1.7.

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A viagem de um mês no navio real tinha sido pacífica, o que deixou Christopher triste.

Depois de Christopher se ter tornado no capitão da marinha real, todos os navios do reino de Lótus eram respeitados e até o pirata mais famoso não se atrevia a assaltar o navio de cor amarela comandado pelo ex-pirata Christopher Bang.

No entanto, o capitão estava triste, desde que ganhou o respeito merecido que nunca mais tinha batalhado com alguém e sentia uma necessidade enorme de uma guerra, por outro lado, o capitão queria gastar todas as suas forças quando encontrasse Park Eui.

Christopher sabia que Eui procurava pelo antigo capitão do navio Bones, no entanto, não havia forma de encontrar um homem que estava morto e, mesmo que a bússola indicasse onde estaria o corpo, seria impossível Eui encontrá-lo.

Temptress era o nome do navio pirata que Christopher comandava quando fez dezasseis anos, o antigo capitão tinha sido morto pelas mãos do seu melhor amigo Hyeon, tudo por causa de um tesouro, por isso, Christopher esperou pelo melhor momento.

Quatro anos depois, e quando Eui completou os seus dezasseis anos, Christopher achou que aquela seria a melhor altura e, por isso, fez o que tinha de ser feito.

Apesar de terem sido melhores amigos, a amizade de Christopher com Eui tinha terminado à imenso tempo, depois de uma breve disputa por causa da partilha de um tesouro, o capitão queria todo o tesouro para ele e isso custou a vida de toda a sua tripulação.

Naquele momento, Christopher viu o seu passado a voltar, todos os acontecimentos prévios estavam a regressar e o capitão não podia deixar que isso acontecesse, por isso, depois de ver toda a sua tripulação morta por Eui, o homem procurou ajuda no reino Lótus, onde, com vinte e um anos, se tornou o capitão da marinha real.

Christopher deixou escapar um breve sorriso ao relembrar todas as memórias passadas.

Os seus olhos semicerraram e um sorriso foi mostrado assim que avistou a ilha de Tortuga e, junto da ilha, imensos barcos de madeira pequenos, o que significava que Eui tinha perdido o navio Bones.

Apesar de ficar frustrado com a ideia de não se conseguir apoderar do Bones, Christopher estava feliz, pois com barcos tão pequenos era impossível Eui escapar.

O navio amarelo do reino de Lótus atracou na ilha, o sol começava a desaparecer quando Christopher pousou os seus pés na areia suave da ilha.

Imensas casas velhas eram visíveis, bem como alguns piratas que cambaleavam bêbedos pela pequena aldeia com garrafas nas suas mãos.

Toda a tripulação real encarou o capitão esperando as suas ordens. Christopher cruzou os seus braços e sorriu de lado.

-Quero que matem toda a tripulação como pediu o rei. - informou suave e depois franziu a testa. - Não quero que toquem na capitã.

Todos os homens assentiram às ordens dadas e caminharam com as suas espadas nas mãos cuidadosos em direção à gruta assustadora.

Christopher caminhava em passos lentos, não havia motivo de tanta pressa, Eui tinha de aceitar vir com ele, não havia outra opção.

Enquanto o capitão caminhava pela gruta, a sua tripulação matava alguns homens da tripulação de Eui, apesar de fazerem algum barulho, Eui não pareceu notar pois estava demasiado submersa no dilema de fazer a bússola funcionar.

Toda a tripulação de Eui estava no chão, alguns ainda soltavam o último suspiro, o que fez Christopher soltar uma leve e baixa gargalhada.

No entanto, o príncipe pareceu notar na diferença e não demorou muito até informar a capitã do silêncio aterrorizador.

Christopher aproveitou a oportunidade e, com um sorriso sarcástico bateu palmas, o seu corpo caminhou saindo da escuridão da sombra, o seu rosto foi mostrado com a luz dos buracos da gruta e Eui abriu a boca surpreendida.

-Foi uma boa viagem Park Eui, mas está na altura de acabarmos com esta brincadeira.

Eui não podia esconder a sua expressão surpresa, no entanto, retirou a sua espada num ato veloz, sentia a sua cabeça latejar de confusão, não podia usar a sua pistola uma vez que toda a pólvora dentro dela tinha sido molhada.

A capitã estava à frente de toda a tripulação que apontava as suas armas à mulher que sentia a adrenalina em todo o seu corpo.

Apesar de serem os seus aliados, também o príncipe retirou a sua espada prateada pronto para lutar, mesmo estando ele ferido.

-Levem o príncipe para o navio. - exigiu o capitão encarando alguns dos seus homens.

Dois homens caminharam em passos largos até ao príncipe pousando os seus braços nos de Jeongin que, com alguma dificuldade, os afastou.

-Exijo que me larguem! - exclamou o príncipe eufórico.

Sem nenhum dizer, os guardas soltaram o príncipe e o homem encarou Christopher confuso, que ainda encarava Eui.

-Vocês conhecem-se? - questionou curioso o príncipe.

Eui humedeceu os seus lábios nervosa, depois de tanto tempo a fugir de Christopher, o homem tinha-se juntado à marinha real e ela sabia que era impossível sair desta ilha viva.

-São águas passadas príncipe. - respondeu Christopher encolhendo os seus ombros. - O príncipe está ferido e o rei pediu que o resgatássemos das mãos desta mulher.

Jeongin ergueu uma sobrancelha confuso e observou Eui, pela primeira vez as suas mãos tremiam e a sua respiração estava acelerada. Sem receio, o príncipe posicionou-se à frente de Eui erguendo as suas mãos.

-Quero que deixem Park Eui em paz. - pediu o príncipe num tom sério. - Eu entrei no navio de livre vontade e ela não tem culpa nenhuma.

Christopher suspirou, o príncipe era jovem e por isso ainda tinha imensos atos imaturos. O capitão não tinha paciência para Jeongin.

-Infelizmente, príncipe, - começou o homem aproximando-se. - esta mulher fugiu no dia em que seria enforcada, cometeu imensos crimes, e por isso, o rei pede para levá-la de volta ao reino de Lótus, onde a justiça será feita.

Jeongin abanou a sua cabeça em desacordo.

-E onde está isso escrito? - perguntou o príncipe cruzando os seus braços.

Jeongin era inteligente e sabia que todas as acusações e a decisão do enforcamento de Eui teria de ser escrita no papel e assinado pelo rei; no entanto, Christopher não tinha esses papéis em sua posse.

-O rei é que mantém a posse desses papéis. - informou. - Se o príncipe e Eui vierem comigo, garanto que terá acesso a esses papéis.

Jeongin suspirou virando o seu corpo para encarar Eui que ainda não tinha tirado os seus olhos de Christopher.

-Vamos com eles. - pediu o príncipe. - Prometo que nada de mal te acontecerá.

Ainda receosa, Eui semicerrou os seus olhos encarando Christopher que encolheu os seus ombros, ela sabia que, qualquer das maneiras seria condenada à forca, toda a sua tripulação estava morta e Christopher não ia perder uma oportunidade de a matar.

No entanto, tinha prometido a si mesma entregar o príncipe, por isso, guardou a sua espada e esticou os seus braços.

Christopher sorriu e aproximou-se da mulher colocando algemas pesadas nos seus pulsos.

Estes seriam os últimos meses de vida de Eui.

Pirate Maker || Yang JeonginDonde viven las historias. Descúbrelo ahora