19

4.4K 349 144
                                    

Diego estava afastado a alguns jogos, de começo todos acharam que era uma lesão grave, mas graças a Deus, apesar dele não poder ainda estar no gol, não era algo tão preocupante como das outras vezes, mas ainda sim, o departamento médico do time, preferiu o manter longe do gramado. Há quem diga que o goleiro está se formando em medicina. Mas eu via o quão estressado meu namorado ficava por não poder fazer o seu trabalho.

- Tô pensando em me mudar, o que acha?- Ele perguntou enquanto eu preparava nosso jantar antes do jogo contra o La Calera.

- Do nada?- o encarei.

- Não é do nada, venho pensando nisso tem alguns dias, esse loft é muito pequeno, até porque quando o aluguei era para ficar por pouco tempo e acabei me acomodando.

- Entendo.

- Preciso ir pra uma casa ou um apartamento maior, quando as crianças têm que ficar comigo, eles têm que ter o próprio quarto.

- Isso eu concordo muito com você.

- E ainda temos a Amarílis, aquela princesa precisa ter um cantinho na nossa casa.

Ok. Fui pega desprevenida. Já estava achando super fofo ele pensar na minha irmã, mas daí dizer "nossa casa", era informação demais pro meu cérebro processar.

- Amor, não gostou da ideia?- ele perguntou preocupado.

Mas nos minutos seguintes, não consegui esboçar nenhuma reação. Só o olhava tentando entender o que estava acontecendo. Ao mesmo tempo que parecia loucura, parecia ser a coisa certa.

- Tô absorvendo a notícia.- foi o que consegui dizer e voltei a prestar atenção na minha comida.

- Sem pressão tá? Você pode morar comigo ou continuar como estamos, você vai pra minha casa dormir por algumas noites.

- Eu tinha planejado sair de casa morar sozinha, mas sinceramente, eu prefiro morar com você, mil vezes.- confessei e um sorriso lindo iluminou o rosto de Diego.

Vai ser um sonho, acordar todos os dias ao lado desse cara.

Não tínhamos muito tempo de namoro, não chegava nem a dois meses. Mas eu já vinha passando mais tempo no loft dele do que no apartamento do meus pais. Obviamente que minha mãe iria odiar a ideia, talvez ameaçasse me trancar no quarto ou me cogitaria me dar uma surra, porém eu já tinha minha decisão, se por um acaso ou azar não desse certo, eu experimentaria morar só.

- O que prefere, casa ou apartamento?

Eu sempre morei em apartamento, me sentia trancada, sem espaço e com pouca privacidade.

- Casa com quintal.

- Era o eu queria também.

- Bom que nossos pensamentos são os mesmos.

- Claro que são, por que acha que a gente combina?

- Diego com conversa clichê? Essa é nova pra mim.- brinquei com ele.- te amo.

Depois do primeiro te amo, as outras vezes ficaram mais fáceis.

- Te amo.

Sempre achei que a vida reservava algo melhor para mim, por mais situações ruins que eu tenha passado e as vezes ter duvidado, lá no fundo eu guardava a esperança de ter um futuro como eu merecia. Alguém que me amasse do jeito que sou -por muitas vezes tive o direito de ser amada negado por não me encaixar em certos padrões- ter uma casa com quintal pra chamar de minha, cachorros peludos correndo em volta da piscina e trabalhar com o que eu gostasse. Ainda não tinha conquistado nem metade, mas o primeiro passo para tudo se realizar, já havia sido dado.

...

Sentamos no sofá em frente a tv para assistir o jogo conta o La Calera que ocorria no Chile.

- Que Deus abençoe Gabriel Batista hoje.- Diego pediu preocupado.

- Vai abençoar.

Os primeiros minutos não eram dos melhores, o Flamengo parecia perdido, como se os jogadores não estivessem se comunicando entre si, eram erros que podiam levar a derrota.

- Vai tomar no teu cu Bruno Viana, zagueiro ruim do caralho.- xinguei quando o jogador praticamente deu o gol para os chilenos.- porra de zagueiro ruim.

- Calma amor, é só o começo.- Diego falou calmo, mas eu sabia que ele estava um turbilhão.

- Não cara, como que alguém consegue ser tão burro assim? Ele vacilou duas vezes, duas vezes e nem dá pra culpar tanto o Gabriel Batista assim.

A real era que quase ninguém estava bem ali. Incluindo Gabriel, Bruno Henrique e Arrascaeta. Os três não estavam tendo a melhor noite e isso era preocupante.

- Ah não Arão.- nessa hora eu chorei. Arão fez gol contra, deixando o time rival com uma vantagem significativa.

Everton sofreu uma falta dentro da área. Pênalti para o rubro negro. Gabi com toda a sua frieza foi lá e converteu em gol, dando um pouco de esperança para os torcedores rubro negros.

O Flamengo tentou empatar pelo restante do primeiro tempo, mas não deu. No intervalo até promessa para são longuinho eu fiz.

- E se eu fosse jogar em outro clube brasileiro, você vestiria a camisa pra me apoiar?- Diego e as conversas estranhas dele.

- Talvez, só pra não sofrer hate da torcida, porém por vontade própria não.

- Então quer dizer que você não me apoiaria?

Cancerianos, por que tão dramáticos?

- Óbvio que eu apoiaria você seu bobão, mas pode parar com essa conversa que eu já disse que você vai se aposentar pelo Flamengo.- lhe dei um beijo rápido.

Ele riu e concordou.

O segundo tempo começou e lá estava eu, roendo as unhas, mais uma vez estragando o trabalho da minha manicure. Mas quando se é torcedora do Flamengo e sofre de ansiedade, é quase impossível ter alguma unha intacta.

Já estava quase perdendo as esperanças  de pelo menos um empate, quando Arão empatou após um escanteio. Entendi como um pedido de desculpa depois da cagada que ele havia cometido no primeiro tempo. Apartir dali o jogo se tornou mais emocionante, o Flamengo tinha a maior porcentagem na posse de bola, a todo momento o time brasileiro buscava uma virada, oportunidades tiveram, mas o goleiro do La Calera estava defendendo demais, não podia negar que o cara estava bom, tanto que recebeu o prêmio de craque do jogo, tinha que admitir, foi merecido.

Infelizmente o jogo terminou em empate, com gosto de derrota. Mas como disse Diego, pelo menos não perdemos.

- E eu achava que Gustavo Henrique e Léo Pereira eram meu pior pesadelo.- falei ao término do jogo.

- Ow, você fala mal dos meus colegas assim, na minha frente?

- Eu tô mentindo?

Ele não respondeu. Quem cala consente.

- Bem que me avisaram que namorar torcedora, era um desafio.- Diego me prendeu em um abraço.

- Admite, você gosta do desafio.

- Eu amo esse desafio que causa borboletas no estômago, que me faz ver o mundo de outra maneira, que trás emoção pra minha vida.

- Você sempre diz que eu dou emoção a sua vida.

- Porque é verdade.- e é verdade.

Diego também me causava borboletas no estômago, me deixava trêmula e fazia meu coração acelerar. Como explicar esse amor que eu sentia por ele? Como explicar essa nossa conexão ?
.
.
.
.

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

Assim como coração quebrado está em reta final, Destino também está 💔🥺

Espero que tenham gostado do capítulo e curtam os outros que estão por vim.

Deixem uma estrelinha e um comentário se puderem❤️

Me sigam no insta, tem um link no meu perfil que vai direto.

Destino// Diego Alves ✅Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt