1.3.

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O navio Bones estava agora longe do território da sereias, no entanto, Eui ainda sentia um mau pressentimento, por isso, decidiu vigiar o oceano em busca de algum navio.

Como sempre, o príncipe mantinha-se ao seu lado, Eui não tinha comentando o seu mau pressentimento com ninguém, até porque poderia estar enganada, no entanto, o príncipe tentava decifrar as suas expressões pensativas.

A brisa da manhã batia levemente nas velas do navio e toda a tripulação trabalhava conforme as ordens dadas pela capitã, o navio era limpo por alguns enquanto que os outros puxavam as cordas grossas das velas.

O príncipe ergueu o seu corpo e caminhou até à parte traseira do navio, ainda não estava completamente curado e, mesmo que quisesse ajudar, não o poderia fazer.

Durante a última semana o príncipe tinha pensado imensas vezes nos sentimentos estranhos que tinha sempre que estava com Park Eui, apesar de ser uma mulher muito atrevida, Jeongin via o bem nela e sentia pena, no entanto, não era só isso.

Jeongin pousou as suas mãos atrás das costas pensativo, talvez se estivesse a apaixonar? Não, isso era impossível, porém, ele não o podia negar por completo.

Enquanto observava o mar azul, o príncipe começou a pensar na possibilidade de estar apaixonado por uma pirata, Jeongin não deveria mais negar esse tipo de sentimentos, mas como iria ele expressá-los à capitã?

Ainda disperso nos seus pensamentos, o príncipe semicerrou os seus olhos encarando um pequeno ponto preto no mar que, parecia ficar maior a cada segundo que passava.

Surpreso e receoso, o príncipe virou o seu corpo colocando ambas as mãos juntos dos lábios de maneira a que pudesse ser ouvido melhor.

-Capitã! - gritou. - Um navio!

Eui encarou o príncipe, que, ainda com alguma dificuldade, corria apressadamente até ao convés. A mulher agarrou no seu monóculo abrindo-o. 

O navio de madeira preta com as velas também pretas e velhas aproximava-se e Eui não podia acreditar no que via.

O navio de Edward Teach estava próximo, bem como a sua tripulação.

A mulher voltou a guardar o seu monóculo e apressou-se até ao convés, estava prestes a enfrentar um dos piratas mais temidos dos mares.

-Baixem as velas rapazes! - exigiu enquanto gritava. - Encham os canhões, rápido!

Toda a tripulação assentiu enquanto corria para o andar de baixo do navio, enchendo os canhões com pólvora. 

Jeongin observava tudo com atenção pensando no que poderia ser útil, no entanto, a capitã caminhou até ele com uma pistola na mão.

-O príncipe vai ficar nos meus aposentos, é perigoso. - pediu a mulher enquanto lhe entregava a pistola.

Mesmo não querendo, o príncipe assentiu caminhando até à porta que levava ao quarto da capitã.

Um dos homens da tripulação correu até à capitã desesperado, as pontas dos seus dedos estavam pretas e os seus lábios estavam secos.

-Não temos demasiada pólvora para encher os canhões capitã!

Os olhos de Eui foram arregalados, não acreditava no que acabara de ouvir. As suas mãos foram pousadas na testa pensativa, o navio estava cada vez mais próximo e ela precisava de ser rápida.

Jeongin encarou a capitã que parecia prestes a desabar, pousou a mão no queixo enquanto encarava o navio de velas pretas a aproximar-se e ergueu as suas sobrancelhas correndo na direção da capitã.

-Podemos usar o rum! - exclamou o príncipe sorridente.

Ambos a capitã e o homem encararam o príncipe receosos, não podia abdicar do rum.

-O príncipe está louco. - comentou o homem soltando uma leve gargalhada. 

Assim que terminou a sua frase, o som de um canhão foi ouvido e toda a tripulação do navio Bones desiquilibrou-se com o pequeno estrondo; Eui ergueu a sua cabeça observando que um pouco da madeira do seu navio tinha caído.

A mulher mordeu o lábio nervosa, a guerra tinha começado.

Eui voltou a encarar o príncipe retirando o seu chapéu triangular da cabeça e pousando-o na cabeça do príncipe com um sorriso no rosto.

-Será capitão até esta guerra acabar. - informou a mulher.

O príncipe cerrou os seus punhos confiante, ele era inteligente e sabia que ia conseguir vencer esta guerra. A capitã parecia um pouco mais relaxada assim que o seu chapéu foi pousado na cabeça do príncipe.

O príncipe encarou o navio, para atingir o navio de velas pretas ele precisava de virar o Bones de maneira a que os canhões ficassem virados para o navio inimigo, por isso, abriu a sua boca.

-Larguem a âncora! - gritou o príncipe com alguma dificuldade. - Coloquem o rum na pólvora e encham os canhões!

Apesar de alguns protestos, toda a tripulação fez o que o príncipe pediu.

-Isso é de loucos! - exclamou a mulher encarando o príncipe. - Não podemos ficar parados!

O príncipe encarou a mulher e cruzou os seus braços.

-Precisas de virar o barco o mais depressa possível, não podemos perder tempo. - respondeu. - Assim que o navio parar, podemos atirar a pólvora com rum, o que causará um dano maior ao outro navio.

Apesar de ainda achar uma ideia louca, Eui decidiu aceitar e confiar no príncipe. Em passos largos, caminhou até à corrente da âncora pousando a sua mão na manivela de ferro enquanto descia a âncora com rapidez.

Assim que a âncora pousou no fundo do oceano, todo o navio foi virado na horizontal fazendo com que a capitã de desiquilibra-se levemente.

O navio estava agora parado, os canhões estavam preenchidos de pouca pólvora mas com imenso rum, toda a tripulação derramava algumas lágrimas, infelizes por se terem de despedir do precioso rum daquela maneira.

A capitã encarou preocupada o príncipe que semicerrava os seus olhos esperando que o navio inimigo se aproximasse só mais um pouco deles. Toda a tripulação parecia nervosa.

Jeongin ergueu os seus braços e humedeceu os seus lábios, sentia que finalmente estava a mostrar tudo o que tinha aprendido.

-Disparem! - gritou o mais alto que podia.

As mãos do príncipe taparam as suas orelhas, tentando abafar o som ruidoso dos canhões a serem disparados. 

O navio inimigo pareceu não estar à espera de tal ação, no entanto, mesmo com as velas a arder e com imensa madeira preta a cair ao mar, o navio continuava firme deixando o príncipe ainda mais surpreendido.

O príncipe encarou a capitã que sorria, ela já previa esta situação.

-Com quem estamos a lutar? - questionou o príncipe ainda sem acreditar no seu plano falhado.

-Edward Teach, ou, como todos lhe chamam, Barba Negra.

Pirate Maker || Yang JeonginWhere stories live. Discover now