Bônus- Bem vinda Flora

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Nas últimas semanas, mal havia dormido durante a noite, não encontrava a posição certa para descansar ou que minha enorme barriga ficasse confortável, as vezes conseguia cochilar de barriga para cima mas logo acordava, pois sentia uma tremenda falta de ar. Era durante a tarde que eu conseguia manter os olhos fechados por mais tempo.

Flora já estava em tempo de nascer e eu pedia pra ela não demorar, porque não aguentava mais carregar aquele peso e ficar sem dormir por conta da falta de ar, mas minha filha provavelmente vai ser debochada igual o pai e não dava sinal algum de que já queria vim ao mundo e Diego brincava dizendo que ela fazia cera igual ele, não tinha pra onde escapar.

Mas então Diego saiu para o treino e eu fiquei em casa na companhia de alguns de nossos funcionários, mais ou menos uma hora depois, senti um cólica um pouco incômoda e Flora fez um movimento forte e parecia que um alien queria sair da minha barriga e  o que eu achava ser uma cólica se intensificou.

- São contrações, Flora finalmente quer conhecer vocês.- Dona Lúcia fazia um carinho em meu cabelo.- conferiu de quanto em quanto tempo a dor mais forte vem?

- Não, Ai.- respondi aos gritos porque a dor me dava a sensação de estar sendo espetada por uma agulha de tricô.

- Calma, respira fundo e aperta essa almofada, deixa eu conferir de quanto em quanto tempo a contração tá vindo.

Sentei no sofá e fiquei com as pernas abertas, o máximo que consegui, a pressão que sentia na minha intimidade também era absurda.

- Aaaaaai.- e de novo a contração.

- Sete minutos.- Dona Lúcia falou.- vou lá em cima buscar suas coisas e da bebê, consegue ligar pro seu marido e seus pais?

- Sim, consigo.

Peguei meu celular e tentei primeiro contatar Diego, mas chamou e nada dele atender, consegui falar com meus pais e eles se prontificaram a irem até a maternidade, estavam bem ansiosos para a chegada da primeira neta. Mandei mensagem para Paula e esta prometeu aparecer para acompanhar o parto da afilhada. Avisei as meninas em nosso grupo e fiquei sem paciência para ver o que elas mandavam.

O motorista levou a mim e Lúcia para a maternidade, no caminho até contatei minha médica e ela já ficou me esperando na clínica.

Dentro do carro a bolsa estourou, o líquido quente e transparente escorreu por minhas pernas e a dor forte começou a acontecer em menor intervalo de tempo. Joguei a cabeça para trás buscando ar e foi difícil demais.

Mal consegui andar quando cheguei a maternidade, precisei ser levada de cadeira de rodas para dentro. Minha ficha estava pré pronta e só terminei de dar informações para preenchê-la e finalmente fui para a sala de pré parto,onde troquei meu vestido lindo por uma camisola cor de rosa horrível. Deitei na cama e a médica fez o exame de toque, parecia que estava tirando minha alma dali.

- três centímetros, Rosa, vamos precisar estimular se realmente quer ter o parto normal.

Assim que descobri a gravidez e decidir que queria ter a minha filha, quis parto cesáreo, porque a ideia de ter uma criança saindo de mim pelo método comum não me parecia boa, mas então estudando a respeito de parto, cheguei a conclusão que o normal era mais seguro, recuperação mais rápida e eu tinha direito a anestesia, onde eu sentiria o bebê saindo, mas zero dor.

- E o que eu tenho que fazer?- questionei chorosa.

- Andar por aqui, temos a bola também caso queira se exercitar, a banheira de hidromassagem está disponível, pode ir.

- Certo, tudo bem.

Decidir tentar andar pelo quarto, mesmo sentindo aquela dor insuportável. Continuei tentando ligar pra Diego e nada, mas lembrei que tinha um número de um setor do Ninho do Urubu, onde a família podia ligar para avisar algo importante aos jogadores e assim fiz.

Destino// Diego Alves ✅Where stories live. Discover now