1.6.

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Os barcos atracaram na areia da ilha Tortuga.

O amanhecer tomava conta do céu e Eui saiu do barco com um sorriso enorme no rosto.

Tinham finalmente chegado a Tortuga, a água parecia clara e brilhante como um cristal, a areia era limpa e as árvores enormes eram verdes e bem cuidadas.

Um pequena aldeia com casas velhas era a vida da ilha, pessoas caminhavam de um lado para o outro atrapalhadas carregando cestos com comida, imensos piratas cambaleavam ainda bêbedos e com garrafas nas mãos.

Apesar de ser uma ilha bonita, Jeongin ficou assustado com tantos piratas e o seu corpo encolheu levemente.

Eui retirou a sua bússola e abanou-a retirando todo o excesso de água que caiu na areia, depois, com cuidado, a mulher abriu a bússola e sorriu. A ponta magnética mexeu-se um pouco apontando para uma pequena gruta.

-Vamos lá rapazes, o tesouro espera-nos! - exclamou a mulher apontando para a gruta.

Toda a tripulação pareceu feliz assim que ouviu as palavras da capitã e, entusiasmados, seguiam os passos largos da capitã até à gruta.

Os passos de Eui pararam à frente da gruta e Jeongin abriu a sua boca surpreso.

A gruta que parecia pequena de longe, era enorme de perto, tinha o formato de uma caveira e água escorria da pedra fazendo uma pequena cascata, musgo estava espalhado por toda a entrada da gruta.

Eui fechou a sua bússola orgulhosa e sorriu guardando-a, depois, virou o seu corpo encarando toda a tripulação e ergueu as suas mãos num tom festivo.

-Todos os tesouros que encontrarem são vossos rapazes! - gritou feliz.

Toda a tripulação ergueu os seus braços festejando e, eufóricos, correram para dentro da gruta, deixando apenas o príncipe e Eui que cruzou os seus braços.

-Existe algum tesouro que o príncipe queira? - questionou a capitã curiosa.

O príncipe levou a sua mão ao queixo pensativo, ele sempre teve tudo o que desejava e de momento não parecia haver algo que Jeongin desejasse. Ele estava junto da mulher que gostava e estava a participar de uma aventura importante para ele.

-Tenho tudo o que preciso. - respondeu brevemente com um sorriso.

Eui assentiu e virou as suas costas suspirando enquanto desejava conseguir encontrar a bússola.

Ambos entraram ao mesmo tempo dentro da gruta fria, o príncipe sentiu as suas mãos arrefecerem rapidamente e por isso juntou-as numa tentativa de aquecê-las; por outro lado, Eui parecia cada vez mais ansiosa a cada passo que dava.

Toda a sua tripulação estava dispersa na gruta enquanto agarrava no que podia, moedas eram colocadas nos seus bolsos e coroas de ouros eram pousadas nas suas cabeças.

Eui soltava gargalhadas ao ver a sua tripulação feliz.

Alguns pingos de água caíam dentro da gruta e um pequeno rio começava a formar-se, as botas de Eui estavam molhadas e a camisa branca e velha do príncipe tinha vestígios dos pingos de água que caíam.

De longe, Eui observou um pequeno monte de moedas douradas que brilhavam imenso; em cima de todas essas moedas estava um pequeno baú castanho com detalhes pretos. 

Curiosos, o príncipe e a capitã aproximaram-se daquele monte enorme e sorriram. Havia ali mais dinheiro do que todo o reino de Lótus, no entanto, para Eui isso não importava e por isso afastou-se procurando pela bússola.

Por ser um item pequeno, Eui estava a ter algumas dificuldades em encontrá-lo, a mulher caminhava em passos pequenos e parava em todo o lado tentando procurar pela bússola.

Também o príncipe largou o monte de moedas douradas que o tinham seduzido, ele não podia confiar nos tesouros que se mantinham ali; anos atrás ele tinha estudado sobre a ilha e sabia que muitos dos tesouros que se encontravam dentro da gruta eram amaldiçoados, por isso, o príncipe tentava evitar tocar no que quer que fosse.

O príncipe caminhou até Eui decidido a ajudar a mulher, ele sabia o quão importante era para Eui encontrar aquela bússola, por isso queria ajudá-la, mesmo que isso significasse que ficariam separados depois desta aventura.

As mãos do príncipe tocavam nos tesouros com receio, tentando lembrar-se de quais seriam os tesouros amaldiçoados.

Enquanto tentava escavar pelas moedas, o príncipe tocou em algo pequeno, no formato de um cubo, e sorriu agarrando no item. Uma caixa azul escura com detalhes em branco estava nas suas mãos.

-Eui! - chamou feliz. - Encontrei a bússola.

Eui ergueu o seu corpo com um sorriso de orelha a orelha, a caixa parecia brilhante e a mulher caminhou em passos largos até ao príncipe que lhe entregou a bússola.

Com cuidado, a mulher abriu a bússola. A ponta magnética era vermelha e assim que as mãos de Eui pousaram na bússola, a ponta magnética começou a rodar sem parar, deixando Eui confusa.

Jeongin parecia ainda mais confuso, encarava a bússola durante segundos apenas para depois observar a expressão confusa e sem sentido de Eui que franzia a sua testa.

A mulher agarrou na mão do príncipe colocando a bússola nas suas mãos e afastando-se um pouco do homem, talvez a bússola só estivesse estragada quando fosse Eui a agarrá-la e por isso, decidiu experimentá-la no príncipe.

O príncipe encarou a bússola que parou imediatamente de girar freneticamente, a ponta vermelha magnética parou apontando para Eui e o príncipe sorriu nervoso.

Era suposto a bússola apontar para o que mais desejávamos e parecia que o príncipe desejava Eui que acabou por se esquecer do seu pequeno problema apenas por uns breves segundos deixando escapar um sorriso enquanto encarava o príncipe.

Não fazia sentido, porque é que a bússola funcionava com o príncipe mas não funcionava com Eui? Talvez porque ela era uma pirata.

Afundada nos seus pensamentos, a capitã não reparou no silêncio absurdo que se passou a ouvir dentro da gruta, o príncipe pareceu demonstrar preocupação quando percebeu o silêncio.

Eles não estavam sozinhos.

O príncipe olhou à sua volta e abriu a boca surpreendido ao ver toda a tripulação no chão morta. Apressado, Jeongin pousou as suas mãos nos ombros de Eui.

-Eui, a tripulação. - informou o príncipe enquanto apontava para a tripulação.

A mulher abriu a sua boca surpreendida, num ato veloz, Eui guardou a bússola sem norte e caminhou até um dos seus homens tentando acordá-lo.

O silêncio foi corrompido com o som de palmas a serem batidas.

Eui ergueu o seu corpo receosa e pronta a agarrar na sua espada, Jeongin baixou o seu braço também ele pronto a agarrar na sua espada prateada.

Uma sombra apareceu, mostrando depois o homem entroncado com o chapéu azul escuro na cabeça. O seu sorriso era sarcástico, mas parecia orgulhoso.

Eui parecia mais surpreendida que nunca e Jeongin encarou o capitão Christopher Bang que estava diante dos seus olhos.

-Foi uma boa viagem Park Eui, mas está na altura de acabarmos com esta brincadeira.

Pirate Maker || Yang JeonginWhere stories live. Discover now