2.3.

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Enquanto Park Eui era novamente arrastada para as masmorras, Yang Jeongin permanecia sentado no bar.

Os seus olhos cruzavam-se com alguns homens que se dirigiam a ele para uma pequena conversa.

Jeongin já tinha conversado com cerca de vinte homens que se dispunham a aceitar o desafio de roubar um navio, bem como juntar-se a uma nova tripulação. Todos eles pareciam ansiosos pela chegada da capitã que se tornara famosa e, para eles, seria uma honra fazer parte da tripulação da capitã Park Eui.

O sol começava a desaparecer e o príncipe sabia que teria de regressar ao palácio, caso contrário, teria de ouvir um novo sermão do seu pai.

O príncipe ergueu o seu corpo e sorriu, ainda sem retirar a sua capa, o homem ergueu o seu braço.

-Amanhã, no início da tarde, quero que todos os homens se juntem no cais. - exigiu.

Toda a nova tripulação sorriu assentindo, as suas canecas de cerveja foram erguidas, gritos de felicidade eram ouvidos, todos aqueles homens procuravam um novo rumo de vida e, naquele momento, ser um pirata era o que os mantinha vivos.

O príncipe saiu do bar subindo no seu cavalo de modo a retomar ao palácio.

Imensos guardas reais estavam junto dos portões, o rei tinha decidido reforçar a segurança uma vez que Eui era mantida prisioneira nas masmorras e, se a segurança fosse reforçada, ela não conseguiria fugir novamente.

Ao chegar junto dos portões reais, o príncipe retirou a sua capa mostrando o seu rosto aos guardas que rapidamente curvaram o seu corpo.

-Boa noite príncipe real. - cumprimentaram.

O príncipe sorriu ainda agarrando as rédeas do cavalo preto.

-Não quero que digam ao meu pai sobre a minha saída. - pediu o príncipe num tom sério.

Os guardas olharam um para o outro confusos, um deles ergueu uma sobrancelha, parecia novo na guarda real.

-Por onde andou o príncipe? - questionou.

Jeongin sorriu de lado, o guarda era parecido ao príncipe, ambos eram curioso e Jeongin não o culpava por isso, porém, o guarda não precisava de saber o que tinha andado a fazer o príncipe. O guarda real que estava ao seu lado encarou-o nervoso e, rapidamente, pisou o seu pé.

-Isso não é algo que se pergunte ao príncipe real! - exclamou exigente, depois encarou o príncipe voltando a curvar o seu corpo. - Peço desculpa príncipe.

O príncipe abanou a sua cabeça afirmando que não havia problema algum. Os portões foram abertos de forma rápida e o príncipe apressou-se a entrar enquanto que os dois guardas discutiam sobre o comportamento do mais novo.

Por sorte, o príncipe não se tinha cruzado com mais nenhum guarda, o seu cavalo regressou ao estábulo de forma segura e agora o príncipe caminhava pelos corredores do palácio dirigindo-se ao seu quarto.

Estava perto da hora de jantar, o príncipe teria de mudar de roupas, no entanto, queria ser o mais rápido possível para que ainda conseguisse visitar Eui às masmorras e contar-lhe de tudo o que tinha feito durante a tarde.

Três empregadas entraram com os seus uniformes cinzentos e aventais castanhos, uma delas trazia algumas toalhas sobre o braço pousando-as em cima do cadeirão azul claro do príncipe.

A banheira foi rapidamente enchida e a outra empregada despiu o príncipe.

O cheiro intenso de lavanda penetrou as narinas do príncipe que fechou os seus olhos por breves segundos enquanto sentia a água quente percorrer o seu corpo.

O silêncio permanecia no enorme quarto do príncipe, as empregadas pareciam receosas de falar com príncipe que saía do banho.

 Desde pequeno que o príncipe permanecia sozinho e, o facto de ser o príncipe herdeiro ao trono tornava difícil a tarefa de fazer amizades, além disso, Jeongin sempre preferiu ficar na biblioteca real a estudar. Devido a esse tipo de comportamento, as empregadas não se atreviam a falar com o príncipe, apenas o que fosse essencial, todas as empregadas viam o príncipe como uma pessoa não só forte e inteligente, mas também assustadora devido a todo o conhecimento de Jeongin, por isso, preferiam não ter algum tipo de conversa com o príncipe.

O príncipe foi vestido com uma roupa elegante, como sempre. A sua camisa era branca com alguns folhos junto do peito, as suas calças eram pretas de seda, as suas botas pretas polidas e um casaco preto brilhante comprido com alguns detalhes em prata, o que tornavam o casaco um pouco pesado; o seu cabelo, que começava a crescer cada vez mais, foi perfeitamente penteado.

Num ato rápido, as empregadas despediram-se de Jeongin com uma pequena vénia e a porta foi fechada.

O príncipe encarou o seu rosto no espelho e, cuidadosamente, passou a sua mão pela barriga junto da cicatriz com um pequeno sorriso no rosto.

Sabia que a mulher que amava teria de fugir e que, provavelmente, nunca mais se veriam, pelo menos até tudo estar resolvido no reino de Lótus e, até lá, o príncipe teria de casar com alguma mulher desconhecida para assegurar o trono.

Apesar de ser uma escolha difícil, o príncipe sabia que era algo que tinha de ser feito, por muito que custasse, às vezes era preciso deixarmos ir a pessoa que mais amávamos e o príncipe aceitava isso.

Em passos largos e rápidos, o príncipe caminhou até à sala de banquete, os corredores escuros e frios deixavam Jeongin receoso, alguns mordomos acendiam as velas que iluminariam o palácio, os seus corpos curvavam diante do príncipe que passava por eles com um pequeno sorriso no rosto.

A porta branca com maçanetas banhadas em ouro foram abertas e o sorriso de Jeongin desapareceu rapidamente.

Como sempre, o rei sentava-se na ponta da mesa, toda a louça estava perfeitamente posicionada, no entanto, uma mulher jovem permanecia junto do rei com um pequeno sorriso envergonhado.

Ambos ergueram os seus corpos e o rei esticou o seu braço.

A mulher era ruiva, os seus cabelos estavam perfeitamente penteados com uma pequena trança que chegava ao fundo das suas costas, os seus olhos eram verdes e brilhantes, vestia um vestido de cor esmeralda volumoso com um pequeno xaile nos braços destapados.

-Esta é a senhora Yoon Mina, a futura rainha do reino de Lótus.

Pirate Maker || Yang JeonginWhere stories live. Discover now