

Yang Jeongin sabia que tinham de ser rápidos, não tinham muito tempo até que fossem encontrados e, se isso acontecesse, todo o plano teria sido em vão; por isso, o príncipe pousou as suas mãos no rosto de Eui.

-Tens de partir o mais depressa possível. - informou calmamente o príncipe.

A capitã estava enjoada, a ferida profunda que tinha na barriga era enorme e só com sorte é que Eui sobreviveria, era um caminho sem saída para Eui que se preparava para aceitar a morte.

-Não posso ir. - respondeu negando com a cabeça. - Estou a morrer.

Park Eui nunca receou a morte, ela sabia que, mais cedo ou mais tarde teria de a enfrentar, porém, naquele momento de euforia e com a maior certeza de que não sairia dali viva, a mulher começou a recear a morte.

Irritado, o príncipe negou com a cabeça despindo a sua camisa branca de ótima qualidade deixando Eui confusa. O príncipe atou a sua camisa no corte de Eui apertando as mangas da camisa num nó forte de forma a impedir que a ferida ficasse aberta por muito tempo.

Mentalmente, Eui agradecia. Jeongin pousou a sua mão na cintura da mulher ajudando-a a levantar-se, com alguma dificuldade, ambos caminhavam até à saída do beco começando uma longa caminhada até ao cais onde toda a sua nova tripulação esperava ansiosamente pela mulher.

Não havia tempo para conversas, Eui tinha imensas palavras que queria partilhar com o príncipe; a cada passo que dava, o momento da sua separação estava perto e, de certa forma, não era isso que ela queria.

Park Eui sentia que agora não tinha um propósito para ser capitã, não desejava mais procurar por tesouros, não desejava mais ser pirata, o seu espirito de liberdade parecia estar a desaparecer e tudo o que a mulher desejava naquele momento era morrer.

Antes de chegar perto da zona do cais, os guardas reais avistaram o casal que caminhava em passos lentos até um navio da marinha real, gritos foram ouvidos fazendo com que o príncipe virasse o rosto encarando os guardas que corriam na sua direção.

Impaciente, Jeongin estalou a sua língua encarando o rosto da capitã que mantinha uma expressão séria no rosto, parecia desmaiar a qualquer momento. 

-Por favor Eui, não te atrevas a fechar os olhos! - exclamou o príncipe em voz alta.

De longe, a capitã observou imensos homens com roupas sujas que esperavam ansiosamente pela chegada da nova capitã. Naquele momento, Eui parecia ter ganho forças e soltou uma leve gargalhada abafada deixando o príncipe mais aliviado.

Mesmo com os guardas a correrem atrás do casal, o príncipe e Eui pareciam ter ganho balanço e os passos eram agora mais longos.

Não demorou muito tempo até que o casal chegasse junto da nova tripulação que encarou o príncipe com receio enquanto comentavam o facto de estarem na presença do príncipe real.

Nervoso o príncipe encarou a tripulação e humedeceu os lábios.

-Não têm muito tempo, - começou o príncipe. - cuidem da vossa nova capitã e baixem as velas para navegarem a favor do vento, não há tempo a perder.

A tripulação encarou o príncipe sem se mexer e observavam a capitã esperando ordens dela que apenas agitou a sua mão pedindo que obedecessem às ordens do príncipe.

Rapidamente, toda a tripulação entrou dentro do navio amarelo da marinha real, as cordas semi novas foram puxadas e as velas foram baixadas rapidamente, dois homens velhos esperavam pela capitã ainda com os pés firmes em terra.

Park Eui percebeu ali que este seria o momento final da sua jornada no reino de Lótus e que, pelo menos nos próximos anos não poderia ver a pessoa que amava, por isso encarou o príncipe durante alguns minutos.

Num ato rápido e ousado, as mãos da capitã foram pousadas no rosto do príncipe puxando-o para si dando inicio a um beijo caloroso e cheio de saudade.

Aquela seria a última vez que os dois se veriam por tempo indeterminado.

Sem nenhum dizer, Eui largou a mão do príncipe que sorriu de lado aceitando o destino que lhe tinha sido dado.

Os dois homens agarraram na capitã de forma a ajudarem-na a subir para o navio onde toda a sua tripulação esperava ansiosamente.

O príncipe rezava que Park Eui sobrevivesse e que tivesse notícias da mulher o mais rápido possível.

Yang Jeongin afastou-se do cais esperando que os guardas chegassem até ele, a tripulação pontapeou a pequena ponte de madeira que conectava o navio ao cais e o navio ganhou velocidade entrando dentro do oceano infinito.

De longe, o príncipe teve visão para a mulher que amava, apesar de ferida, os seus cabelos balançavam com o vento e um pequeno sorriso foi formado no seu rosto enquanto abanava a sua mão despedindo-se.

Entristecido, o príncipe deixou cair uma lágrima que foi limpa rapidamente.

Uma nova etapa iria começar para ambos e, apesar de estarem separados, ele sabia que voltaria a ver a capitã Park Eui.

Pirate Maker || Yang JeonginOnde histórias criam vida. Descubra agora